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Ivan

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A nova Assembleia da República da 10ª legislatura foi oficialmente formada após a tomada de posse dos deputados eleitos nas eleições gerais de 2024. A FRELIMO e o Podemos, que detêm a maioria dos assentos, tomaram posse, enquanto os deputados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) decidiram se ausentar, alegando que aceitar sua posse significaria endossar uma alegada fraude eleitoral, que, segundo a oposição, teria ocorrido durante o processo eleitoral.

Neste contexto tenso e de grandes expectativas, o Bispo da Diocese de Pemba, Dom António Juliasse, fez duras críticas à postura dos parlamentares e, em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, 13 de janeiro de 2025, pediu maior responsabilidade e seriedade dos membros do parlamento.

Não queremos que tomem uma postura como a que nos habituaram anteriormente, uma postura infantil, muito concentrada em insultos. Isso é muito estranho. Esperamos que levem os problemas estruturais para o parlamento, e esperamos isso de todas as bancadas: Podemos, Frelimo, Renamo e MDM. A bancada da Frelimo, que é a maioritária desta vez, o povo espera que não entre no parlamento para defender interesses que não sejam os do povo, mas sim os interesses comuns de todos os moçambicanos. A Frelimo deve lutar para que a escolha do povo seja respeitada e fiscalizada, para que o nosso governo possa ter um bom desempenho. Uma boa Assembleia da República, fiscalizadora, garantirá que tenhamos um governo com bom desempenho.

Disse Dom António Juliasse, reafirmando a necessidade de uma atuação responsável e focada nos interesses nacionais.
O Bispo também ressaltou a importância do diálogo como ferramenta essencial para a resolução dos problemas do país, especialmente em um momento em que a violência e os conflitos continuam a afetar a população.

O diálogo é o caminho. Os moçambicanos devem resolver seus problemas utilizando o diálogo, e não as armas, como estamos vendo. Há tantas pessoas mortas. O diálogo é fundamental, e é preciso compreender que a razão não está apenas de um lado. Todos devem se sentar à mesa com honestidade e sinceridade, em prol do povo moçambicano. O que for válido para o bem do povo deve ser aceito por todos, para o bem de todos”, afirmou.

Além disso, Dom António Juliasse destacou a relevância de permitir que novos grupos políticos e figuras emergentes desempenhem um papel ativo nas mudanças que o país tanto precisa.

Não podemos ter receio do novo. Devemos abrir oportunidades para todos os moçambicanos. Não podemos falar apenas do desempenho inicial. Eles se uniram e concorreram como um partido nas últimas eleições, tiveram a sorte de ser eleitos ou o povo moçambicano encontrou credibilidade neles, ligados à vitória de Modalane. Agora, estão no parlamento. São novos, e o povo está atento. Sendo um grande partido da oposição neste momento, devem lutar verdadeiramente pelas mudanças que o povo espera”, disse o Bispo.

Em relação ao novo governo, Dom António Juliasse espera que o presidente eleito, que tomará posse no dia 15 de janeiro, traga propostas inovadoras e eficazes para o parlamento.

Também esperamos que o presidente eleito tenha a responsabilidade de trazer propostas inovadoras ao parlamento, com políticas mais abrangentes e eficazes, para que o governo seja realmente fiscalizado em nome do povo”, concluiu o Bispo.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A Margarida Talapa, uma das figuras mais influentes da política moçambicana, foi eleita nesta segunda-feira, 13 de janeiro de 2025, como Presidente da Assembleia da República, durante a cerimônia de investidura da X Legislatura, realizada na Cidade de Maputo.

Talapa torna-se a terceira mulher consecutiva a ocupar este cargo, consolidando-se como a segunda figura mais importante na hierarquia do Estado, atrás apenas do Presidente da República. A eleição foi marcada pela participação de 210 deputados, dos quais 171 da Frelimo e 39 do PODEMOS. Margarida Talapa recebeu 169 votos a favor, um número que reflete a ampla confiança depositada em sua liderança.

