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Nangade é um distrito da província de Cabo Delgado, em Moçambique, com sede na vila de Nangade. Limita-se a norte com a Tanzânia, através do rio Rovuma, a oeste e sul com o distrito de Mueda, a sul e leste com o distrito de Mocímboa da Praia e a leste com o distrito de Palma. O distrito tem sido um dos mais afetados pelos ataques terroristas nos últimos anos.

Nesta segunda-feira, 18 de Novembro de 2024, o porta-voz da Direção Provincial da Migração, Ivo Sampahua, falou a jornalistas e avançou que, devido aos ataques terroristas, o setor viu-se obrigado a encerrar a fronteira de Chacamba, localizada no distrito de Nangade.

"Conhecemos o encerramento das nossas fronteiras no ano passado por causa dos ataques, mas atualmente temos apenas a fronteira de Chacamba, no distrito de Nangade, que se encontra encerrada. Há orientações do ponto de vista do Governo para avançar com a limpeza e a manutenção das instalações que lá existem, para que possamos proceder com a reabertura daquele posto. É o único posto que se encontra encerrado. Atualmente, torna-se necessário abordar a questão do posto especial de Afungi. Foi instalada uma força da migração no acampamento de Afungi, em Palma, para proceder com o movimento migratório dos cidadãos envolvidos nas atividades que decorrem naquele projeto", avançou Ivo Sampahua. (x)

Por: Esperança Picate

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O acampamento de trabalhadores da TotalEnergies, localizado na vila de Quitunda, na Península de Afungi, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, onde se encontram posicionados os grandes Mega-projectos de exploração do gás natural liquefeito, esteve fechado desde a semana passada devido a protestos realizados pelos moradores. A população local exige indemnizações pela exploração das suas terras, além da concessão de mais áreas para a prática de agricultura e outros projetos de desenvolvimento sustentável.

Na terça-feira, 19 de novembro de 2024, o Administrador de Palma, João Buchili, sem gravar a entrevista afirmou que as negociações entre a TotalEnergies e os moradores de Quitunda estão em andamento. O governante evitou dar maiores esclarecimentos sobre o assunto, alegando que não era a pessoa indicada para falar sobre o tema. No entanto, destacou que as partes envolvidas estão a trabalhar juntas para encontrar soluções viáveis.

“Estamos a buscar soluções por meio do diálogo”, afirmou Buchili, sem entrar em detalhes sobre o andamento específico das discussões.

A vila de Quitunda, situada a aproximadamente 24 quilômetros da sede do distrito de Palma, tem sido foco de tensões devido à exploração de terras para projetos da empresa multinacional TotalEnergies, responsável pelo desenvolvimento do projeto de gás natural na região.

Embora o Administrador tenha evitado revelar informações confidenciais, como os valores envolvidos nas indemnizações e o número exato de famílias que serão beneficiadas, ele garantiu que a situação está a ser monitorada de perto pelas autoridades locais. As negociações continuam com o objetivo de encontrar uma solução justa e pacífica para os moradores afetados.

Fontes apuradas pela Zumbo FM Notícias indicam que, o acampamento da TotalEnergies foi reaberto enquanto as discussões seguem em curso.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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O Governador da Província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, destacou nesta quarta-feira, 20 de Novembro de 2024, que o desenvolvimento da região não pode ser retardado devido aos desafios impostos pelo terrorismo. Ele fez esta afirmação durante a IV Conferência OMR-UCM sobre Conflito e Desenvolvimento em Cabo Delgado, promovida pela Faculdade de Gestão de Turismo e Informática da Universidade Católica de Moçambique.

Tauabo sublinhou que a falta de investimentos e a falta de articulação estratégica entre diferentes atores estão a dificultar o desenvolvimento e a criação de empregos na província.

"Não podemos adiar o desenvolvimento por conta do terrorismo. As circunstâncias não devem impedir que avancemos em áreas fundamentais, como o fomento massivo de empregos para os jovens, a criação de investimentos que aumentem o poder de compra das famílias e o crescimento económico. A falta de investimentos e de uma estratégia integrada entre os diversos actores só contribui para agravar o problema", afirmou.

Apesar dos desafios contínuos causados pela violência, o Governador enfatizou o compromisso de reconstruir os distritos afetados pelo terrorismo.

