Estimativas realizadas em 2022 pelas autoridades sanitárias em Cabo Delgado, indicam que 24.436 novas infecções por HIV ocorreram durante o ano na população em geral por várias vias de transmissão elevando assim o número de pessoas vivendo com o HIV e SIDA na província para mais de 154 mil.

A informação foi avançada esta quarta-feira, 10 de Maio de 2023, pelo Director Provincial de Saúde em Cabo Delgado, Magido Sabune, falando em Pemba, na abertura da XIII Reunião Provincial do Plano Nacional de Combate ao ITS e HIV/SIDA.

“As ações de prevenção devem continuar a serem refinadas em direção ao alcance de mais adolescentes pois são os que mais contribuem para as novas infecções na nossa provincia, este grupo populacional requer uma atenção muito especial devido a sua particular vulnerabilidade, nós não nos deixaremos vencer pelo cansaço e continuemos persistentes nas ações na promoção e contribuição gratuita de preservativos ao nível da população em geral”, disse Director Provincial de Saúde em Cabo Delgado, Magido Sabune.

Com vista a travar novas infecções por HIV e diagnosticar os casos, o Sector de Saúde em Cabo Delgado tem realizado várias ações de prevenção com destaque para a distribuição gratuita de preservativos e do auto-teste de HIV no seio das comunidades.

“Encorajamos a manter a aceleração das intervenções para alcançar e testar mais pessoas elegíveis, o auto-teste que também já temos ao nosso alcance, poderá impulsionar ainda mais o aumento de conhecimento de ser e estar das pessoas vivendo com o HIV/SIDA, sendo primeiro noventa e cinco das metas que nos comprometemos a alcançar até 2025”, referiu Magido Sabune.

O titular das pastas de saúde em Cabo Delgado disse ainda que mais de 80% entre as pessoas diagnosticadas com HIV/SIDA estão em tratamento antiretroviral.

“No âmbito das ações combinadas de resposta ao HIV temos vindo a melhorar a implementação de intervenções mais coordenadas e alinhadas entre os sectores governamentais, os parceiros de cooperação técnica e financeira e a sociedade civil em Cabo Delgado, mais de 80% entre as pessoas diagnosticadas com HIV/SIDA está em tratamento ante retroviral o que denota um grande progresso resultado do esforço e dedicação abnegada de todos os que acreditam ser possível alcançar metas estratégicas no controle da epidemia, neste caso vertente, o segundo 95% das metas da INSIDA”, afirmou Sabune.

O governo de Moçambique defende que as pessoas vivendo com HIV/SIDA têm os mesmos direitos que quaisquer outras pessoas, sendo inaceitável que sejam discriminadas, mas pelo o contrário, casos de discriminação têm estado a ocorrer nas comunidades.

“Um dos aspectos que nos preocupa grandemente é o estigma e a discriminação e que frequentemente são sujeitas as pessoas vivendo com HIV e também a população chave no sentido abrangente, a nossa conduta como profissionais de saúde deve espelhar o comprometimento com zelo e sem discriminação”, sublinhou Magido Sabune.

Magido Sabune apelou ainda aos profissionais de saúde:

“Encorajamos as equipas das unidades sanitárias para continuarem com as intervenções rotineiras de discussão de causas raiz que afectam a oferta dos serviços segundo os padrões estabelecidos e daí implementarem de forma consistente intervenções para a melhoria da qualidade, reiteramos ainda nesta ocasião a necessidade de se continuar a privilegiar intervenções que visam equilibrar o aumento da demanda aos serviços e tratamento anti retroviral e a qualidade assistencial”, disse Director Provincial de Saúde em Cabo, Magido Sabune.

A taxa de transmissão vertical de HIV/SIDA de mãe para o filho manteve estacionar de 2021 para 2022 em cerca de 15% na província de Cabo Delgado.

De referir que, a XIII Reunião Provincial do Plano Nacional de Combate à Infecções de Transmissão Sexual (ITS), do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e o Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), decorre neste ano na capital de Cabo Delgado sob o lema: “Juntos no fortalecimento da qualidade assistencial para o Controlo da Epidemia do HIV e SIDA”. O encontro conta a participação de profissionais de saúde de todos os distritos daquela província do norte de Moçambique.(x)

Por: Morais Selemane