Ainda não está em Moçambique a força militar conjunta da SADC destacada para combater o terrorismo na província de Cabo Delgado, no extremo norte do país. A vinda desta força, inicialmente prevista para o passado dia 15 de Julho, foi aprovada na última cimeira da SADC que teve lugar em Maputo e foi anunciada pelo chefe de Estado, também comandante em chefe das forças de defesa e segurança de Moçambique, Filipe Nyusi.
A demora da chegada das tropas da SADC inicialmente prevista para o dia 15 deste mês, começa a preocupar as organizações da sociedade civil. Dá voz ao manifesto, Dércio Alfazema, director de projectos do Instituto para a Democracia Multipartidária IMD.
"Encaramos a vinda da SADC com grande expectativa no sentido de que temos uma agenda urgente que é de garantir a estabilidade em varrido distritos de Cabo Delgado e até em toda a província e na região norte mas, também encaramos com grande preocupação as desinteligência que vamos acompanhando", declara o activista.
Um sentimento que domina no seio das organizações da sociedade civil moçambicanas, muitas questões se levantando sobre o que estará a acontecer. A força militar conjunta da SADC era esperada no dia 15, o que não aconteceu, mas governo garantiu através do ministro da defesa que as condições estavam criadas para o seu acolhimento.
Ao contrário e como anunciado, as tropas ruandesas, país que não faz parte da SADC, já estão em Moçambique e em Cabo Delgado, onde vão combater os grupos terroristas lado a lado com as tropas moçambicanas, no âmbito de uma missão inicial de três meses.
Desde o começo dos ataques em Cabo Delgado, em Outubro de 2017, registaram-se mais de 2.800 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e foram contabilizados 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.(x) Fonte:RFI