"Apesar dos obstáculos que ainda enfrentamos, especialmente em razão do fenómeno terrorista, continuamos com a tarefa de reconstruir os distritos afetados, providenciando serviços essenciais como saúde, água, eletricidade e sinal de telefonia móvel, além de alocar equipamentos e meios para garantir o funcionamento regular das instituições", disse Tauabo.

O Governador também apelou à colaboração de todos os setores da sociedade para que os ataques terroristas e a violência não prevaleçam.

"Queremos aproveitar este momento para exortar as organizações da sociedade civil, lideranças comunitárias, partidos políticos, confissões religiosas, funcionários públicos, instituições académicas e toda a população de Cabo Delgado a unirem esforços, dizendo não aos ataques, não à criminalidade e não à violência. Juntos, devemos trabalhar pelo desenvolvimento da nossa província", concluiu. (x)

Por: Esperança Picate

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São dados partilhados nesta quinta-feira, 14 de novembro de 2024, pelo Chefe do Departamento da Direção Pedagógica de Gestão e Garantia da Qualidade, Rachide Sualehe, que falava numa conferência de imprensa, no âmbito de preparação dos exames finais e início das matrículas da 1ª classe.

No âmbito de preparação dos exames finais e início das matrículas da 1ª classe, o Chefe do Departamento da Direção Pedagógica de Gestão e Garantia da Qualidade, Rachide Sualehe, deixou claro que a província está preparada para a realização dos exames finais de 2024 e que serão examinados 97.418 alunos na província, incluindo os do ensino primário e secundário.

"Relativamente aos detalhes, temos de dizer que, na 6ª classe, vamos submeter 59.490 candidatos aos exames. No ensino secundário, teremos um total de 37.928 candidatos para os exames, sendo que, para a 10ª classe, temos 23.204 candidatos e para a 12ª classe, 14.724 candidatos. Ao todo, temos 97.418 candidatos, como disse", afirmou Rachide Sualehe.

O calendário destes exames foi detalhado da seguinte forma:

- 6ª classe: A primeira chamada será nos dias 25 e 26 de Novembro e a segunda chamada ocorrerá 2 e 3 de Dezembro.
- 10ª e 12ª classes: Os exames começam 2 de dezembro. A primeira chamada da 10ª classe termina 5 de Dezembro e a da 12ª classe termina 6 de dezembro. A segunda chamada para o ensino secundário, tanto para a 10ª quanto para a 12ª classe, será realizada de 9 a 12 de Dezembro para a 10ª classe e de 9 a 13 de Dezembro para a 12ª classe.

Por outro lado, Rachide Sualehe esclareceu que alguns alunos se inscreveram para os exames finais, mas não frequentaram as aulas ao longo do ano letivo. Estes candidatos poderão realizar os exames na segunda chamada, que ocorrerá de 9 a 13 de Dezembro, exclusivamente para os alunos da 12ª classe.

"Temos candidatos externos, que são aqueles que se inscreveram para fazer os exames finais, mas que não frequentaram as aulas ao longo do ano. Estes candidatos externos vão fazer o exame na segunda chamada, ou seja, o exame deles coincidirá com os exames da segunda chamada, que será de 9 a 13 de Dezembro. Apenas os alunos da 12ª classe terão essa oportunidade", disse Rachide Sualehe.

O Chefe do Departamento garantiu que cerca de 97.418 alunos serão examinados na província, abrangendo tanto o ensino primário quanto o secundário. (x)

Por: Zaida Abdul

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A cidade de Pemba, em Cabo Delgado, está a enfrentar uma subida drástica nos preços de produtos alimentares essenciais, como óleo, arroz e açúcar, em meio à crescente instabilidade política no país. Esta situação tem pressionado ainda mais os bolsos dos cidadãos, já afetados pelas dificuldades económicas.

No Mercado Grossista Alto Gigone, um dos principais centros comerciais da cidade, foram observados aumentos significativos nos preços de produtos de primeira necessidade. O preço de 5 litros de óleo, por exemplo, subiu de 480 para 600 meticais.

Joana Nazário, uma utente do mercado, lamentou o impacto das manifestações violentas, apontando que essas ações estão a agravar a pobreza e a insegurança na região.

"Os impactos são negativos porque há subida de preços de produtos alimentares, e isso não está a ajudar o povo. Eu não estou a favor da greve violenta, porque muitos aproveitam essa situação para prejudicar os outros. Há muita morte e pobreza", declarou.

