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quarta-feira, 06 janeiro 2021 23:36

Especialistas angolanos aplaudem chumbo da lei de escutas telefónicas pela PGR

Lei que permitia ao Ministério Público fazer escutas em ambiente privado foi aprovada no Parlamento pelo MPLA

Especialistas angolanos consideram “acertada” a decisão do Tribunal Constitucional (TC) de qualificar como sendo “inconstitucional” a lei que dava plenos poderes ao Ministério Público para ordenar, autorizar e validar escutas telefónicas e gravação em ambiente privado.

Para o advogado Vicente Pongolola, a comunicação estabelecida entre as pessoas é inviolável e, por esta razão, a lei aprovada pela Assembleia Nacional não respeitou a Constituição do país.

“Se a Constituição tivesse determinado que poderia se ordenar a escuta telefónica a partir de qualquer autoridade judiciária, aí sim o Ministério Público teria a legitimidade deo fazer”, defende.

Por sua vez, o jurista Miguel Francisco considera “descabida” a medida agora chumbada por entender que“o Ministério Público não faz parte da Magistratura Judicial, pelo que não pode se pronunciar sobre uma matéria que é estritamente ligada aos magistrados judiciais”.

Entretanto o analista Ilídio Manuel diz que esta situação “seria perfeitamente evitável se a bancada parlamentar do MPLA tivesse sido receptivo às observações feitas na altura pelos deputados da oposição antes da aprovação do diploma”.

A lei tinha sido aprovada pelo Parlamento angolano em Abril do ano passado e foi chumbada pelo TC na sequência de um acção intentada pela Ordem dos Advogados de Angola (OAA), relativa à fiscalização sucessiva e abstracta da constitucionalidade da norma.

Na petição, a OAA argumentou que as escutas telefónicas e gravações ambientais dos cidadãos são da competênciade um juiz de garantia e não do Ministério Público.(x)Fonte: Voa

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