Na próxima quinta-feira, 10 de Junho, às 18h00, a Fundação Fernando Leite Couto, realiza o espetáculo "Grito de socorro", do jovem músico moçambicano, Radjha Ali.
O espetáculo tem como objetivo evocar um clamor, através da música e dança, pelas vítimas dos ataques terroristas em Cabo Delgado. Através da manifestação artística, o músico Radjha Ali pretende despertar pessoas singulares, instituições e demais intervenientes de modo a encontrarem uma solução o mais rápido possível para o término dos conflitos que se registam em Cabo Delgado, que provocaram vários deslocados em quase todo o país.
O vocalista Radjha Ali far-se-á acompanhar por Nando Morte (percussionista), Sílvio Ferrão (guitarrista), Yoctan Glory (baixista).
Raja Chababe Ali, ou simplesmente Radjha Ali, seu nome artístico, é um cantor e compositor moçambicano com uma carreira promissora pela frente. Nasceu no distrito de Muecate na província de Nampula, onde viveu com seu pai até 2005, altura em que teve que vir a Maputo, mais concretamente à Manhiça, para cumprir com o serviço militar obrigatório.
Radjha conta que sua paixão pela música é descoberta ainda na infância. Ele fazia imitações de algumas músicas indianas devido ao impacto e à influência dos filmes que via na altura.
Decidiu então apostar na carreira musical em 2004, quando entrou para um concurso musical, onde depois do casting foi um dos apurados, mas, com o inicio da vida militar no ano seguinte, não pode participar.
Radjha fez saber ainda que sempre teve o apoio da família quando decidiu apostar na sua carreira musical e, que, apesar de ter sido advertido desde cedo sobre os riscos de ser músico em Moçambique, nunca pensou em desistir. Tanto que decidiu fazer o curso de licenciatura em música na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, (ECA-UEM).
A saudosa Zena Bacar, da banda Eyuphuro, e o cantor Lokua Kanza são as grandes inspirações do Radjha, mas sem deixar também de mencionar outros artistas bem conceituados do nosso país, nomeadamente: Hortêncio Langa, Roberto Xitsondzo, Moreira Chonguiça e Jimmy Dludlu.
O músico identifica-se com os estilos Afro e Afro Jazz. E porque é um artista que acompanha as tendências e está por dentro do que está a acontecer no nosso país e no mundo, contou que tem usado as suas páginas das redes sociais para divulgar medidas de prevenção ao novo coronavírus e divulgar seus trabalhos.(x)