aim logo

aim logo

segunda-feira, 21 junho 2021 06:50

Cabo Delgado: Artista plástico expõe obras retratando o terrorismo

O artista plástico e amante da literatura e escultura, Nelson Colete, baseado na cidade de Pemba, falou em exclusivo a Rádio Zumbo FM dos desafios por ele enfrentado no âmbito dos ataques perpetrados por homens armados desconhecidos a norte de Cabo Delgado e da Pandemia que é famosa pela capacidade de dizimar vidas e criar retrocesso a economia mundial, onde deu a conhecer que estão em andamento 3 obras que retratam o parar das armas em Cabo Delgado.

“Tenho três quadros que eu comecei no princípio do mês passado, mais ainda estou tentando completar com ideias, porque na medida em que eu trabalho e penso que já terminei, saio para rua e deparo-me com uma nova situação relacionada a essas duas situações, da covid assim como da insurgência e a pintura ainda me pede para acrescentar mais, então é isso que não me faz terminar, mas tenho 3 obras em processo” – disse Nelson Colete

Questionado em que consistia a iniciativa de expor quadros relacionados ao terrorismo, Nelson Culete respondeu o seguinte.

“Eu sendo artista e apreciador do que faço, penso que é uma maneira de incentivar os outros a tentar apoiar a causa, seja pelo apoio aos que se deslocam e expor uma mensagem que diz que a arma não é a solução, se existe algo que deve ser feito, eu acredito que na base do diálogo pode se conseguir e pode-se alcançar entendimento e paz, em vez de usar armas para tirar vidas de pessoas inocentes, que nem sabem de que parte surge essa situação e onde é que termina”.

Nas obras o artista destacou a cor vermelha, que representa o sangue que é derramado, a cor branca que simboliza a paz e tranquilidade que todos pretendem e almejam e a cor preta, que representa o continente em que tudo está a acontecer.

“Eu trabalho mais com três cores nestas obras, a cor vermelha que representa a questão do sangue que se derrama, o branco também que uso na medida em que falo da situação clamorosa, também tenho que pôr o pedido de paz e sabemos que paz é simbolizada pela cor branca e a cor preta que é o continente africano. É difícil encaixar as três cores, mas acredito que estou fazendo coisa boa”.

Na mesma altura, Nelson Culete, referiu que os seus colegas de profissão já vêm a bastante tempo enfrentando dificuldades, mesmo antes da covide-19 e nem pelo terrorismo, e que nunca parou de incentivar a juntar os esforços para ultrapassar qualquer tipo de barreira.

“Aqui temos maiores desafios, não é por questão da Covid e nem por questão da insurgência, para o artista daqui as dificuldades são maiores, é quase minha rotina ouvir sempre reclamações dos meus colegas fazedores dessa arte em todas as vertentes, mas eu não paro de incentivar, porque eu sinto que eles estão a passar, já lamentei por estar numa fase muito difícil sem a oportunidade que tenho hoje que graças a Deus e ao meu esforço também. Eu sempre defendo que quem fizer trabalhos bons, acredito que terá oportunidades inesperadas no futuro. Nós não sabemos tudo, mas quando fazemos aquilo que impressiona as pessoas, tudo é possível.”

Como nota de fecho, Nelson Culete, disse que há falta do espírito de correr atrás das oportunidades na juventude, optando pelo dinheiro fácil, que por vezes trás consequências graves.

“Em termos de sacrifício, parece que a juventude está muito distante disso, a maior parte da juventude quer tudo fácil, é o que está a acontecer, porque se calhar alguém promete dar, de uma hora para a outra, 100 mil meticais e o jovem já pensa que é o melhor caminho para conseguir dinheiro, sem saber que aquilo que vem de uma maneira fácil pode ser difícil depois. O que eu daria como incentivo, seria abraçar aquilo que a pessoa sabe fazer e faz bem, pode ser útil amanhã, porque nem todos nasceram para ser doutor, somente apostando no que o jovem sabe fazer, com garra e fé, futuramente tudo dará certo.” – concluiu Nelson Culete artista plástico e amante da literatura e escultura.(x)

Visualizado 180 vezes