No dia 5 de outubro de 2017, as brisas suaves que normalmente acariciavam Mocímboa da Praia foram cortadas pela destruição dos ecossistemas. O ataque que transformou aquela manhã em um lamento coletivo não foi apenas o início de uma insurgência, mas o começo de um pesadelo que se arrasta por sete longos anos, repleto de dor, medo e incertezas.
Sete anos se passaram desde que as balas começaram a ecoar, e a serenidade do cotidiano foi aumentando por um ciclo interminável de violência. As ruas, uma vez cheias de risos e esperanças, agora são cenários de um drama cruel, onde as memórias se entrelaçam com a realidade amarga de um conflito sem fim. As pessoas, outras vibrantes e cheias de sonhos, agora carregam em seus olhos o peso de perdas irreparáveis.
Coincidentemente, ontem, 4 de Outubro, celebramos o Dia da Paz, um marco que gravou a assinatura dos acordos de paz em Roma que encerraram uma guerra de 16 anos. Um dia de luz, mas que nos faz refletir sobre a escuridão que ainda persiste em Cabo Delgado. Se a paz foi possível em um passado recente, por que a sombra do terror ainda se abate sobre tantas vidas?
Neste dia, registamos não apenas as vidas ceifadas, mas também a resiliência das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que se tornaram baluartes de esperança em meio à tempestade. Com bravura inabalável, esses homens e mulheres se dedicaram a proteger as comunidades, enfrentando desafios inimagináveis. Cada patrulha, cada operação, é uma prova de coragem em um terreno árido de incertezas.
As cicatrizes da guerra estão visíveis nas estruturas danificadas e nas almas aflitas, mas também se manifestam a determinação das FADM em restaurar a paz e a segurança. Eles enfrentam a adversidade com um espírito inquebrável, buscando reverter o curso de um destino que parecia sombrio. Em cada ação, há um eco de esperança - a esperança de que a luz da paz possa um dia brilhar novamente nas terras de Cabo Delgado.
O sofrimento das comunidades não deve ser esquecido. As vozes das crianças que cresceram ouvindo o som do terror são um lembrete constante do custo humano deste conflito. No entanto, o trabalho das FADM é uma promessa de que esse ciclo pode ser rompido. A luta pela paz não é apenas uma batalha militar; é um compromisso com a dignidade, a justiça e um futuro mais brilhante.
Neste 5 de Outubro, ao reflectirmos sobre os sete anos daquele ataque em Mocímboa da Praia, somos chamados a lembrar que, mesmo nas noites mais escuras, existem aqueles que se levantam para lutar pela luz. Que possamos honrar a memória dos que perderam suas vidas e apoiar os que ainda lutam por um amanhã livre de sombras.
Que este dia, embora marcado pela dor, também seja uma oportunidade para renovar nosso compromisso com a paz e a solidariedade. Que a coragem das FADM inspire não apenas a nação, mas também o mundo, a acreditar que a esperança é uma força poderosa que pode, finalmente, prevalecer sobre o terror. Que a celebração da paz de ontem nos lembre de que a luta pela segurança e pela justiça deve continuar, com a certeza de que, assim como um dia o silêncio da guerra foi feito, a paz pode, um dia, também florescer em Cabo Delgado .
Um abraço de um pacato cidadão que ainda acredita em um Moçambique melhor e próspero.
Hoje é um bom dia!
Por: Rafael Cocorico
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