A juventude de Cabo Delgado ainda enfrenta grandes dificuldades para conseguir emprego, e a corrupção tem sido apontada como um dos principais obstáculos. Em entrevistas à Zumbo FM Notícias, alguns jovens da residentes em Pemba demonstraram frustração com a falta de oportunidades e relataram que, ao buscar emprego, muitas vezes se deparam com exigências de pagamento para garantir uma vaga o que, para quem não tem recursos, abre caminho para práticas como o suborno.
Fernando Atanásio Assamo explicou que as oportunidades são escassas e que a corrupção impede que os reais problemas da juventude sejam resolvidos.
"As oportunidades são poucas. Podem até existir, mas as pessoas que estão à frente não fazem por concretizar aquilo que é a nossa realidade."
Assamo acredita que o diálogo entre governo e juventude pode ser uma solução eficaz:
"A princípio, diria que é a corrupção o principal problema. Para melhorar, é preciso haver diálogo entre o governo e os jovens. Conversar é a forma de mudar essa situação."
Outro jovem, Válio Cussuaio, considera que o sistema atual nega espaço aos recém-formados, deixando-os sem perspectivas após anos de formação.
"Há falta de oportunidades porque o próprio governo, tanto ao nível central como provincial, não admite novos membros. Nos últimos cinco anos, quem sai de uma escola técnica ou universidade fica de braços cruzados. E as poucas escolas técnicas que temos ainda não são suficientes."Disse
Para ele, a corrupção está no centro do problema:
"O que traz todo esse desafio é a corrupção acentuada. A nossa província atingiu um nível alarmante, onde cada oportunidade tem um preço. Tudo exige pagamento."Relatou
Válio sugere medidas concretas.
“É preciso combater a corrupção. Aquele cabrito que come onde está amarrado deve ser desamarrado. Também é urgente abrir vagas na polícia, na educação, na saúde e em outras áreas.”disse
Binasira Abdulai, também jovem residente em Cabo Delgado, relata que, apesar de ter concluído a formação, continua desempregada há anos. Ainda assim, mantém a esperança.
“Enfrentamos várias dificuldades, principalmente com o emprego. Muitos de nós concluímos a formação, mas mesmo tentando, não conseguimos nada. Às vezes nos pedem dinheiro para conseguir um trabalho. Ainda assim, não desistimos. Temos energia e esperança.”
Ela clama por mudanças concretas.
"Desejo que a corrupção acabe. Quando procuramos emprego, ninguém deveria pedir dinheiro. Dizem: ‘traz 50 mil para conseguires o emprego’. Isso precisa mudar. Queremos apoio para iniciar negócios. Temos ideias e vontade, mas faltam oportunidades." Relatou. (x)
Por: Zumbo FM Notícias
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