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quinta-feira, 15 dezembro 2022 15:35

Resposta Humanitária para Moçambique tem 57% do dinheiro que pediu

O Plano de Resposta Humanitária para Moçambique conseguiu este ano pouco mais de metade do valor que procurava angariar para ajudar 1,5 milhões de pessoas no país, anunciou o mais recente relatório operacional.

 "No final de outubro, o plano estava financiado a 57%, tendo recebido 222 milhões de dólares [cerca de 210 milhões de euros]", lê-se no documento consultado hoje pela Lusa.

Esta plano junta informação de 48 organizações não-governamentais (ONG), moçambicanas e estrangeiras, bem como agências das Nações Unidas.

"Pelo menos 1,5 milhões de pessoas no norte de Moçambique precisam de ajuda para sobreviver como resultado do impacto contínuo de conflitos armados, violência e insegurança na província de Cabo Delgado", destaca o documento do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O conflito "tem aumentado a insegurança alimentar e desnutrição, com famílias forçadas a abandonar casas e campos", sendo que a irregularidade da chuva "agravou as perdas de colheitas".

"As necessidades humanitárias concentram-se nos distritos mais atingidos pela o conflito - Macomia, Mocímboa da Praia, Palma e Quissanga - bem como naqueles que abrigam o maior número de deslocados: Chiure, Metuge, Montepuez, Mueda, Nangade e Pemba", detalha o documento.

Algumas áreas da ajuda humanitária estão numa situação mais crítica, casos da educação, gestão de campos e resposta a deslocados.

O caso mais relatado ao longo do ano tem sido a redução de ajuda alimentar para cerca de 40% das necessidades diárias de cada pessoa.

De acordo com o documento do OCHA, os EUA são o maior doador do plano, responsáveis por cerca de dois terços do valor entregue até 31 de outubro.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.(x) Fonte: Noticias ao minuto

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