A Secretária Geral da Organização das Mulheres Moçambicanas (OMM), Mariazinha Niquice, destacou a importância da humildade como elemento fundamental para a vitória nas eleições presidenciais de 9 de Outubro deste ano.
A declaração foi feita na Cidade de Pemba, onde Niquice chegou para uma visita de trabalho à Província de Cabo Delgado, com o objetivo de divulgar a pré-campanha eleitoral.
Durante o seu discurso, Niquice enfatizou que a humildade é crucial para o sucesso eleitoral.
“A humildade é a mãe das vitórias. Devemos ser humildes. Estamos realizando nossa campanha, e vocês também podem fazer o mesmo. Vamos divulgar nosso manifesto, que tem um caminho definido. A campanha começa no dia 24. Quando começarmos, não precisaremos falar sobre os outros ou mencionar seus nomes; focaremos no que faremos,” afirmou a Secretária Geral da OMM, Mariazinha Niquice.
Além disso, Niquice fez um apelo para que a mobilização dos partidos se concentre na prevenção de conflitos e agressões.
“Não queremos luta, não queremos sangue. Somos do partido Frelimo, um partido maduro e consciente. Sabemos que aqueles que saíram do nosso partido são nossos irmãos. Contudo, precisamos mobilizar para evitar conflitos. Eles sabem que, ao perderem, podem nos provocar e, depois, alegar que as eleições não foram transparentes ou justas,” acrescentou Niquice.
A visita de Mariazinha Niquice Secretaria Geral da Organização Mulher da Moçambicana (OMM) , a Cabo Delgado e sua mensagem são parte dos esforços da OMM para fortalecer a campanha e garantir um processo eleitoral pacífico e produtivo.
Niquice falou a membros e simpatizantes da Frelimo, destacando a importância do amor ao próximo como uma ferramenta essencial para restaurar a paz na região.
“Quando falamos de unidade nacional, acreditamos que é através do amor ao próximo que realmente podemos trazer a paz. Se nos sentimos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, e reconhecemos que Moçambique é indivisível, então somos um único povo. É dessa compreensão que nasce o amor ao próximo, e é por isso que estamos aqui mais uma vez para oferecer nosso apoio e encorajamento,” afirmou Niquice.
A Secretária Geral também fez um apelo às mulheres moçambicanas para intensificarem a vigilância e contribuírem para a estabilidade do país.
“Apelamos às nossas mulheres para que reforcem a vigilância. Com a nossa tropa e a nossa vigilância em conjunto, podemos aumentar a visibilidade e garantir uma maior tranquilidade para o país,” acrescentou.(X)
Por: Nazma Mahando
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O cidadão moçambicano Ernesto Valói, conhecido por “Boss Navara”, considerando um dos maiores caçadores furtivos de todos os tempos de Moçambique, foi esta sexta-feira, 16 de Agosto de 2024, condenado e sentenciado a 27 anos de prisão, 16 anos de multa, 11 milhões de indemnização ao Estado, e perda de bens no valor de 9 milhões e favor do Estado.
A quinta secção do Tribunal Judicial da Província de Maputo condenou, igualmente, o seu comparsa, Paulo Zucula, a 24 anos de prisão, 16 anos de multa, quatro milhões de indemnização a favor do Estado, e perda de bens no valor de 17 milhões a favor do Estado.
Os dois arguidos eram acusados por associação criminosa, uso de armas proibidas, branqueamento de capitais, exposição de pessoas ao perigo, uso de documentos falsos, financiamento ao terrorismo, crimes de venda ou compra de arma ilegal, crimes de venda e compra de carros ilegais, por caça furtiva e venda ilícita de recursos faunísticos e espécies proibidas, homicídios, alguns crimes que praticaram na vizinha África do Sul.
O Tribunal conseguiu provar os crimes de compra e venda de espécies proibidas (16 anos de prisão), associação criminosa (8 anos de prisão), e branqueamento de capitais (16 anos de prisão), segundo o Moçambique Bio.
O julgamento do “Caso Navara” teve o seu início no passado dia 26 de Dezembro de 2023.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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A província de Cabo Delgado, localiza-se no norte de Moçambique, enfrenta uma grave crise humanitária e econômica há mais de cinco anos, devido a ataques terroristas perpetrados por grupos extremistas.
