aim logo

aim logo

sábado, 26 junho 2021 14:52

Cabo Delgado: Artista plástico Elias Tamangila preocupado com a falta de instituições que defendem direitos de Autor

O artista plástico Elias Tamangila sediado na cidade de Pemba, falou à Rádio Zumbo FM da falta de eventos ligados aos apaixonados pelo pincel e tinta e da falta de reconhecimento dos artistas plásticos à nível de Cabo Delgado.

Segundo Elias Tamangila há carência de documentos relacionados aos direitos do autor, falta de workshops, estatuto ou documento que defenda as obras de certo grupo de artistas.

"A nível local há carência de estatutos que defendam certo artista, há falta de um determinado cartão que identifica que este é um artista, tenho que ser artista e ter um cartão que me identifica e amanhã me proteja, então a direcção ou casa da cultura têm a obrigação de criar workshops ou eventos para difundir esse tipo de informações para mostrar a importância de legalizar seus trabalhos. Temos que ter documentos relacionados aos direitos do autor, porque eu posso ter uma obra e alguém pode plagiar e eu que sou protagonista da obra posso tentar reivindicar e não ter algo que possa me defender." - disse Elias Tamangila.

Questionado se tem obras relacionadas ao terrorismo Elias disse "Por enquanto não tenho nenhum quadro que expus a respeito, mas fiz uma pintura que foca mesmo esse aspecto, que é o clamor da paz, porque a província especificamente precisa desta tranquilidade. A cor mais marcante na pintura é a cor branca com o significado de paz, tem uma pomba branca também que simboliza a paz, a cor verde que é mais esperança e produtividade, nalgum momento também claro que coloquei a cor vermelha que simboliza tristeza, mas coloco a cor vermelha com uma quantidade muito reduzida simplesmente para alertar que já basta a guerra”.

Tamangila fez saber que o objetivo de expor retratos ligados ao clamor de paz é de fazer chegar a quem de direito no sentido de acabar com os atos macabros protagonizados pelos terroristas.

"Um dos objetivos de expor retratos queira na parede ou na tela é consciencializar a quem de direito para que trabalhe no sentido de acabar com esses atos macabros protagonizados pelos terroristas, também serve para sensibilizar o povo porque afinal de contas alguns inimigos são nossos irmãos que pela má fé ou por certas necessidades negativas aceitam se integrar e prejudicar o seu irmão, então visto que é um aspecto muito negativo, então os artistas plásticos expressaram o sentimento com a tinta e o pincel".

O artista plástico acredita que as artes visuais, pinturas, esculturas servem também como forma de expressar a preocupação pela segurança, assim como os artistas cantam e os poetas declamam poemas, falando de determinado assunto.

"Eu julgo que as artes visuais, esculturas, pinturas, são formas de se expressar, assim como os poetas que declamam poemas, os músicos cantam expressando sentimento, nós também pintámos as telas, murais para expressar o sentimento, claro que quem observa e descodifica as mensagens patentes nas obras sente-se tocado, porque todo o mundo tem sentimentos mesmo esse bandido, esse terrorista, tem sentimentos e tem suas vantagens, mas não são vantagens que ajudam ao povo, então nós tentamos criticar dando observações que esse caminho é negativo para o povo e para o seu próprio futuro" - frisou o artista plástico.

Elias Tamangila acredita que um dos grandes problemas por parte dos jovens é o espírito de ganho imediato, sem precisar sacrificar-se para atender determinadas necessidades, o que por vezes leva a caminhos negativos.

"Eu acho que os jovens necessitam se despertar, porque muitos deles só querem aquilo que é ganho imediato, não têm um projeto a médio ou a longo prazo, acredito que cada pessoa tem um certo dom e sabe fazer alguma coisa, exceto na vertente em que sei que tenho dificuldades em fazer alguma atividade ou ainda não me descobri, tenho que procurar alguém com certa experiência, alguém que tem um conhecimento prático, para aproximar e aprender. Penso eu que a juventude carece desta dádiva de auto observar e aprender alguma coisa além de estudar que é o alicerce da vida, e parar de pensar naquilo que é o ganho imediato, porque o ganho imediato leva nos a ter alguns vícios mentais de ser coagidos com um valor alto e nos integrar aos grupos só para criar a instabilidade. Então jovem não pode se estagnar, deve procurar alternativas positivos na arte, desporto até no empreendimento" - concluiu Elias Tamangila.(x)

Visualizado 256 vezes