As associações de taxistas angolanos em greve esta segunda-feira, 10 de Janeiro, na província de Luanda demarcaram-se dos actos de vandalização e arruaça registados no município do Benfica.
Os taxistas exigem que o governo angolano ponha no papel a permissão de circularem com a lotação máxima de passageiros.
Segundo Francisco Paciência, líder da Associação da Nova Aliança dos Taxistas de Angola, o ministro de Estado anunciou a permissão de circulação na televisão, mas ainda não a pôs por escrito. Francisco Paciência entende que os taxistas são "discriminados por serem proibidos de circular em muitas zonas pela polícia".
A paralisação foi convocada pela ANATA e pela Associação dos Taxistas de Angola e Associação dos Taxistas de Luanda. Os taxistas queixam-se do excesso de zelo dos agentes policiais de que são alvo e do mau estado das estradas e exigem profissionalização da actividade e formalização do anúncio do regresso à lotação a 100% dos transportes colectivos, feito na sexta-feira passada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.
Jornalistas sofrem tentativa de linchamento em Luanda
Esta segunda-feira, há relatos de jornalistas dos canais angolanos TV Zimbo e TV Palanca a dar conta que sofreram tentativas de linchamento quando reportavam incidentes em Luanda, onde decorre esta paralisação dos táxis.
Telmo Gama da TV Zimbo explicou que se encontrava com um colega, repórter de imagem, em Benfica, nos arredores da capital angolana, para acompanhar os tumultos na sede local do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder.
Ao longo do dia, houve estradas cortadas, enchentes nas paragens de autocarro e actos de vandalismo. Em Benfica foi incendiado o comité distrital do MPLA, obrigando a polícia de Luanda a intervir e deter 17 pessoas, supostamente envolvidas em actos de vandalismo, no distrito urbano.(x) Fonte:RFI