Para entender melhor os impactos socioeconômicos causados pelos terroristas, a Zumbo FM Notícias, entrevistou vários analistas nesta segunda semana de agosto de 2024.
O analista, Zito Pedro, destaca a ampla deterioração social e econômica que Cabo Delgado enfrenta devido ao conflito. A degradação do tecido social e a disrupção das atividades econômicas evidenciam a gravidade dos impactos na vida cotidiana dos residentes e nas estruturas econômicas da província.
"É notório e consensual que o conflito trouxe vários impactos negativos, associados a diversas dimensões. A primeira dimensão é a social, com a degradação do tecido social observada nos últimos cinco anos. A economia local e informal também foi prejudicada, afetando tanto o emprego formal, com a perda de empregos ocupados por funcionários do governo, quanto o informal, com o comprometimento do empreendedorismo devido ao deslocamento forçado das pessoas. Isso contribui diretamente para o elevado desemprego em Cabo Delgado", explicou.
Zito Pedro, detalha os desafios multifacetados que emergem do conflito, enfatizando a complexidade da situação enfrentada pelos deslocados e pelas comunidades que os acolhem.
"Os desafios enfrentados são numerosos. A perda de documentação devido ao deslocamento forçado é um grande problema, pois esses documentos são essenciais para acessar outros serviços. Outro desafio significativo é o acesso ao crédito, já que muitas pessoas não têm condições de obter crédito bancário devido à falta de garantias. Isso impossibilita o avanço em negócios, pois não há bens para oferecer como garantia. Além disso, algumas pessoas foram deslocadas para áreas sem serviços básicos, como saúde e educação, o que cria novos problemas. Muitas crianças perderam anos letivos consecutivos devido ao deslocamento constante. As mulheres enfrentam desafios adicionais ao assumirem papéis de chefes de família em situações adversas, frequentemente recorrendo ao emprego informal para sustentar suas famílias. As comunidades que recebem deslocados também enfrentam desafios, como a necessidade de ceder terras para os deslocados, embora o governo tenha intervindo em alguns casos para facilitar esse processo. A agricultura, fundamental para muitas famílias, também foi afetada", relatou.
Zito Pedro, manifestou seu reconhecimento das violações dos direitos humanos durante o conflito, ressaltando a gravidade da crise humanitária e os desafios adicionais enfrentados pelos deslocados, além dos impactos diretos do conflito.
"É evidente que houve graves violações dos direitos humanos durante o conflito. Relatos indicam que a comida oferecida por algumas agências foi frequentemente comercializada e que algumas pessoas envolvidas na distribuição se envolveram em comportamentos abusivos, como coação sexual. Essas violações ocorreram em um contexto onde os deslocados, já em uma situação precária, enfrentaram tratamento inadequado e abusivo por parte de alguns responsáveis pela ajuda humanitária. O impacto dessas violações é significativo e afeta tanto a percepção interna quanto internacional do tratamento dos deslocados", afirmou Zito Pedro.
O analista, destaca a urgência de uma solução diplomática para resolver o conflito, argumentando que a abordagem militar tem se mostrado ineficaz e pode prolongar a crise.
"Para enfrentar a situação, é crucial que o conflito termine. Esse é um desafio fundamental para o governo, pois outras ações concretas só poderão ser avançadas após o fim do conflito. No momento, as atividades e ações estão em risco devido à persistência dos focos de insurgência. O governo deve se concentrar em encontrar uma solução diplomática para encerrar a guerra. O uso da força armada tem mostrado resultados limitados e pode prolongar o conflito. A via diplomática poderia ser mais eficaz, permitindo a reconciliação e a reconstrução mais rapidamente, enquanto a via armada pode levar mais tempo e ter consequências prolongadas", explicou Pedro.
Pedro observou que a ineficácia do contra-ataque armado e a necessidade de soluções diplomáticas sublinham as limitações das abordagens militares e o potencial benefício de uma resolução pacífica para a recuperação da região.
"O contra-ataque armado mostrou-se ineficaz nos últimos cinco anos. Apesar de uma redução na intensidade dos conflitos em comparação a 2019-2020, a situação persiste, indicando a necessidade de buscar soluções diplomáticas. A via armada pode prolongar a guerra, enquanto a diplomacia poderia acelerar a resolução do conflito, permitindo que o país e a província de Cabo Delgado se recuperem mais rapidamente", concluiu Zito Pedro.