Georgina Afonso, outra frequentadora do Mercado Grossista, expressou o seu receio face à violência e apelou por uma solução pacífica.

"As coisas estão muito caras e não estamos a viver bem. Aqui em Cabo Delgado não vivemos em paz. Estamos a ver pessoas sendo agredidas sem saber os motivos. Eu gostaria que o governo resolvesse esta situação, porque não estamos a viver em paz. Temos medo, tanto de dia como de noite. Só queremos paz", lamentou Georgina Afonso.

Ernesto João, um morador da cidade, também manifestou a sua preocupação com os efeitos das manifestações violentas, apelando para que os protestos ocorram de forma pacífica, sem prejudicar o desenvolvimento e a paz na província.

"É necessário protestar, mas de forma pacífica, porque quando as manifestações são violentas, elas afetam o desenvolvimento e o processo de paz. Precisamos olhar para a realidade do nosso país, que ainda enfrenta conflitos, principalmente no norte. Apelo a todos para que se mantenham no diálogo e evitem a violência", afirmou.

Adélia Tomás, residente em Pemba, condenou igualmente a violência nas manifestações e recordou o contexto de terrorismo que a província enfrenta, pedindo aos cidadãos que se abstenham de participar em protestos tumultuosos. "Nós ainda vivemos com o terror do terrorismo que assola a nossa província. Não devem aderir a manifestações violentas. Podem protestar de acordo com a lei, mas de forma pacífica, sem vandalismo", aconselhou Adélia.

Estima-se que as paralisações e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, os prejuízos alcançaram cerca de 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros), com 151 unidades empresariais vandalizadas.(x)

Por: Nazma Mahando

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A província de Cabo Delgado, conhecida pelas suas paisagens paradisíacas e rica diversidade cultural, enfrenta uma grave ameaça ao turismo devido às manifestações e à persistência do terrorismo. Essa combinação de fatores já resultou em um elevado número de cancelamentos de reservas, colocando em risco a sustentabilidade do sector.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, o vice-presidente da Associação do Turismo de Cabo Delgado, António Macanije, afirmou que, caso a situação das manifestações persista, não haverá turistas a visitar a província.

“Não haverá turistas a visitar Cabo Delgado. Desde o início das manifestações pós-eleitorais, as instâncias turísticas têm enfrentado uma onda de cancelamentos massivos. Após as eleições, praticamente todas as reservas foram canceladas, e continuamos a receber novas notificações de cancelamento todos os dias,” explicou Macanije.

Até a última quarta-feira, mais de 255 reservas haviam sido canceladas, com a perspectiva de novos cancelamentos nos próximos dias.

“Mais de 255 reservas firam cancelada desde a ultima quarta-feira, Não temos clientes. As manifestações e o ambiente de insegurança estão a afetar gravemente o setor. Com a chegada do fim do ano, estamos preocupados. Se a situação persistir, a tendência será fechar algumas instâncias ou reduzir drasticamente o número de trabalhadores,” afirmou.

Macanije também destacou que a atual situação está a comprometer anos de esforços para atrair turistas e fortalecer o sector do turismo em Cabo Delgado. Ele teme que, sem ações urgentes para restaurar a estabilidade, a província possa enfrentar uma crise prolongada, com impactos negativos para as empresas e os trabalhadores locais.

“As instâncias turísticas estão vazias. O cenário não é promissor e, se não houver mudanças, será difícil manter as operações,” acrescentou.

Com a aproximação da época festiva, tradicionalmente um período de maior movimento turístico em Cabo Delgado, as perspectivas não são animadoras. O vice-presidente da Associação do Turismo apontou que o setor enfrenta desafios profundos.

“Não há reservas para o final do ano. Os turistas estão a evitar Cabo Delgado, e isso representa uma grande perda para o setor. Sem mudanças, o turismo na província pode sofrer danos irreversíveis,” concluiu. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, no âmbito da quarta fase das manifestações proclamadas por Venâncio Mondlane, deteve na Cidade de Pemba, nos dias 15, 16 e 17 do corrente mês, sete indivíduos acusados de criar barricadas e tentativa de queima de pneus.

A informação foi avançada nesta segunda-feira, 18 de Novembro de 2024, pelo chefe das Relações Públicas no Comando da PRM em Cabo Delgado, Aniceto Magome, que falava a jornalistas numa conferência de imprensa.