Com uma trajetória política notável, Talapa já ocupou posições de destaque, como Chefe da Bancada Parlamentar da Frelimo e, mais recentemente, Ministra do Trabalho e Segurança Social. Sua eleição simboliza não apenas um marco histórico para o parlamento moçambicano, mas também o reconhecimento de sua competência, experiência e compromisso com o país.

Em seu discurso de investidura, visivelmente emocionada, Margarida Talapa agradeceu aos deputados pela confiança e reiterou o seu compromisso com o fortalecimento da democracia, o respeito à diversidade de opiniões e o avanço do papel do parlamento no desenvolvimento socioeconomico de Moçambique.

Assumo este desafio com humildade e determinação, comprometendo-me a trabalhar incansavelmente para que a Assembleia da República seja um espaço de debate construtivo e de representatividade para todos os moçambicanos”, afirmou.

A eleição de Margarida Talapa reafirma a liderança feminina no parlamento moçambicano, contribuindo para a consolidação da democracia e para a promoção da inclusão e da igualdade de gênero na política do país.(x)

Por: Nazma Mahando

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Nos últimos anos, Moçambique tem sido severamente afetado por ciclones tropicais e outros fenômenos climáticos extremos, com grandes consequências para as populações e a infraestrutura, especialmente nas áreas costeiras. Esses eventos, cada vez mais frequentes e intensos, impõem riscos significativos para a segurança das comunidades e exigem ações contínuas de monitoramento e alerta. Neste domingo, 12 de Janeiro de 2025, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) emitiu um alerta sobre a tempestade tropical severa "DIKELEDI", que entrou no Canal de Moçambique e pode gerar condições climáticas extremas nas próximas horas.

O Comunicado de imprensa recebido na redação da Zumbo FM Notícias, emitido pelo INAM, detalhou que "durante a madrugada de hoje, 12.01.2025, a tempestade tropical severa 'DIKELEDI' entrou para o canal do Moçambique, pelas coordenadas 48.0E e 13.2S". A tempestade é prevista para trazer chuvas intensas e trovoadas severas, com ventos fortes, que deverão variar entre 63 e 88 km/h, principalmente sobre o Canal de Moçambique, ao norte do paralelo 18 graus sul. O INAM destacou ainda que "as ondas do mar poderão atingir alturas entre 4 e 7 metros", representando um risco elevado para as áreas costeiras e a navegação marítima. Esse cenário coloca as regiões mais vulneráveis, como as zonas litorâneas e áreas de navegação, em alerta máximo, uma vez que as condições meteorológicas podem deteriorar-se rapidamente.

As autoridades do INAM também informaram que, devido à intensidade da tempestade, é possível que as condições se agravem nas próximas horas, exigindo uma vigilância constante e a preparação para medidas de segurança mais rigorosas.

O alerta do INAM é válido até às 18 horas do dia 13 de Janeiro de 2025. Durante este período, as condições climáticas serão monitorizadas de perto, com novas atualizações previstas, caso a situação se altere ou se agrave.

Em face da situação, o INAM recomendou que sejam adotadas "medidas de precaução e segurança face à agitação marítima, ventos ciclónicos e trovoadas severas". O instituto sublinhou ainda que "a navegação no Canal de Moçambique deve ser suspensa, dado o risco de agitação marítima e ventos fortes".

O INAM continua a acompanhar de perto a evolução da tempestade tropical severa "DIKELEDI" e estará a emitir novas informações conforme necessário, com o objetivo de garantir que a população esteja sempre informada e preparada para lidar com os efeitos da tempestade. (x)

Por: António Bote

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A situação política em Moçambique atingiu um novo ápice de tensão na quinta-feira, 9 de Janeiro de 2025, com o confisco do passaporte de Venâncio Mondlane, um dos principais líderes da oposição, ao chegar ao Aeroporto de Mavalane, após quase três meses de exílio. A retenção do documento, efetuada pelos serviços migratórios do país, ocorreu no contexto de uma série de protestos liderados por Mondlane contra alegadas fraudes nas eleições gerais de Outubro de 2024.