Por outro lado, o analista Frederico João, complementa o entendimento dos impactos socioeconômicos do conflito, focando nas dificuldades enfrentadas pelos jovens e nas limitações impostas pela violência e instabilidade.
"É amplamente reconhecido que o conflito em Cabo Delgado tem causado impactos socioeconômicos significativos, especialmente em relação ao emprego para jovens. A violência e a instabilidade na região levaram ao deslocamento de pessoas, à destruição de infraestruturas e à interrupção das atividades econômicas. Muitas vezes, as pessoas precisam abandonar seus bens e atividades em busca de segurança, e quando chegam a locais seguros, é difícil reiniciar suas atividades devido à necessidade de garantir segurança e acesso ao básico, como alimentação. O governo, as agências da ONU e outros parceiros têm apoiado essas pessoas para enfrentar esses desafios", disse Frederico João.
Frederico João, também destaca a questão da insegurança nas instituições educacionais e de saúde, ilustrando como a violência prolongada afeta profundamente a infraestrutura social e as oportunidades para a população, comprometendo a educação e o acesso a serviços essenciais.
"A insegurança tem afetado o funcionamento das escolas, centros de formação e centros de saúde, limitando as oportunidades para a população, especialmente nas áreas afetadas. Isso também tem impactos sobre a qualidade da educação", informou Frederico João.
O entrevistado, ressalta a dependência econômica da agricultura e pesca na província, acrescentando que o conflito prejudicou essas atividades essenciais, afetando diretamente a subsistência dos jovens e de suas famílias.
"A economia da província é fortemente baseada na agricultura e na pesca, especialmente em distritos afetados pelo conflito. Embora Palma tenha se beneficiado com os hidrocarbonetos, a agricultura e a pesca são fontes de renda essenciais para muitos jovens e foram severamente impactadas, dificultando o acesso à terra para cultivo", contou.
Frederico João, oferece ainda uma visão detalhada sobre as variações na economia provincial, com áreas afetadas e outras que ainda mantêm atividades econômicas.
"A economia provincial apresenta variações: enquanto algumas áreas continuam com atividades econômicas, outras foram severamente afetadas. A produção de recursos mineiros, como rubi e grafite, e a agricultura nas zonas seguras, como ao sul de Cabo Delgado, continuam. No entanto, a produção e venda de produtos ainda são limitadas, tornando a economia oscilante e resistente", disse.
Ao concluir, Frederico João, afirmou que o crescimento da economia em Cabo Delgado também dependerá da reposição das infraestruturas.
"As implicações do conflito são profundas, limitando a movimentação e o crescimento econômico. A infraestrutura continua deficiente, com estradas em péssimas condições e falta de acesso a áreas turísticas e serviços sociais essenciais", concluiu Frederico João.
Entretanto, a Zumbo FM Notícias, ouviu ainda em exclusivo outro Analista, Aly Caetano, este, entende que o conflito em Cabo Delgado agravou as dificuldades de emprego para os jovens, destruindo infraestruturas comerciais e empresas, limitando as oportunidades de trabalho e financiamento para iniciativas próprias.
"No geral, a província de Cabo Delgado já tinha dificuldades em relação ao acesso ao emprego para os jovens. O conflito veio a piorar. Temos infraestruturas comerciais, por exemplo, destruídas, várias empresas que fecharam, e vários empreendimentos que também foram destruídos. Isto afeta diretamente a capacidade que o setor privado tem de absorver a mão-de-obra e também afeta diretamente a capacidade que os jovens têm de mobilizar recursos ou de receber financiamentos através das suas próprias iniciativas. Então, o conflito vai piorar a situação dos jovens no que diz respeito ao acesso ao emprego, tendo em conta que estes mesmos jovens começaram a entrar num processo de dependência em relação ao trem. Quando falo de dependência, refiro-me a agora; eles devem esperar doações do governo, entre outros, uma vez que antes praticavam agricultura e pesca, e hoje não. Estes são aspectos negativos que tenho agora para citar", disse.
Aly Caetano, observou que o mercado humanitário emergente na Provincia de Cabo Delgado, não consegue absorver todos os jovens necessitados e, apesar de integrar alguns, é visto negativamente por ter surgido após o conflito e por sua dimensão moral.
