aim logo

aim logo

quinta-feira, 29 outubro 2020 00:33

Filipe Nyusi diz que já começou o diálogo com a autoproclamada Junta Militar da Renamo

Na abertura da reunião anual das autarquias locais, Nyusi revelou que, apesar do último ataque registado no domingo, mantém-se a trégua para que o dialogo possa ocorrer tranquilamente.

“Apesar da ponderação e da trégua que anunciei no dia 24, sábado, a Junta Militar voltou no dia 26 de Outubro, domingo, pelas 18 horas, a disparar contra um autocarro de passageiros no troço entre Zove e o Rio Gorongodzi, no Distrito de Chibabava na Província de Sofala”, revelou o Presidente, para depois assegurar que “mesmo assim mantenho a minha posição de não perseguir para dar espaço a estes contactos que estão a ser estabelecidos".

Filipe Nyusi reiterou que a instrução dada à FDS vai manter-se “de modo a dar tempo e espaço para que possam decorrer serenamente os contactos sem ruídos e precipitados”, escusando-se a revelar os detalhes do que está na mesa de diálogo com Nhongo.

"Sabe-se que todos os contactos que desenvolvemos e inclusive o último que desenvolvi (com Ussufo Momade, presidente da Renamo), os passos e os contactos não entraram na pauta, mas os contactos estão a decorrer, não há espaço para muitas sugestões para fazer isto mais aquilo, mas essas exigências acontecem no dialogo que não estão a ser necessariamente feito por mim”, acrescentou o Presidente, sugerindo também o envolvimento da Renamo.

“Apelo a Renamo para que não se distancie porque os argumentos que têm sido colocados referem-se directamente à Renamo por causa da não concordância, então o elemento chave neste aspecto também é a Renamo, não fica bem entrarmos numa casa do vizinho sem que o próprio vizinho participe, mas o vizinho tem que estar presente e aceitar a participação", defendeu Filipe Nyusi.

Entretanto, o secretário-geral da Renamo, José Manteiga, diz que o partido ainda não foi oficialmente informado sobre este diálogo e que "qualquer pretensão ou qualquer reivindicação de pôr em causa a liderança da Renamo não procede porque o presidente Ussufo Momade é um Presidente legítimo e escolhido pelos membros e simpatizantes da Renamo”.

Manteigas considera ainda que “este é um problema de insegurança que está a ser criado pela violência que surge dos actos perpetrados por este grupo”, e sublinha que “se este grupo de moçambicanos tem alguma inquietação acreditamos que o melhor sitio e o melhor fórum é num diálogo”.

Nhongo impõe condições

Como a VOA notiticou ontem o líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, garantiu que vai criar uma espécie de um corredor de diálogo com o Governo, se a intenção do Presidente for “realmente honesta” de pacificar o país, particularmente a região centro de Moçambique, que voltou a ser assolado por ataques em estradas e aldeias desde agosto de 2019.

Para o líder dissedente, o Governo devia primeiro criar condições e ambiente de confiança, apropriados para o diálogo, e negociar o próprio cessar-fogo com o grupo, o que iria permitir medir as intenções das partes.

“Eu só enviarei homens para preparar as negociações se tiver certeza que a intenção da Frelimo (Governo) é verdadeira, se não for para sequestrar”, precisou, Mariano Nhongo, quem salientou que as anteriores negociações fracassaram devido às inverdades do Governo.(x)

Fonte: Voz da América

Visualizado 483 vezes