De acordo com uma publicação nas redes sociais do seu assessor político, Dinis Tivane, a justificativa apresentada pelas autoridades de imigração foi que Mondlane havia renunciado ao seu estatuto de deputado da Assembleia da República. A explicação, conforme exposta na nota, argumenta que, por ter abandonado o cargo de deputado, o político deixou de ter direito ao uso do passaporte diplomático, que confere isenção de vistos em viagens internacionais.

No entanto, a explicação não convenceu os aliados de Mondlane, que consideram a medida uma clara tentativa de intimidação política. Tivane enfatizou que, apesar de sua desistência do cargo, Mondlane continua sendo um líder legítimo com uma ampla base de apoio, especialmente após a denúncia de resultados "fraudulentos" nas recentes eleições, que o colocaram como o segundo candidato presidencial mais votado.

O assessor não poupou críticas ao governo, acusando-o de agir de maneira autoritária e de utilizar o aparelho do Estado para intimidar aqueles que se opõem ao regime. "A retenção do passaporte é um sinal claro de que querem manter Venâncio Mondlane sob controlo. Estamos a enfrentar uma estratégia que visa silenciar a oposição, e esta é apenas a primeira parte do processo", declarou Tivane.

A tensão promete aumentar, com o assessor afirmando que serão tomadas medidas legais para reaver o passaporte de Mondlane, e prometendo expor os responsáveis por esta ação que considera ilegal. "Estamos a apenas começar. A luta pela justiça será implacável e vamos revelar toda a sujeira escondida por aqueles que confundem o Partido com o Estado", afirmou Tivane.

O incidente reacende o debate sobre a liberdade política em Moçambique e a crescente repressão contra os opositores do governo, alimentando ainda mais as críticas sobre a transparência das eleições de outubro e o clima de polarização política no país. As próximas ações legais e políticas de Mondlane e seus aliados podem desencadear novos confrontos no já volátil cenário político moçambicano. (x)

Por: António Bote

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Em Cabo Delgado, a onda de violência política segue sem trégua, com o assassinato do Chefe de Mobilização do Partido PODEMOS, Rachide Lamina, de 40 anos, na noite de segunda-feira, 6 de Janeiro de 2025, na aldeia de Intutupue, no distrito de Ancuabe. Este é o segundo assassinato de membros do partido em menos de uma semana, após a morte brutal de um outro activista em Montepuez, na última sexta-feira, 3 de Janeiro, onde o Chefe de Mobilização do PODEMOS local foi também assassinado de forma fria por desconhecidos.

Em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias realizada nesta terça-feira, 7 de Janeiro de 2025, o Coordenador do PODEMOS em Cabo Delgado, Singano Assane, detalhou os dois casos e fez duras críticas ao contexto de violência política crescente na província. Sobre o assassinato de Lamina, ele relatou que recebeu um telefonema entre 20h e 21h, informando que dois homens em um carro chegaram à casa de Lamina, chamaram-no e, após ele acordar, dispararam contra ele.

"Claro que sim, eu recebi um telefonema às 20h para 21h, os declarantes disseram que vieram duas pessoas com um carro, na casa de um dos nossos elementos, chamaram ele e ele acordou, logo dispararam contra nele. Perdeu a vida no local. Eles usavam roupa civil, a parte da viatura estava estacionada um pouco distante, logo na entrada da aldeia, logo quando tiraram a vida do nosso colega, eles entraram em fuga", explicou o coordenador, visivelmente abalado.

O assassinato de Lamina se soma a outro ocorrido em Montepuez, onde na última sexta-feira, 3 de Janeiro de 2025, o Chefe de Mobilização do PODEMOS foi também brutalmente assassinado.

"Na última sexta-feira, 3 de Janeiro de 2025, aconteceu o outro assassinato. O Chefe de Mobilização do PODEMOS em Montepuez foi brutalmente assassinado. O que estamos a viver aqui em Cabo Delgado é algo que não tem explicação, os membros do nosso partido estão sendo assassinados e ninguém faz nada para pôr fim a essa violência", afirmou o coordenador.

Com os dois assassinatos em um intervalo de poucos dias, a tensão entre os membros do PODEMOS e o governo local aumenta. O coordenador lamentou ainda a constante ameaça à vida dos opositores.