"Vem também chamar a atenção o fato de abrir-se um mercado humanitário. No entanto, esse mercado não é capaz de absorver um número suficiente de jovens que precisam desse tipo de oportunidades. Além disso, o mercado humanitário tem uma dimensão moral muito grande, pois percebe-se que esse mercado surgiu após o conflito. Apesar de o mercado humanitário estar integrando vários jovens, tem uma dimensão moral que, infelizmente, às vezes é considerada negativa por ter sido criado depois do conflito."
De acordo com o analista, o conflito em Cabo Delgado agravou a fragilidade da educação, com escolas destruídas e perda de documentos.
"A primeira questão certamente será a qualidade das pessoas que vamos formar. Falo da questão da educação. Temos jovens que pararam de estudar, escolas destruídas e jovens que perderam bilhetes de identidade, etc. Assim, o nível de educação na província, que já estava fragilizado, vai continuar a ser uma província com um baixo índice de escolaridade devido ao conflito. Mas o que mais me preocupa é o sentimento de dependência que as pessoas estão a desenvolver em relação às organizações humanitárias e organizações de desenvolvimento. Agora, grande parte das pessoas espera receber um donativo, um projeto ou uma iniciativa de financiamento, reduzindo muito a proatividade em buscar oportunidades. A dependência é uma das maiores implicações que teremos. Também precisamos observar que, após o conflito, começamos a ver frustração por parte dessas pessoas que dependiam de certos apoios e oportunidades, que estão cada vez mais reduzidas, e existe a possibilidade de haver mais frustração por parte dos jovens nas comunidades."
Aly Caetano, afirma que com a retoma das operações da Total Energs em Cabo Delgado pode melhorar a economia local e criar empregos e, alertou a população para encontrar vias alternativas como agricultura, pesca e turismo para evitar uma dependência excessiva.
"Parece-me que a Total continua a ser uma das maiores empresas na província de Cabo Delgado, com um dos maiores investimentos. Existem muitas expectativas de que, com a retoma das operações da Total, a situação econômica possa melhorar. Não será totalmente resolvida, mas melhorará no sentido de que novos empregos serão criados. Teremos uma cadeia de valor em torno da Total, com estradas a serem construídas e infraestruturas a serem desenvolvidas. Contudo, devo alertar que isso não deve ser o único mecanismo para garantir o desenvolvimento da província. Temos que procurar meios alternativos, como agricultura, pesca e turismo. Acima de tudo, a província tem esse potencial. Se continuarmos a depender apenas da Total, corremos o risco de termos uma economia extremamente dependente."
O entrevistado, defende que as infraestruturas são essenciais para o desenvolvimento da província.
"As infraestruturas são fundamentais para garantir o desenvolvimento da província. Precisamos honestamente assumir que o conflito diminuiu em intensidade, permitindo maior locomoção de pessoas e bens, e que há um sentimento de maior segurança em comparação com anos anteriores. A preocupação dos investidores e empreiteiros em construir e reconstruir, mesmo em contexto de conflito, foi grande. Contudo, penso que é necessário assumir que, se a situação de segurança estiver completamente estabilizada, a construção de infraestruturas pode avançar", sublinhou Aly Caetano.
O analista disse ainda que, para resolver o conflito em Moçambique, é necessário combinar a ação armada para proteger a população e as infraestruturas com esforços diplomáticos e acções de desenvolvimento econômico.
"Deve haver uma conjugação de fatores, pois a gestão armada terá que prevalecer no contexto onde existem ataques à população. Um estado soberano, no exercício do poder, não vai deixar a sua população ser massacrada e infraestruturas serem destruídas sem reagir de forma armada. Contudo, a força não deve ser o único mecanismo para a resolução do conflito. Temos que, em paralelo, desenvolver ações diplomáticas de negociação e garantir também ações de desenvolvimento para que os jovens não se alistem em grupos armados. Na verdade, é uma espécie de tríplice abordagem: por um lado, a ação armada para garantir a soberania do território; por outro, a construção de infraestruturas e a promoção de oportunidades econômicas; e, por fim, o diálogo para tentar resolver o conflito que existe em Moçambique."
Apesar do comércio informal ser atraente por sua baixa burocracia e rapidez, o analista desafia a população a optar pelo comércio formal no sentido de garantir o controle financeiro.
