O Reino Unido vai proíbir a partir de sábado, 9 de janeiro, a entrada de passageiros oriundos ou que fizeram escala em 11 países da África Austral, entre os quais figuram Angola e Moçambique, alargando assim a medida já aplicada desde 23 de dezembro à África do Sul, para tentar travar a entrada no país da nova estirpe da Covid-19, detectada nesse país.
A restrição entra em vigor no sábado, 9 de janeiro, permanecerá durante, pelo menos, duas semanas, segundo o Ministério dos Transportes britânico e afecta todas as pessoas que tenham estado ou transitado nos 10 dias anteriores por Angola, Moçambique, Botswana, Suazilândia, Lesoto, Malawi, Namíbia, Zâmbia, Zimbabué, bem como as ilhas Seicheles e Maurícias.
Cidadãos britânicos e irlandeses e estrangeiros residentes no Reino Unido poderão entrar no país, mas terão de cumprir um período de isolamento profilático de 10 dias.
A medida foi anunciada na quinta-feira, 7 de janeiro, pelo Governo britânico, que determina as regras sobre as fronteiras em Inglaterra, onde aterram a maioria dos voos em causa, mas também foi adoptada pelos governos autónomos da Escócia e do País de Gales, aguardando-se a confirmação da Irlanda do Norte.
Desde 24 de dezembro que o Reino Unido proibiu voos directos com a África do Sul e a entrada de passageiros que tenham estado nesse país nos 10 dias anteriores, devido ao risco apresentado por uma nova estirpe altamente contagiosa do SARS-CoV-2 detectada no sul da Inglaterra, cujas autoridades acusaram a África do Sul de a ter exportado para o país.
Segundo o Ministério dos Transportes britânico, a decisão "resulta de novos dados sobre o aumento acentuado da incidência da nova variante, que aumentou enormemente o risco de transmissão na comunidade entre outros nove países da África Austral, bem como as Seicheles e as Maurícias, ambas com fortes ligações turísticas à África do Sul...e que preocupa os especialistas, porque pode ser que a vacina não responda da mesma forma ou não funcione da mesma maneira".
O Governo britânico também anunciou na quinta-feira, 7 de janeiro, que vai passar a exigir um teste negativo à Covid-19 a todas as pessoas que desejem entrar em Inglaterra, incluindo cidadãos britânicos, seja de avião, comboio ou barco, sendo isentos os camionistas, crianças menores de 11 anos e passageiros de países que não possuam infraestruturas para realizar estes testes, cuja lista está por publicar, mantendo-se a obrigação de todos os que chegarem ao Reino Unido, vindos de países de risco terem de cumprir 10 dias de quarentena.
O Reino Unido tem um dos balanços mais pesados da Europa, tendo registado 78.508 mortos até quinta-feira, 7 de janeiro, tendo as autoridades britânicas atribuído uma aceleração de infecções nas últimas semanas devido à nova estirpe do coronavírus altamente contagiosa identificada no sul de Inglaterra a 23 de dezembro!;
O país autorizou esta sexta-feira, 8 de janeiro, a vacina da Moderna, a terceira a ser utilizada no país.
Devido a esta nova estirpe mais de 50 países suspenderam em finais de dezembro os seus voos para o Reino Unido e fecharam as fronteiras a pessoas vindas desse país.
Angola suspendeu desde a meia noite do dia 26 de dezembro de 2020 as ligações aéreas com a África do Sul, Austrália, Nigéria e Reino Unido devido à nova estirpe da Covid-19, enquanto Moçambique, após quase 9 meses de encerramento reabriu 3 fronteiras terrestres com a África do Sul, as de Ressano Garcia, Namaacha e Ponta do Ouro, para facilitar o regresso de todos os que vieram passar a quadra natalícia a Moçambique, enquanto a África do Sul também reabriu a 1 de janeiro o posto de Kosi Bay, na fronteira entre o Kwazulo-Natal e Moçambique, mas o país exige testes negativos certificados à Covid-19.
A África Austral é a região mais afectada do continente com 1.249.423 casos e 32.140 mortes contabilizadas até 5 de janeiro e a África do Sul é o país mais atingido pela Covid-19 com um total de 1.113.349 infeções e mais de 30 mil mortos.
África contabiliza um total de 67.928 óbitos, e segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana o número total de casos é de 2.852.010 e 2.359.506 recuperados.(x) Fonte: RFI