"Nos dias 15, 16 e 17 do corrente mês, temos registado focos de tentativa de queima de pneus e colocação de barricadas nos distritos de Pemba, Montepuez e no distrito de Metuge, que prontamente a polícia acabou intervindo nesses locais, fez-se reposição da ordem e o culminar destes atos, para responder a esses focos das manifestações, foi possível neutralizar 7 indivíduos que se encontram detidos", avançou Aniceto Magome.

A PRM apela e desencoraja a população a aderir às manifestações e insta para que optem pelo civismo e cidadania.

"Apelamos e desencorajamos todas as manifestações ilícitas, que podem criar atos de vandalismo, violência e desordem pública. Instamos a todos os cidadãos a pautarem pelo civismo, companheirismo e cidadania", apelou a PRM. (x)

Por: Esperança Picate

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A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 11 de novembro de 2024, pelo chefe das Relações Públicas do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, Aniceto Magome.
 
O caso ocorreu no dia 5 de novembro de 2024, no distrito de Mocímboa da Praia, no norte de Cabo Delgado. Um homem, supostamente vizinho das vítimas, atacou duas idosas, com idades entre 80 e 84 anos, desferindo vários golpes na cabeça das vítimas, o que resultou em suas mortes imediatas. Segundo Magome, após cometer o crime, o autor fugiu do local.
 
"Registramos um caso de homicídio agravado que ocorreu por volta das 20 horas do dia 5 de novembro deste ano, na vila municipal de Mocímboa da Praia. As vítimas, ambas do sexo feminino, com idades entre 80 e 84 anos, estavam em sua residência jantando, quando foram surpreendidas e agredidas pelo vizinho, que as golpeou na cabeça, causando-lhes morte imediata. Em seguida, o autor pôs-se em fuga", relatou Magome.
 
Magome acrescentou que a PRM destacou uma equipe multissetorial para investigar o crime, o que culminou na captura do suspeito.
 
"Foi destacada uma equipe multissetorial, composta pela PRM, SERNIC e profissionais da área de saúde, que realizou a perícia no local e efetuou diligências, culminando na captura do autor do crime. Ele foi detido e o processo foi encaminhado ao Ministério Público", concluiu.
 
Mocímboa da Praia é um distrito da província de Cabo Delgado, em Moçambique, cuja sede é a vila de Mocímboa da Praia. O distrito faz fronteira ao norte e nordeste com Palma, ao norte e noroeste com Nangade, a oeste com Mueda, ao sul com Macomia e Muidumbe, e a leste com o Oceano Índico.
 
Por: Esperança Picate
 
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A pesca ilegal de peixes juvenis continua a representar uma ameaça significativa para os ecossistemas marinhos de Cabo Delgado, colocando em risco a biodiversidade e comprometendo a sustentabilidade dos recursos pesqueiros na província.

O alerta foi dado pelo Delegado Provincial da Administração Nacional de Pesca (ANP), Acácio Mussa, durante uma entrevista exclusiva à Zumbo Notícias, realizada na manhã desta terça-feira, 12 de Novembro, no centro de pesca de Cumissiti, bairro de Paquitequete, cidade de Pemba, momentos após a cerimônia de divulgação dos períodos de defeso e veda das pescarias de camarão de superfície, caranguejo do mangal e polvo para a temporada 2024-2025.

"Os impactos da pesca são enormes para o próprio ecossistema. Se nós tiramos um produto que não atingiu a sua maturação, alguma coisa alteramos no seu habitat. Isso porque as espécies não crescem como devia ser, limitamos em termos de produção. Essas espécies não conseguem reproduzir porque, tiramos antes da fase de maturação", afirmou Mussa, destacando os prejuízos ambientais e econômicos causados pela retirada precoce de peixes do mar.

O delegado também sublinhou que, por muitos anos, as comunidades pesqueiras de Cabo Delgado viviam uma realidade em que espécies de peixes menores eram capturadas em grandes quantidades, sem qualquer benefício para a população local.

"Há algumas espécies em que, anos atrás, nós verificávamos que as espécies que se pescavam e a população não comia eram muito pequenas. Pescavam, traziam para a comunidade, e como ninguém comprava, acabavam deitando fora. Então, é o prejuízo para a nossa própria riqueza. Quem usa essas riquezas somos nós próprios moçambicanos, então, é prejuízo porque não conseguimos nem vender."