"Primeiro, é a facilidade com que o comércio pode ser desenvolvido. A pessoa pode comprar uma banca, abrir e comercializar com pouca burocracia. Em segundo lugar, é o nível de burocracia, que por vezes é exigido para a formalização dos negócios. Em terceiro lugar, é o imediatismo que o comércio proporciona. O comércio informal é mais atraente por não ter muita burocracia e por ser muito rápido, sem processos administrativos. Isso faz com que as pessoas vejam o comércio informal como a melhor forma de comercializar e garantir a sua sobrevivência. Para o estado de Cabo Delgado, seria ideal que todos optassem pela formalização, para contribuir para o controle das finanças. Mas, infelizmente, isso leva muito tempo; é um processo demorado até chegarmos lá", desafiou o analista.
Aly Caetano, apela aos jovens a não se juntar aos grupos dos insurgentes e, recomendou ao Governo a focar-se no empoderamento econômico dos jovens e promover iniciativas comunitárias.
"Apelo para que os jovens não se juntem aos grupos armados e sensibilizo a todos de que todos os desafios e problemas devem ser resolvidos de forma pacífica. Recomendo ao governo que continue a trabalhar na área de empoderamento econômico dos jovens, promovendo mais transferências e iniciativas dentro da comunidade, para alcançarmos os resultados que desejamos." Exortou, Aly Caetano. (x)
Por: António Bote
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Em uma declaração formal, representantes dos bairros 25 de Setembro, Bagamoio, Chithatha, 1º de Maio, Nhantchere, Liberdade, Màlabué e Chipanga denunciaram os impactos adversos das atividades minerárias realizadas pela Vale Moçambique S.A. e, agora pela Vulcan Mozambique. A denúncia, feita por moradores nativos da Cidade de Moatize, descreve uma série de problemas ambientais e de saúde causados pela exploração mineral na região.
Os signatários da reclamação afirmam que a área tem se tornado "completamente inóspita" devido à poluição intensa gerada pelas operações mineradoras. Segundo o documento, "vivemos em um ambiente completamente inóspito" e as práticas de extração não estão em conformidade com as normas de proteção ambiental e direitos humanos, conforme estipulado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O texto destaca que a poluição está comprometendo a saúde da população, com um impacto especialmente negativo nas novas gerações. “Estamos expostos a um meio constantemente poluído que compromete o sistema imunológico dos adultos e a saúde das futuras gerações,” lê-se na reclamação. Os residentes anexaram imagens e vídeos ao documento para comprovar o dano ambiental e estão dispostos a realizar exames médicos para evidenciar os problemas de saúde.
“Se antes éramos herdeiros de uma terra rica e propícia ao desenvolvimento das nossas atividades, hoje somos herdeiros do dano causado pela exploração da Vale Moçambique S.A. e, agora, pela Vulcan Mozambique,” afirma o documento. Os moradores relatam problemas de saúde graves, como doenças respiratórias, cardiovasculares e cânceres, atribuídos à emissão de poluentes tóxicos e nocivos.
Além dos problemas de saúde, os residentes mencionam a perda de biodiversidade e a degradação do solo, que têm afetado a infraestrutura local. “Estamos submetidos a constantes situações de enfermidade e vulneráveis a doenças graves do trato respiratório,” declaram os moradores.
A reclamação apela para que as autoridades e as empresas mineradoras adotem medidas urgentes para mitigar os impactos negativos. “Solicitamos que tomem todas as providências necessárias para mitigar o impacto negativo e nefasto das suas atividades,” diz o documento.
Caso a situação não seja resolvida no prazo de 30 dias, os moradores ameaçam buscar medidas legais para proteger seus direitos e solicitar compensações. A declaração destaca a necessidade de cumprir os direitos constitucionais, conforme estabelecido pelos artigos 89.º e 90.º da Constituição da República de Moçambique.
Por: Rafael Cocorico
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De acordo com o mais recente estudo realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento Econômico Social (IDES), houve uma melhoria significativa na prestação de serviços municipais em Pemba desde 2017. O estudo, apresentado ontem 13.08.2024, em Pemba, por Diretor Executivo do IDES, Fidel Terenciano, mostra que mais de 50% dos munícipes reconhecem progressos, especialmente no acesso aos serviços básicos.
No entanto, os entrevistados apontaram que ainda há problemas sérios a serem resolvidos, como a infraestrutura, os esgotos e a manutenção das estradas.