"Há dias nós chamamos a imprensa para ver que não venha acontecer mais, mas, por contrapartida, cada dia que passa os membros estão a ser ameaçados em assassinatos, e nós estamos limitados com o regime, porque isso acontece. O regime atual está afetando os nossos elementos, por isso, neste sentido, estamos a repudiar esse tipo de assassinatos e não podemos nos intimidar, porque agora já se trata de assassinatos, e isso não faz sentido para um cidadão", afirmou com firmeza.

O coordenador também acusou as forças de segurança, principalmente o SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal) e o SISE (Serviço de Informação e Segurança de Estado) de estarem envolvidas em ações de intimidação e violência contra membros do partido.

"Os assassinatos a nível da província, nós já sabemos que nunca um simples cidadão civil teve arma. Nós podemos já atacar o  e o SERNIC, esses é que estão a incriminar os nossos elementos. Por exemplo, em Montepuez, diziam que era a força local, mas a força local nunca andou com pistola. Simplesmente o SERNIC, a Polícia e o SISE é que andam com pistola. Por isso, a nível da província, há muitas ameaças", explicou.

O coordenador também mencionou outro atentado contra um delegado do PODEMOS: "O meu delegado ontem sofreu o mesmo atentado com pessoas do SERNIC. Quando eram 18 horas, o delegado mandou mensagem dizendo que sofreu um atentado agora, escapou da boca do leão, perto da casa dele, na zona do partido."

Em um apelo fervoroso, ele pediu ao governo da província que tome medidas imediatas para garantir a segurança dos opositores e acabar com o ciclo de violência. "Eu apelo ao governo da província de Cabo Delgado para que regularize esse tipo de atos, para que amanhã não se repitam as mesmas consequências que estão a passar os nossos membros. Não faz sentido um da oposição ser incriminado no nosso país, porque a pessoa que reside nesse país é o cidadão moçambicano e nós também devemos nos orgulhar. Não podemos nos intimidar como estrangeiros, o imposto que eles pagam, nós também pagamos o mesmo. Porque não é possível todo momento dizer que são desconhecidos", concluiu, com um tom de desespero e resistência.

Entretanto, o Chefe das Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, Aniceto Magome, disse estar desatualizado sobre o incidente.

A Zumbo FM Notícias soube de fonte segura que, após o assassinato, a população juntou-se a membros e simpatizantes do partido PODEMOS, e, incendiaram casas das estruturas locais, incluindo dos representantes do partido FRELIMO. (x)

Por: António Bote

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O país vive um intenso cenário pós-eleitoral devido às manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, Candidato Presidencial do partido PODEMOS, alegadamente pela injustiça eleitoral que Moçambique experimentou nas eleições de 09 de Outubro de 2024.

Nesta segunda-feira, 06 de Janeiro de 2025, a Zumbo FM Notícias ouviu, em exclusivo, académicos que defendem que as manifestações pós-eleitorais que Moçambique conheceu poderão comprometer a governação do próximo presidente da República, Daniel Chapo, que tomará posse no dia 15 de Janeiro de 2025.

O académico Ali Caetano defende que, com grande dificuldade, Daniel Chapo irá governar e realizar o seu manifesto eleitoral, visto que o país viveu momentos intensos com as ondas de manifestações. Contudo, Caetano lembra que o governo deve se destacar em momentos de crise, como o que Moçambique poderá enfrentar.

"Com grande dificuldade, porque grande parte dos manifestos políticos visam garantir a melhoria das condições das populações, que passam por um ambiente economicamente desfavorável. Nos próximos um ou dois anos, vamos ter consequências das manifestações que tivemos nos últimos dias. Então, o manifesto de Chapo está comprometido, o próprio Plano Quinquenal está comprometido. Mas é importante lembrar que, neste tempo de crise, os líderes ou os maiores líderes se destacam, então esperamos que Chapo e sua gestão consigam se destacar, mesmo neste tempo de crise", defende Ali Caetano.

