Incrédulos, inconformados, impotentes
Rogando à Deusa dos Céus, que espere somente por mais uns instantes
Vemos doloridos tua alma, inexoravelmente seguir essa viagem sem volta
Ao chamamento do dono da vida, para onde o dia não tem conta.
Abraçados, ao incomensurável sofrimento pela tua ausência física
Como um náufrago desfalecido em mares tenebrosos de incendiária faísca
Choramos todas as lágrimas gordas da humanidade em pranto
Como só as viúvas e mães podem chorar a dor do sofrimento
Irreparavelmente queda-mo-nos no reviver os momentos que partilhamos
Nos concertos de Moz jazz, Moz coros, nos palcos de música internacionais
Onde como embaixador da arte e cultura de todo um povo em festivais
O som inconfundível da tua viola levou mensagens de amor em tuas canções
Para ecoar eternamente no ritmo da vida da alma das gentes em foliões
Inconsolados, Mestre! vamos prosseguir teus ensinamentos nos caminhos da arte
No dedilhar da forja de identidade cultural do nosso projecto de nação
E na sombra do teu legado, vamo-nos retemperar para criar esse homem novo, com arte
Que só conhece a justiça, solidariedade e amor fraterno entre os homens de coração.
Como órfãos, vamos celebrar na luz dos teus ideais, em cada momento,
A heroicidade e valor da arte, na identidade dos povos em qualquer canto,
A cidadania universal no coração de cada jovem patriota de vontade inquebrantável
A simplicidade de ser pai, avo, marido, irmão e amigo em dimensão inigualável.
Amigo!
À terra devolvemos com vénia honrosa teu corpo
Connosco,
Retemos o património universal dos momentos contigo vivenciados
Porque a morte,
Nunca mata aqueles que deram lições de vida de excelência!
Para sempre, Juntos!
Rwesy
Maputo, 13/03/21