O Instituto Nacional de Petróleos (INP) defende que o sector bancário deve criar linhas de crédito bonificadas, para que as Pequenas e Médias Empresas (PME) consigam responder às oportunidades no sector de petróleo e gás. A ideia foi defendida, recentemente, em Maputo, durante a Conferência e Exposição sobre Mineração, Petróleo, Gás e Energia.
Quando faltam cerca de quatro meses para o início de um dos maiores investimentos no país, com a implantação da mais nova plataforma flutuante de liquefação de gás natural, na Bacia do Rovuma, intensificam-se os debates sobre o conteúdo local.
Só nos últimos anos, o sector angariou cerca de 50 biliões de dólares e o apetite das PME em relação às oportunidades na indústria do petróleo e gás é cada vez maior.
“São dados do Banco Mundial daquilo que é o investimento directo e estrangeiro na região da África Austral. É notório que Moçambique tem um grande avanço se comparado com as economias da região, e isto traz muitas ilações como também oportunidades de mudanças em relação ao conteúdo local”, explicou a representante do INP, Natália Camba.
Entretanto, a ausência de legislação específica para fazer face aos investimentos necessários continua a dificultar a participação do empresariado nacional.
Falando na Conferência e Exposição sobre Mineração, Petróleo, Gás e Energia, na sexta-feira, a representante do INP avançou que, num horizonte de 20 anos, Moçambique poderá colectar, em receitas, até 100 biliões de dólares.
Natália Camba convida ainda os bancos a financiarem, activamente, as empresas nacionais, para que sejam elegíveis a fazer parte da cadeia do gás natural.
“O crédito é elevado, então a banca tem um papel importante neste processo de acesso ao financiamento, e há muitas opções levadas a cabo por muitas entidades em que a banca participa, criando alguns fundos de maneio”, esclareceu a representante do INP.
Outros requisitos que minam a qualificação das empresas moçambicanas no circuito do Oil e Gás têm a ver com a contabilidade organizada, seguros e gestão.(x) OPais