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quarta-feira, 19 março 2025 11:21

Cabo Delgado: Turismo em colapso devido terrorismo e mudanças climáticas, alerta presidente da CDTUR  

 Praia do Wimbe, localizada em Pemba, Moçambique. Praia do Wimbe, localizada em Pemba, Moçambique.

O sector do turismo em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, enfrenta um dos momentos mais críticos de sua história devido ao impacto da insurgência armada que assola a província desde 2017 e às mudanças climáticas. A avaliação é do presidente do Conselho Diretivo da Associação de Hotelaria e Turismo de Cabo Delgado (CDTUR), Hermenegildo Ildefunso, que alerta para um cenário preocupante, no qual o turismo de lazer praticamente desapareceu da região.

Falando após a realização da XII Sessão da Assembleia Geral Extraordinária da CDTUR, realizada em Pemba, Ildefunso destacou que a insegurança tem afastado turistas e limitadas as atividades do setor.

Durante o evento, foram eleitos os novos órgãos sociais da associação, com a reeleição de Ildefunso à presidência. Além disso, foi deliberado, por unanimidade, o apoio à candidatura de Lineu Candieiro, presidente da ANJE, à presidência da Confederação das Associações Econômicas de Moçambique (CTA). As eleições para a CTA estão marcadas para maio próximo.

A escolha dos membros para os três principais órgãos – Mesa da Assembleia, Conselho Fiscal e Conselho de Direção – reforça, segundo Ildefunso, a necessidade de promover a coesão entre os órgãos sociais da CDTUR e criar grupos de trabalho especializados para organizar e otimizar o funcionamento das atividades, garantindo a sustentabilidade da associação.

Segundo o dirigente, atualmente, a atividade turística na província se restringe ao turismo de negócios, atraindo apenas instituições e profissionais para seminários e trabalhos temporários.

"O que temos agora é um turismo de negócios. São instituições que vêm realizar seminários, pessoas que vêm trabalhar. Mas uma pessoa sair de um país, cidade ou província para passear em Pemba, como antes na Praia do Wimbe, já não acontece. Isso praticamente acabou", afirmou Ildefunso.

Ele ressaltou que a imagem de insegurança prejudica gravemente o setor e que é urgente a adoção de novas estratégias para recuperar o turismo.

"Precisamos pensar em como podemos promover a província de forma diferente. Quando se fala em terrorismo, ninguém quer fazer turismo. O único segmento que ainda resiste é o de negócios. Precisamos nos preparar e criar um novo modelo de promoção e marketing, não só para Cabo Delgado, mas para todo o país. Moçambique, de forma geral, não está bem posicionado para atrair turistas", frisou.

Além do impacto da violência armada, as mudanças climáticas também representam um grande desafio para o setor. Hermenegildo Ildifunso destacou que é fundamental que as associações do setor participem ativamente de debates sobre o tema e busquem estratégias para minimizar os impactos ambientais.

"As mudanças climáticas sempre foram um desafio e nós, como associações de turismo, temos que fazer parte desses grupos temáticos para entender como ultrapassar. É por isso que é importante termos associações fortes, porque quando somos convidados para esses debates, não estamos lá como indivíduos, mas como representantes de uma coletividade", afirmou.

Apesar dos desafios, o presidente da CDTUR garantiu que o sector continuará a lutar para manter-se ativo e contribuir para o desenvolvimento econômico da província e do país.

"O turismo já está comprometido há muito tempo, mas continuamos a lutar, porque é disso que vivemos, é o que sabemos fazer. Acreditamos que o turismo é um setor estratégico, capaz de impulsionar o desenvolvimento do país, pois é uma atividade transversal", concluiu.

Apesar dos desafios impostos pela insurgência e pelas mudanças climáticas, Cabo Delgado possui um enorme potencial turístico. A província destaca-se por suas praias paradisíacas, como a icônica Praia do Wimbe, em Pemba, e o arquipélago das Quirimbas, conhecido por suas águas cristalinas e biodiversidade marinha.

Além das praias, a região abriga o Parque Nacional das Quirimbas, um dos principais destinos de ecoturismo em Moçambique, oferecendo safáris e experiências de contato com a natureza. A cultura local também é um grande atrativo, com manifestações artísticas e tradições que enriquecem a experiência dos visitantes.

No entanto, para que o turismo volte a florescer, é essencial garantir segurança e infraestrutura adequada, além de estratégias eficazes para reposicionar a província no mapa turístico de Moçambique e do mundo.(x)

Por: Zumbo FM Notícias

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