Em resposta a essa realidade, o governo tem investido na implementação de políticas de gestão pesqueira mais rigorosas, com o apoio dos Conselhos Comunitários de Pescas. Mussa ressaltou que esses conselhos têm desempenhado um papel fundamental na mudança de comportamentos e na conscientização das comunidades pesqueiras.

"Para além disso, conseguimos passar por este processo através dos Conselhos Comunitários de Pescas. Por isso, ultimamente não se verifica mais essa prática de pescar espécies juvenis. Todo aquele que circula nesta cidade de Pemba já consegue ver a diferença entre o que acontecia antes, há dois anos atrás, e o que está a acontecer agora, porque os nossos Conselhos Comunitários de Pescas estão a trabalhar neste sentido de evitar que essa prática seja recorrente nos nossos centros de pesca", explicou Mussa, no ambiente da cerimônia, que reuniu autoridades locais, pescadores e representantes da sociedade civil.

A eliminação de métodos de pesca destrutivos também tem contribuído para essa transformação. A prática de usar redes mosquiteiras, que antes causava grandes danos aos ecossistemas marinhos, foi amplamente erradicada.

"Eu confirmo a redução da pesca de peixes pequenos. Nós até praticávamos a pesca, por exemplo, com a questão da rede de arrasto, assim como redes mosquiteiras. Então, se fores a passar nos nossos centros de pesca, é difícil encontrar rede mosquiteira. Então, com a eliminação da rede mosquiteira, significa que essa pesca já não ocorre", afirmou Mussa, destacando as mudanças visíveis nas zonas pesqueiras de Pemba e arredores.

A cerimônia que marcou a divulgação dos períodos de defeso e vedação das pescarias de camarão de superfície, caranguejo do mangal e polvo para a temporada 2024-2025, reforça o compromisso de assegurar que os recursos pesqueiros da província sejam utilizados de forma responsável, garantindo que as futuras gerações também possam usufruir dessas riquezas naturais. (x)

Por: António Bote

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Mulheres grávidas, sem acesso a qualquer tipo de assistência médica, estão sendo forçadas a dar à luz em casa, colocando em risco suas próprias vidas e as de seus bebês. Este é o cenário aterrador que as mães de Mazeze enfrentam, um posto administrativo do distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, que foi severamente devastado por ataques terroristas no início de 2024.

A ausência de unidades de saúde e profissionais capacitados transformou um simples parto em um verdadeiro acto de sobrevivência, evidenciando a dramática falência do sistema de saúde local.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, esta terça-feira, 12 de Novembro de 2024, a Chefe do Posto Administrativo de Mazeze, distrito de Chiúre, Daniela Tunia, descreveu a precariedade do sistema de saúde local.

"As mulheres grávidas são obrigadas a dar à luz em suas próprias casas, o que coloca em risco a saúde delas e dos bebês. Infelizmente, temos que recorrer a esse método antigo, pois não temos outra opção. A situação é muito difícil e estamos aguardando que o governo, tanto a nível do distrito quanto na província, tome providências para restabelecer os serviços de saúde de forma eficaz", lamentou a Chefe do Posto Administrativo.

Daniela Tunia ressaltou que, embora as brigadas móveis tenham representado um esforço valioso, a falta de infraestrutura e de recursos médicos permanentes continua a colocar vidas em risco.

"Ainda não estão repostos, ainda não estamos a funcionar completamente. Só estão a funcionar brigadas móveis multisectoriais, que atendem em várias aldeias. Cada equipe realiza atividades específicas, como consultas para HIV, cuidados pré-natais e ECMI (Estratégia Combinada de Melhoria de Imunização). Eles vão de aldeia em aldeia, atendem, e depois retornam para a base. Essa tem sido a forma de tentar suprir a necessidade de cuidados médicos", afirmou Tunia, destacando a fragilidade do modelo emergencial.

A dirigente entende que a crise de saúde em Mazeze é um reflexo direto da violência que assolou a província de Cabo Delgado, destruindo não apenas casas e comunidades, mas também toda a estrutura de atendimento à saúde.

"Ainda estamos à espera de um plano mais robusto do governo, com apoio tanto a nível distrital quanto provincial. Não temos a capacidade local para resolver essa situação sozinhos", concluiu Daniela Tunia. (x)

Por: Nazma Mahando

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