“Apesar das limitações financeiras, os munícipes acreditam que a administração local poderia se esforçar mais, principalmente na realização de manutenções de rotina, que são menos custosas do que grandes obras, como a construção de novas estradas ou pontes”, afirmou o Director Executivo do IDES Fidel Terenciano em declarações a jornalistas momentos após apresentação dos resultados do barrometro.
O abastecimento de água foi destacado como um dos principais desafios, com menos de 30% dos entrevistados considerando a situação resolvida. Segundo o estudo, mais de 65% dos munícipes avaliam negativamente o acesso à água e pedem uma solução urgente. Terenciano destacou a necessidade de parcerias público-privadas para enfrentar esse problema, em colaboração com o FIPAG.
Em relação à segurança pública, o estudo apontou uma diminuição na criminalidade, percebida por mais de 60% dos entrevistados, que associam a queda ao aumento das ligações de energia e à expansão da iluminação pública nos treze bairros da cidade.
No entanto, a confiança nos fiscais municipais, policiais e funcionários públicos é um ponto crítico, com mais de 70% dos munícipes demonstrando desconfiança em relação a esses profissionais.
“As pessoas esperam uma melhora na relação entre os funcionários municipais e a população, especialmente áreas como a fiscalização e a atuação policial”, observou Terenciano.
Por outro lado, o presidente do município, os vereadores e as lideranças tradicionais obtiveram avaliações mais positivas, com mais de 40% dos entrevistados reconhecendo a aproximação e o diálogo com a população.
Outro ponto discutido no estudo foi a percepção sobre a corrupção. Em 2017, mais de 70% dos munícipes viam a corrupção como um problema grave. Em 2021, essa percepção caiu para 35/35%, mas voltou a subir este ano para 42% numa clara evidência de que os problemas que afectam o pais a nível central tem impactos directos nos Municipios locais.
“No que diz respeito à corrupção, em 2017, mais de 70% dos munícipes percebiam a corrupção como um grande problema em Pemba, algo que, na nossa opinião, estava diretamente ligado à questão das dívidas ocultas de 2014 a 2017. Contudo, em 2021, essa percepção melhorou significativamente, caindo para 35/36%, e nesta pesquisa realizada este ano, está em 42%. Isso mostra claramente que os problemas existentes em Moçambique, a nível central, também têm um impacto direto nos municípios.”, explicou o Director Executivo do IDES, Fidel Terenciano.
Outro ponto discutido no estudo foi a percepção sobre a corrupção. Em 2017, mais de 70% dos munícipes consideravam a corrupção um problema grave. Em 2021, essa percepção caiu para cerca de 35/36%, mas voltou a subir para 42% este ano, evidenciando que os problemas enfrentados pelo país a nível central têm impactos diretos nos municípios.
“No que diz respeito à corrupção, em 2017, mais de 70% dos munícipes percebiam a corrupção como um grande problema no Munícipio de Pemba, algo que, na nossa opinião, está diretamente ligado à questão das dívidas ocultas de 2014 a 2017. Contudo, em 2021, essa percepção melhorou significativamente, caindo para 35/36%, e, nesta pesquisa realizada este ano, está em 42%. O que mostra claramente que os problemas existentes em Moçambique, a nível central, também têm um impacto direto nos municípios”, explicou Fidel Terenciano, Director Executivo do IDES. (x)
Por: Rafael Cocorico
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Setenta pescadores, sequestrados por um grupo de insurgentes no Distrito de Mocímboa da Praia na noite de 9 de agosto de 2024, foram libertados após três dias de cativeiro, segundo confirmou à Zumbo FM Notícias o administrador distrital Sérgio Cipriano no princípio da noite desta terça-feira (13.08).
Sérgio Cipriano, administrador de Mocímboa da Praia, afirmou que os pescadores chegaram em duas embarcações no meio da tarde de ontem 13.08 à vila sede do Distrito de Mocímboa da Praia, e estão em curso alguns trabalhos de perícia.
“Eles já voltaram. (Os pescadores) das duas embarcações voltaram todos e voltaram todos saudáveis. Agora está a decorrer o registo, e depois daí aqueles que quiserem ter alguma assistência médica poderão o fazer. Alguns acredito que hoje mesmo vão estar nas suas casas quase todos salvo aqueles que apresentarem quadro clínico que deve receber atendimento médico internados”, disse à Zumbo FM Notícias o Administrador do Distrito de Mocímboa da Praia Sérgio Cipriano.
