O Plano de Resposta Humanitária para Moçambique conseguiu este ano pouco mais de metade do valor que procurava angariar para ajudar 1,5 milhões de pessoas no país, anunciou o mais recente relatório operacional.
Esta plano junta informação de 48 organizações não-governamentais (ONG), moçambicanas e estrangeiras, bem como agências das Nações Unidas.
"Pelo menos 1,5 milhões de pessoas no norte de Moçambique precisam de ajuda para sobreviver como resultado do impacto contínuo de conflitos armados, violência e insegurança na província de Cabo Delgado", destaca o documento do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
O conflito "tem aumentado a insegurança alimentar e desnutrição, com famílias forçadas a abandonar casas e campos", sendo que a irregularidade da chuva "agravou as perdas de colheitas".
"As necessidades humanitárias concentram-se nos distritos mais atingidos pela o conflito - Macomia, Mocímboa da Praia, Palma e Quissanga - bem como naqueles que abrigam o maior número de deslocados: Chiure, Metuge, Montepuez, Mueda, Nangade e Pemba", detalha o documento.
Algumas áreas da ajuda humanitária estão numa situação mais crítica, casos da educação, gestão de campos e resposta a deslocados.
O caso mais relatado ao longo do ano tem sido a redução de ajuda alimentar para cerca de 40% das necessidades diárias de cada pessoa.
De acordo com o documento do OCHA, os EUA são o maior doador do plano, responsáveis por cerca de dois terços do valor entregue até 31 de outubro.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.(x) Fonte: Noticias ao minuto