A cidadã Vietnamita cujo a entidade omitimos foi detida nesta quinta-feira (08.06) na Cidade de Nampula, pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) acusada de tráfico de produtos de vida selvagem e de espécies proibidas, que foram apreendidos no passado dia 27 de Maio no Aeroporto Internacional de Julius Nyerere em Dar-es-Salam, Tanzânia, que havia sido dissimulada em caixas contendo lagostas vivas com destino final a Malásia.
Segundo o Porta-voz do SERNIC, Sumail Sabila, que falou em Conferência de Imprensa nesta Sexta-feira 09 de Junho do ano em curso, na cidade de Pemba, disse que a mercadoria apreendida no aeroporto de Tanzânia em Dar-es-Salam pertence a vietnamita e que a mesma teria oferecido um valor de 1 milhão de meticais aos funcionários envolvidos no escândalo, de modo a viabilizar a exportação da mercadoria com recurso a documentos falsos e uma empresa inexistente cujo nome Zein Mariscos Lda supostamente domiciliada em Pemba.
“Dos factos apurados por este Serviço de Investigação Criminal, constatou-se de que esta mercadoria pertencia a cidadã vietnamita que através do oferecimento de dinheiro, portanto, a esses funcionários públicos que fizemos menção, em valores avaliados em cerca de 1 Milhão, esses viabilizaram a exportação desta mercadoria usando documentos falsos e nome de uma empresa fachada que denominaram de Zein Mariscos Lda supostamente domiciliada nesta cidade de Pemba” - disse o Porta-voz, Sumail Sabila.
Quem terá facilitado a exportação da mercadoria, é um membro da Polícia da República de Moçambique (PRM) afecto no aeroporto de Pemba cujo a entidade não foi revelada, sem ter passado pelo processo de triagem no Raio X.
“De referir que através da facilitação e conivência de um membro da PRM afecto no Aeroporto Internacional de Pemba esta mercadoria entrou no recinto do aeroporto transportada numa viatura directo para o avião sem ter passado pelo processo de triagem e Raio X ou se quiser no Scanner instalado no respectivo aeroporto de Pemba” - explicou o Porta-voz, Sumail Sabila.
A cidadã vietnamita interrogada sobre a origem da mercadoria, distanciou-se das acusações e disse desconhecer a origem da mesma.
“Não, eu não sei, eu só vendo comida, eu trabalho há quatro anos só vender cerveja, eu não fiz aquilo, eu trabalho na loja vender cerveja e comida, eu não sei, tenho um amigo de Nampula que ajuda a vender roupa, cerveja e café” - nega a cidadã Vietnamita indiciada.
A mercadoria apreendida pelas autoridades tanzanianas, continha 16 caixas com 166 pontas de marfim, 05 caixas com ossos de animais selvagens, 20 dentes e 65 garras de Leão. Vindos de Pemba, transportados no avião da LAM, no voo TM460 que fazia percurso Pemba a Dar-es-Salam.
Devido a fortes suspeitas da prática de crime de abate, transporte e exportação de espécies protegidas, corrupção passiva para acto ilícito, contrabando, descaminho, uso de documentos falsos e associação criminosa, a Direcção Provincial do SERNIC de Cabo Delgado em coordenação com o Ministério Público, desencadeou diligências que culminaram na detenção de 9 indivíduos dos quais 7 moçambicanos vinculados em diversas instituições públicas, 1 tanzaniano e uma vietnamita tida como cabecilha da quadrilha.
Estão em curso de igual modo, investigações para identificação, localização e detenção de outros indivíduos envolvidos no tráfico de produtos de vida selvagem.
Portanto, foram lavrados autos e suspeitos apresentados ao Ministério Público para passos processuais subsequentes.
Entretanto, numa investigação que a Zumbo FM Noticias realizou e de Fontes Seguras, soube que o valor envolvido fora de 5 milhões, e que o intermediário usou apenas cerca de 800 mil meticais para subornar alguns funcionários da Linhas Áreas de Moçambique (LAM), Policia da República de Moçambique (PRM), Alfândegas afectos no Aeroporto Internacional de Pemba.
No Aeroporto Internacional de Pemba, de fontes seguras a Zumbo FM soube que a carga despachada fora cerca de 500 quilogramas e que o esquema de Tráfico de Produto de Vida Selvagem funciona no Aeroporto Internacional de Pemba há cerca de 12 anos.(x)
Por: Saide Issa Braz