António Guterres foi empossado nesta sexta-feira, 18, para um segundo mandato de cinco anos no cargo de secretário-geral da ONU depois que a Assembleia Geral o aprovou por aclamação.
“Estou perfeitamente ciente das imensas responsabilidades que me confiam num momento tão crítico da história, ouso dizer, na iminência de uma nova era”, disse Guterres à Assembleia Geral após fazer o seu juramento e reiterou que “estamos realmente numa encruzilhada, com escolhas importantes diante de nós”.
O antigo primeiro-ministro português comprometeu-se a servir a todos os Estados membros igualmente, sem agenda, e a trabalhar para semear a confiança entre as nações.
“Também procurarei inspirar esperança de que possamos reverter as coisas, de que o impossível é possível”, disse, sublinhando que “a atitude é nunca desistir.”
A recondução de António Guterres aconteceu a 8 de Junho quando a sua candidatura, apresentada por Portugal, foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU.
“Na opinião do conselho, Antonio Guterres corresponde aos mais altos padrões de eficiência, competência e integridade, e um firme compromisso com os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, afirmou na altura o embaixador da Estónia, Sven Jurgenson, presidente em exercício do órgão.
A embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, também destacou que “as Nações Unidas se deparam com desafios históricos, incluindo uma pandemia global, efeitos da crise climática, fome e migração em massa, abusos dos direitos humanos e crises humanitárias” e sublinhou que Guterres demonstrou um “compromisso em fazer avançar a nossa acção colectiva para enfrentar esses desafios, bem como a missão das Nações Unidas".
Os desafios
A prevenção de conflitos e o combate às mudanças climáticas foram duas questões marcantes primeiro do mandato do secretário-geral, que, no entanto, deparou-se de repente com a pandemia da Covid-19, que ele tem dito ser uma oportunidade para "reconstruir melhor".
Entretanto, organizações de defesa dos direitos humanos têm criticado António Guterres por não ser enfático em relação aos abusos dos direitos humanos por parte da China, Rússia, Estados Unidos e seus aliados.
“Com a sua reeleição, o secretário-geral deve começar a chamar todos os Governos que cometem abusos de direitos humanos, incluindo aqueles que são poderosos e protegidos”, defendeu Louis Charbonneau, director da ONU da organização não governamental Human Rights Watch.
Entretanto, funcionários da ONU dizem que tais críticas são injustas e que Guterres tem denunciado os abusos tanto publicamente como nos encontros mantidos com os líderes políticos. (x) Fonte: VOA