Segundo Cipriano, os pescadores foram mantidos no litoral de Mocímboa da Praia, sem terem sido levados a nenhuma ilha. "Eles estavam na foz do rio Messalo", acrescentou.
A fonte revela que os pescadores foram libertados mediante o pedido das autoridades locais.
Segundo avança o Administrador à Zumbo FM Notícias, os pescadores, que estavam em quatro embarcações, foram raptados em plena atividade e suas embarcações rebocadas por um grupo armado.
“Nas duas embarcações, a primeira tinha 30 pescadores e a segunda embarcação 28 pescadores. Depois houve uma terceira não motorizada a vela, com três pescadores e uma outra com uma pessoa. Mas informações posteriores davam conta que foram raptados 66 pescadores, e depois o número aumentou para 70”, disse o Sérgio Cipriano .
Em entrevista à Zumbo FM Notícias, na manhã desta quarta-feira, uma moradora da vila de Mocímboa da Praia, que conhece alguns dos pescadores sequestrados, confirmou que eles ainda estão sob custódia das autoridades para perícia.
Segundo avança a Voz da América no mesmo dia do sequestro, um grupo armado teria montado uma mina improvisada na zona de Chitunda, no distrito de Muidumbe, emboscando um veículo da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), ligada à Polícia. Um agente da UIR morreu e um comandante da unidade ficou ferido. Os feridos foram socorridos por uma equipe das forças ruandesas que passava pelo local pouco depois do incidente.
No dia anterior, o grupo armado teria conseguido ultrapassar o cordão de segurança das forças ruandesas e saquear a principal estância hoteleira da vila de Macomia, antes de incendiá-la.
"A guerra ainda não acabou. Os insurgentes atacaram durante a noite e incendiaram o edifício MM. Mesmo com patrulha, está difícil conter os ataques. Eles passaram pelo meio da patrulha e entraram na vila", relatou um morador de Macomia à Voz da América.
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, uma província rica em gás natural, enfrenta uma insurgência armada que já causou mais de quatro mil mortes. (x)
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O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve, na terça-feira, 13 de agosto de 2024, a ex-sogra de Nini Satar, por suposto envolvimento em crimes de rapto. De acordo com o SERNIC, a mulher lideraria um grupo de raptos no país.
Além da ex-sogra de Nini Satar, o SERNIC identificou mais duas pessoas envolvidas: o filho dela, que reside em Portugal, e o motorista da família, responsável pelo transporte dos valores envolvidos. Este último também está sendo investigado pela Polícia da República de Moçambique (PRM), conforme noticiado pelo jornal "O País".
A prisão desses indivíduos ocorre poucos dias após a comunidade islâmica acusar membros do governo de estarem envolvidos na crescente onda de raptos em Moçambique.
Segundo o SERNIC, duas vítimas de rapto foram reintegradas às suas famílias na última segunda-feira, como resultado das operações ainda não completamente esclarecidas. Essas vítimas foram sequestradas em dois incidentes distintos: o primeiro em 24 de abril, na Avenida Joaquim Chissano, e o mais recente em 5 de agosto, em frente ao Hotel Terminus. Todos os casos são supostamente orquestrados pela ex-sogra de Nini Satar, seu filho e o motorista.
Nini Satar, um dos foragidos mais procurados de Moçambique e, que foi detido na Tailândia no ano 2018. (x)
Por: António Bote
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A quatro meses do fim do mandato do Presidente Filipe Nyusi, o Governo realizou novas mudanças em setores estratégicos e empresariais do Estado.
Nesta terça-feira, 13 de agosto de 2024, Amélia Muendane foi exonerada do cargo de Presidente da Autoridade Tributária de Moçambique e nomeada para dirigir os Aeroportos de Moçambique. A substituição ocorre pouco depois da exoneração do Ministro da Economia e Finanças na semana passada.
Para o lugar de Muendane na Autoridade Tributária, foi nomeada Elisa Zacarias, até então Secretária do Estado na Província de Tete.
De acordo com o Porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, que se pronunciou após a 25ª sessão do Conselho de Ministros em Maputo, também houve mudanças na liderança da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH). Ludovina Bernardo assume agora a presidência da ENH, substituindo Estêvão Pale. (x)
Por: Rafael Cocorico
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O Estado moçambicano arrecadou cerca de 168,898.9 milhões de meticais em receitas durante o primeiro semestre de 2024, alcançando 44% da meta anual.
