O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) assegurou, há dias, que vai continuar a dar apoio alimentar aos deslocados do terrorismo na província de Cabo Delgado.
O facto foi revelado pela porta-voz do INGD, Nelma de Araújo, no decurso do seminário de treinamento dos formadores em matéria de Gestão e Redução do Risco de Desastres, que decorre na província de Maputo.
A fonte disse que garantiu ainda que o processo de assistência alimentar às vítimas dos ataques terroristas que afectam Cabo Delgado desde Outubro de 2017 é prioridade do Governo moçambicano.
“É importante referir que a assistência aos deslocados continua e que tem sido, não só com fundos e meios do Governo, mas também referir aquilo que é o apoio dos parceiros de cooperação. No âmbito da solidariedade, têm aparecido também pessoas singulares, algumas instituições e Governos que nos tem apoiado”, disse Nelma de Araújo para depois reconhecer que a situação requere maior acção e envolvimento por parte da sociedade para minimizar o sofrimento dos deslocados do terrorismo.
“Sabemos que não é uma tarefa fácil, mas o Governo tem estado mesmo a envidar esforços para assegurar a assistência aos deslocados de Cabo Delgado.”
A porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres disse, por outro lado, que os ataques protagonizados nos últimos dias pelos insurgentes não vão colocar em causa ou mesmo em cheque o processo de assistência aos deslocados.
Há dias, o alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados alertou, hoje, em comunicado, para a gravidade dos novos ataques em Cabo Delgado. O ACNUR diz que as populações precisam, urgentemente, de assistência para salvar as suas vidas, incluindo acesso a alimentos, abrigo e serviços básicos. A organização considera “prematuro” o regresso das populações às zonas de conflito.
O alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados está preocupado com a onda de deslocados provocados pelos ataques terroristas em vários distritos de Cabo Delgado. A organização revela o receio de, nos próximos tempos, agravar-se o drama humanitário com a incursão dos insurgentes que, no passado dia 5 de Junho, atacaram a aldeia de Nanduli, no distrito de Ancuabe, a 35 quilómetros da capital provincial de Pemba.
O alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados disse ainda que os ataques protagonizados nas estradas condicionam, igualmente, a sua acção no terreno para minimizar o sofrimento das populações.
“O ACNUR está especialmente preocupado com a segurança e o bem-estar dos mais vulneráveis entre os deslocados, incluindo mulheres e crianças.”
Igualmente, o ACNUR manifestou a sua preocupação com a incursão dos terroristas em corredores usados pelas organizações humanitárias para assistir as populações aterrorizadas, particularmente, nos distritos de Ancuabe, Chiúre e Montepuez.(x) Fonte: OPais