O académico Zito Pedro entende que as expectativas da governação de Chapo são desafiadoras, pois a proclamação dos resultados eleitorais foi seguida de protestos. Portanto, a governação de Daniel Chapo poderá ser difícil, mas o académico avança que as manifestações serviram como uma lição e aprendizado.

"Eu penso que, em termos de expectativas, acredito que sejam realmente posições desafiadoras, primeiro porque sabe-se que esta eleição e a própria proclamação vieram seguidas de um leque de protestos. Então, penso que, de longe, a governação do próximo presidente será ancorada a estas questões. E o que, às vezes, tenho dito é que, apesar dos danos que a manifestação está causando até então, ela está servindo de alguma lição e aprendizado para quem vai efetivamente ocupar esta posição de chefe de Estado", defende Zito Pedro.

Zito Pedro conclui que Daniel Chapo já tem uma noção real de que existe uma camada social efetivamente insatisfeita, não por conta da eleição, mas contra a ação governativa do país.

"Agora será o Daniel Chapo. Eu penso que ele entra com um TPC: primeiro de entender, ele já tem uma noção real de que, efetivamente, alguma camada social, algum grupo, mesmo que seja minoritário, está insatisfeito. Não com a eleição dele, mas pela vida atual, pelo estado de vida do país, porque nem todos que estão a manifestar estão efetivamente contra a figura dele como pessoa, mas estão contra a gestão governativa", conclui Zito Pedro.

Ali Caetano termina com o mesmo posicionamento do académico Zito Pedro, afirmando que as pessoas se manifestaram não apenas pela liberdade eleitoral, mas pelos desafios que enfrentam dia a dia, desde a falta de alimentação, o acesso ao emprego, até a carência de medicamentos e de uma educação de qualidade.

"Nem todos que foram manifestar, foram votar. Grande parte deles foram sem cartão de eleitor e isso quem está a dizer são as estatísticas. Tivemos um nível de abstinência grave nas eleições, então isso mostra que as pessoas foram manifestar não apenas pela liberdade eleitoral, mas pelos desafios que enfrentam a cada dia: a falta de alimentação, o acesso ao emprego, a falta de medicamentos, a falta de educação de qualidade. E tudo isso fez com que as pessoas fossem às ruas manifestar", conclui o académico moçambicano Ali Caetano. (x)

Por: Esperança Picate

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Após abandonar a localidade de Mianguelewa, no distrito de Muidumbe, norte de Cabo Delgado, devido aos ataques terroristas ocorridos entre os dias 15 e 25 de dezembro do ano passado, parte da população começou a regressar de forma gradual.

Mianguelewa, localizada nas proximidades da Estrada Nacional 380, que conecta os distritos da região norte de Cabo Delgado, ainda enfrenta sinais de insegurança, o que faz com que o retorno seja cauteloso.

Em entrevista à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, (06.01.2025), o administrador do distrito de Muidumbe, João Casimiro, relatou que mais da metade dos habitantes deixou Mianguelewa após os ataques, mas o retorno começou a ser registrado.

“A população está a regressar aos poucos. A segurança mantém-se, mas houve reforço da presença das Forças Armadas de Defesa de Moçambique”, afirmou João Casimiro.

O administrador também destacou que mais de três mil famílias precisam de apoio humanitário na região devido à escalada da violência.

“Cerca de três mil famílias necessitam de ajuda humanitária. Mianguelewa é a única região que enfrentou essa ameaça recentemente no distrito”, acrescentou Casimiro.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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Em Novembro de 2024, a Zumbo FM Notícias trouxe à tona uma denúncia alarmante: ataques terroristas deixaram um rastro de destruição, com perdas humanas e materiais significativas, enquanto as autoridades locais lamentavam a ausência de forças de segurança na região.

Os relatos daquela época mostravam uma comunidade aterrorizada, sem qualquer assistência estatal imediata. Os moradores enfrentavam dias de angústia, enquanto os terroristas saqueavam, incendiavam casas e assassinavam indiscriminadamente.

A ausência de uma resposta rápida do Governo foi interpretada como negligência, aprofundando o sentimento de abandono entre a população.

