O artista plástico Pompílio Gemuce, da empresa Arte D’gema, que foi contratada para produzir a nova estátua de Eduardo Mondlane, recentemente inaugurada na Cidade de Maputo, admitiu a existência de erros na escultura, mas expressou sua incompreensão em relação às críticas levantadas pela população moçambicana.
“Não digo que não haja erros, mas penso que o alvoroço que se levantou não justifica os erros que lá estão”, argumentou Gemuce em entrevista ao jornal Integrity.
Após a inauguração, surgiram comentários na opinião pública a respeito da estética da estátua, com cidadãos reclamando sobre aspectos como a proporcionalidade dos membros e as diferenças no traje em comparação com a escultura anterior. As reações geraram um intenso debate nas redes sociais e nos meios de comunicação sobre a adequação da representação do líder histórico.
Em resposta a essas preocupações, a Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, anunciou que será criada uma equipe de técnicos nacionais e internacionais para avaliar as possíveis anomalias existentes na nova estátua. “Para dar resposta às preocupações dos moçambicanos, será iniciado um processo de avaliação técnica da escultura, cujos resultados e ações de correções serão comunicados em tempo oportuno”, assegurou a ministra.
Materula enfatizou que a avaliação técnica determinará se será necessária uma reparação da escultura ou até mesmo sua remoção, além de possíveis responsabilizações dos envolvidos no projeto. A ministra também ressaltou que a aprovação da estátua contou com a participação de diversas figuras importantes antes da instalação, incluindo representantes da família Mondlane e combatentes da luta de libertação nacional. “O processo de produção teve acompanhamento de representantes da família Mondlane, combatentes da luta de libertação nacional, artistas plásticos e quadros do Ministério da Cultura e Turismo, que avaliaram e só por isso passámos para a fase em que chegámos”, destacou.
A nova estátua de Eduardo Mondlane foi erguida como parte das celebrações do centenário do arquiteto da unidade nacional, num projeto orçado em 22 milhões de meticais. A construção do busto foi realizada na China, devido à falta de fundições e tecnologia em Moçambique para tal empreendimento.
A continuidade do debate sobre a estátua e as ações que serão tomadas pelo governo e pela equipe de avaliação permanecem em foco, enquanto a sociedade aguarda as decisões que poderão impactar a representação de um dos ícones da história moçambicana.(x)
Por Rafael Cocorico
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