Esse valor representa um aumento em relação ao mesmo período de 2023, quando foram arrecadados 146.797,5 milhões de meticais, o que correspondia a 41,1% da meta anual. Esse crescimento equivale a um acréscimo de pouco mais de 2 milhões de meticais.
Os dados constam do Balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado referente ao primeiro semestre de 2024, aprovado na terça-feira, 13 de agosto de 2024, pelo Conselho de Ministros a submeter à Assembleia da República.
De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, "a cobrança de receita do Estado foi de 168,898.9 milhões de meticais, correspondente a uma realização de 44% da meta anual, contra 41,1% registados no mesmo período de 2023, correspondente a 146.797,5 milhões de meticais".
O documento também revela que, dos 128 indicadores avaliados, 83% apresentaram um desempenho positivo, com 75 indicadores atingindo as metas e 31 atingindo-as parcialmente. No entanto, 17% (22 indicadores) apresentaram um desempenho negativo.
Em relação às despesas, o Estado gastou 226,520.4 milhões de meticais no primeiro semestre de 2024, comparados com os 195,646.8 milhões do mesmo período em 2023. "A despesa realizada foi de 226,520.4 milhões de meticais, correspondente a uma realização de 39,9%, contra 195,646.8 milhões de meticais do período homólogo, correspondente a 41,4%," detalha o comunicado.
Apesar de fatores adversos durante o período em análise, o comunicado destaca a manutenção da estabilidade macroeconómica interna.
Por: Rafael Cocorico
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Desde o início dos ataques terroristas em Outubro de 2017 até Agosto de 2023, mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas na Província de Cabo Delgado, em Moçambique.
Para entender a situação actual dos deslocados, à Zumbo FM Notícias entrevistou em exclusividade, nesta segunda-feira, 12 de Agosto de 2024, o Director da Cruz Vermelha em Moçambique (CVM), Abílio Campos, este, defende a necessidade urgente de apoio às famílias afectadas pelos conflitos armados.
"Essa questão pode ser respondida de várias maneiras. Conflitos sempre criam problemas, deslocando as pessoas de seus locais habituais. A situação é crítica e a busca por alternativas para viver, continua sendo um desafio. Actualmente, a assistência humanitária é necessária para os deslocados", afirmou o Director da CVM.
Abílio Campos, também informou que a sua organização está trabalhando para mitigar vários impactos humanitários causados pelos conflitos.
"Ainda é necessário entender claramente o impacto das guerras e tensões. Este impacto não é completamente resolvido, especialmente em Cabo Delgado, que é extenso e possui vários distritos. Temos programas conjuntos com a CVM e a CSV para atender os deslocados, oferecendo ajuda e assistência. No entanto, ainda há uma grande demanda por suporte. A Cruz Vermelha, em colaboração com a comunidade internacional, está empenhada em mitigar esses impactos", disse Abílio Campos.
O Director da Cruz Vermelha em Moçambique também relatou que, no primeiro semestre de 2024, a organização assistiu mais de 2 mil famílias deslocadas em cinco Distritos.
"Até Junho, foram atendidas 2.776 famílias com assistência de abrigo, incluindo panelas, lonas, mantas e redes mosquiteiras. A Cruz Vermelha também distribuiu kits e assistência financeira de 8.000 meticais às famílias. Este trabalho visa atender às necessidades dos deslocados nos Distritos de Mueda, Macomia, Nangade, Mocímboa da Praia e Muidumbe. Apesar das dificuldades e conflitos em Cabo Delgado, nosso objetivo é disseminar e explicar a intervenção necessária. Não acreditamos que mais investigação seja necessária", explicou o Director da CVM.
A Cruz Vermelha, uma organização não-governamental, começou a trabalhar em Moçambique em 1984, durante a guerra civil. Desde então, tem desempenhado um papel significativo em assistência humanitária e em projectos de apoio às comunidades afectadas pelos conflitos. No entanto, ainda enfrenta desafios de aceitação, conforme relatado por Abílio Campos.
"Portanto, a aceitação é fundamental para respeitar os humanitários e os grupos sensíveis. Esse é nosso grande desafio", concluiu o Director da Cruz Vermelha em Moçambique. (x)
Por: António Bote
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