Embora as autoridades tenham prometido medidas de reforço à segurança, a demora na chegada das tropas criou um vácuo que permitiu aos insurgentes se consolidarem como uma ameaça constante. Quando finalmente foi anunciado o envio de um contingente militar, já era tarde demais para recuperar a confiança da população.

Em 02 de Dezembro de 2024, o Governo enviou um batalhão de militares formado por soldados de Macarara e integrantes da Força Local, com o objetivo de estabelecer uma presença contínua em Mazeze. A estratégia previa que os militares permanecessem em sistema de rodízio mensal para garantir uma vigilância constante.

Entretanto, a recepção foi tudo menos pacífica. Conforme relatado por uma fonte anônima e bem posicionada no posto administrativo, entrevistada pela Zumbo FM Notícias nesta segunda-feira, 06 de Janeiro de 2025, a população reagiu com hostilidade e indignação.

"No dia 02 de dezembro de 2024, o Governo mandou um batalhão de militares. Eram aqueles militares de Macarara mais os da Força Local. Então, era para ficarem lá definitivamente e depois iriam fazer rendição, onde um grupo iria um mês, depois volta, vai o outro, assim sucessivamente. Era para garantir a segurança", explicou a fonte.

Mas a reação dos moradores expôs uma ferida aberta. "Vão para onde? Nós ficamos aqui com terroristas, não vieram nos acudir. Só hoje é que estão a chegar? Saíam daqui, voltem!", bradaram os residentes, indignados com a aparente negligência durante os episódios de maior violência.

A animosidade rapidamente se transformou em confronto. Segundo a fonte entrevistada, os militares, percebendo a crescente raiva da população, decidiram recuar. "Os militares voltaram. Daí, a população ligou a dizer: 'Você mandou esses militares? Quando nós estávamos a ser aterrorizados, estavam aonde?'", relatou.

O auge da revolta ocorreu quando a população, munida de catanas, paus e pedras, expulsou os militares.

"A população furiosa a se comunicar, cada um veio com catana, paus, pedras, querer desafiar os militares. Só que os militares não quiseram disparar, saíram por bem", revelou a testemunha.

Embora o Governo tenha reiterado seu compromisso com a estabilização da região, a demora inicial e a reação violenta da população deixaram cicatrizes profundas.

"É verdade que a segurança demorou, mas o Governo disponibilizou para os militares irem ficar lá definitivamente, que é para não acontecer aquilo o que vinha acontecendo de dizer que não tínhamos socorro", justificou a fonte.

Os próprios militares, diante da hostilidade dos moradores, expressaram preocupação com a segurança do administrador local.

"Não vale a pena você vir aqui com tudo isso o que nós vimos. Não pode vir aqui a só, vão te matar aquela gente aí", advertiram, referindo-se ao nível de raiva contida que presenciaram.

A situação foi descrita como crítica. "Aquela gente, nós vimos a raiva que tem. Aqueles aí devem ter criado terroristas aí, da maneira como estavam. Negar segurança! Isso não é normal. Aqueles, se não te matam a catana, podem pôr ratex. É muito complicado", alertou a fonte, destacando o estado de tensão latente.

O episódio em Mazeze não é um caso isolado. Ele ilustra a complexidade dos desafios enfrentados em Cabo Delgado, onde o atraso na resposta às crises e a desconfiança entre as comunidades e o Estado alimentam um ciclo de violência e instabilidade. A necessidade de uma abordagem mais eficaz, tanto no curto quanto no longo prazo, torna-se cada vez mais urgente.

Mazeze está localizado no distrito de Chiúre, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. A comunidade encontra-se a aproximadamente 180 quilômetros de Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado. (x)

Por: António Bote

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O silêncio da noite de sexta-feira, 03 de janeiro de 2025, foi interrompido por tiros que trouxeram dor e medo ao bairro Matuto 4, em Montepuez. Eram 21 horas quando o Chefe de Mobilização do Partido PODEMOS, uma figura central na luta política do distrito, foi brutalmente assassinado. Ao seu lado, uma mulher ficou ferida, mas sobreviveu.

Este ato violento ocorreu semanas após Montepuez ter sido palco de intensas manifestações populares contra os resultados das eleições de 2024. Durante os protestos, uma pessoa foi baleada pela polícia e perdeu a vida, enquanto várias outras contraíram ferimentos. Contudo, o assassinato do líder político não está relacionado diretamente com as manifestações, e os autores do crime ainda são desconhecidos.

"De facto, nós acabamos tomando conhecimento que ontem sexta-feira, no distrito de Montepuez pelas 21 horas, houve um baleamento no bairro Matuto 4. A polícia deslocou-se para lá, então confirma que houve dois cidadãos, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, teriam sido alvejados com arma de fogo. A cidadã do sexo feminino teria contraído ferimentos, mas está fora do perigo, enquanto que o cidadão dos seus 31 anos de idade teria perdido a vida no local", relatou o Chefe das Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Cabo Delgado, Aniceto Magome, numa entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, neste sábado, 04 de Janeiro de 2025.

A cena do crime, segundo testemunhas, estava marcada pelo desespero de moradores que não apenas perderam um líder, mas também viram a sombra da violência se alongar sobre suas vidas. Enquanto isso, uma equipe técnica composta pela PRM e pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) realizava as perícias no local. O corpo da vítima foi conduzido ao Hospital Rural de Montepuez.

"Houve uma equipa técnica que se deslocou ao local que é para efeito de perícia, em uma equipa multissectorial e que para além da polícia da PRM, esteve lá o SERNIC. Fez-se no local e daí, levou-se o corpo do finado para o hospital rural de Montepuez", detalhou Magome.

No entanto, o vazio deixado pela morte não será facilmente preenchido. Para os moradores de Montepuez, que já enfrentam instabilidade e desafios, a perda do Chefe de Mobilização do PODEMOS representa mais do que um crime – é um reflexo de tempos difíceis.

As autoridades afirmam estar empenhadas em esclarecer o caso e capturar os autores do crime.

"Neste momento, há trabalhos que estão em curso para o esclarecimento do caso e neutralizar os autores. Nós estamos a trabalhar com várias linhas que temos como informação, é no sentido de seguirmos e apurarmos qual delas nos leva aquilo o que é o resultado desejado, que é a neutralização, responsabilização das pessoas que cometeram este crime de assassinato", garantiu Magome.

A tragédia aprofunda a dor de um distrito que ainda tenta se reerguer após as recentes manifestações. A comunidade de Montepuez, agora imersa em luto e incerteza, aguarda por respostas enquanto tenta processar a perda de mais uma vida em meio a um cenário tão conturbado. (x)

Por: António Bote

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Apesar das tentativas de esclarecimento, o governo do distrito de Ancuabe não forneceu informações sobre os motivos da suspensão das atividades.

O Secretário Permanente do Distrito de Ancuabe, Saide Amade, em entrevista à Zumbo FM Notícias, nesta sexta-feira, (03.01.2025), afirmou não ter informações concretas sobre a situação.

“Não tenho dados substanciais sobre o assunto. Recomendo que falem com o gestor da empresa, pois não tenho informações sobre o retorno da exploração.”

A paralisação tem afetado profundamente a economia local, que dependia das operações da mina como uma das principais fontes de emprego e renda.

A mina de grafite de Ancuabe iniciou suas operações em 28 de junho de 2017 e foi vista como uma grande oportunidade de desenvolvimento para Cabo Delgado.

A mina é operada pela GK Ancuabe Graphite Mine, uma subsidiária da empresa alemã AMG Graphit Kropfmühl GmbH. No entanto, após mais de dois anos de paralisação, a incerteza sobre o futuro da mina e o impacto no desenvolvimento econômico da região permanecem.

A mina de grafite de Ancuabe, localizada no distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, encontra-se paralisada há mais de dois anos.

A suspensão das atividades de exploração tem gerado incertezas econômicas e sociais significativas para a região, que depende da mina para a geração de empregos e sustento das famílias.

Com um investimento de 12 milhões de euros, a concessão cobre aproximadamente 24.000 hectares e a mina tinha capacidade para produzir 9.000 toneladas de grafite por ano, empregando 100 pessoas da própria região.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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