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Na última quinta-feira, 5 de setembro de 2024, o Secretário de Estado da Província de Cabo Delgado, António Supeia, destacou, durante a abertura da Conferência Provincial dos Religiosos, o progresso no retorno das populações deslocadas para os seus distritos de origem, anteriormente afetados pela violência do grupo armado não governamental.
"Hoje, testemunhamos o movimento de retorno voluntário e seguro da população para os distritos outrora devastados, um reflexo dos sinais encorajadores de estabilidade. Isso está permitindo que as famílias vulneráveis vivenciem um ambiente mais humanitário", declarou Supeia, acrescentando que "é imprescindível saudar e reconhecer o papel das lideranças religiosas e dos diversos setores humanitários pelo trabalho incansável na assistência aos deslocados internos, garantindo o acesso a meios de subsistência e mecanismos de proteção, especialmente para mulheres, raparigas e crianças."
Durante o evento, o Secretário de Estado ressaltou também a importância do papel dos líderes religiosos na promoção da paz e coesão social em Cabo Delgado, uma província ainda marcada pelo extremismo violento.
"Apesar dos enormes desafios que enfrentamos, as comunidades religiosas continuam a ser pilares na assistência humanitária e fundamentais para a construção de uma paz efetiva por meio do diálogo inclusivo e da promoção de uma consciência coletiva. É essencial que continuem a desempenhar esse papel, contribuindo para o desenvolvimento equilibrado e sustentável da sociedade, e para o empoderamento de jovens e mulheres nas esferas de decisão", afirmou.
Supeia concluiu com um apelo aos participantes da conferência: "Vamos abraçar o lema deste encontro com determinação, comprometendo-nos a ouvir mais, falar com empatia e buscar soluções comuns. Juntos, podemos construir um mundo melhor, onde o diálogo seja a base da coesão social, da paz duradoura e da resiliência inabalável."
A Conferência Provincial dos Religiosos em Cabo Delgado tem reunido líderes religiosos para discutir a promoção da paz e reconciliação na região, que continua a ser afetada pelo conflito. O evento também busca fortalecer o diálogo entre as comunidades e contribuir para a construção de um futuro mais estável. (x)
Por: Esperança Picate
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O Presidente da República, Filipe Nyusi, elogiou com veemência as Rorças Ruandesas, não apenas pelo seu papel crucial na Segurança, mas também pela significativa contribuição na reconstrução das infraestruturas devastadas pelos ataques terroristas que têm assolado a Província de Cabo Delgado desde o final de 2017
Em um discurso marcante neste sábado, 7 de setembro de 2024, durante as celebrações do Dia da Vitória, cujo lema para 2024 é "Combatente firme na Consolidação da Unidade Nacional, Paz, Desenvolvimento e Combate ao Terrorismo", Nyusi destacou a importância do trabalho conjunto com os parceiros ruandeses.
"As Forças de Defesa e Segurança moçambicana e os nossos amigos do Ruanda estão a estabelecer uma ligação com as comunidades locais, apoiando diferentes atividades importantes na área rural e na agricultura, mas também ajudando a reparar as infraestruturas destruídas. Participando em diferentes trabalhos de reposição de infraestruturas em Palma e Mocímboa da Praia, assim como os nossos irmãos do Ruanda e da SADC." - disse o Presidente da República, Filipe Nyusi.
Desde a sua chegada, as Forças Ruandesas têm sido protagonistas na construção de infraestruturas essenciais nas zonas de conflito, como o mercado de Mocímboa da Praia. No entanto, a construção tem gerado controvérsias, enquanto algumas comunidades veem essa ajuda como um passo positivo, outras criticam a presença ruandesa, afirmando que a prioridade deveria ser o combate ao terrorismo e não a construção de infraestruturas. Esses descontentamentos levantam questões sobre a soberania nacional e o papel do Governo nesta parceria. (x)
Por: Bonifácio Chumuni
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Recentemente, a Zumbo FM Notícias trouxe à tona uma preocupante situação envolvendo o jornalista Rui Minja, correspondente da TV Sucesso em Cabo Delgado. De acordo com um alerta do MISA Moçambique, Minja tem enfrentado uma onda de ameaças de morte desde 24 de Agosto, situação que tem afetado profundamente sua segurança e bem-estar
Para entender melhor a situação, a nossa equipe de reportagem conversou com Rui Minja esta sexta-feira, 6 de Setembro de 2024. O jornalista, que recentemente sofreu às ameaças, revelou que ainda lida com o trauma das mensagens e ligações ameaçadoras.
"Mesmo agora, continuo perturbado. Quem vivenciou uma ameaça, não importa qual seja, carrega o medo. Fiquei apavorado, especialmente porque entre 24 de agosto e 3 de setembro, recebi constantes ligações e mensagens de pessoas desconhecidas. Isso me causou um grande transtorno", contou Minja, visivelmente abalado.
O jornalista afirmou ter apresentado todas as evidências das ameaças às autoridades competentes, incluindo áudios e mensagens, com a presença da polícia na ocasião dos primeiros contatos ameaçadores.
"Levei as provas para o SERNIC e a Polícia da República de Moçambique. Estou aguardando uma resposta ou esclarecimento sobre o caso. No dia 28 de agosto, a polícia fez um auto que eu assinei e disseram que seria encaminhado para a procuradoria", explicou Minja.
O caso está sendo acompanhado por um advogado designado pelo MISA Moçambique. Minja destacou que a denúncia foi feita contra desconhecidos, já que ainda não se sabe quem está por trás das ameaças ou suas motivações.
"Não é uma queixa contra alguém específico, é uma denúncia contra desconhecidos", afirmou.
Apesar dos apelos do MISA Moçambique para que as autoridades garantam a segurança dos jornalistas em Cabo Delgado, Minja se sente desprotegido.
"Não há uma segurança especial designada para mim. Acredito que a polícia está realizando patrulhamentos, mas não houve comunicação direta comigo sobre qualquer proteção específica", relatou o jornalista.
A insegurança tem impactado profundamente o trabalho de Minja, que se sente constantemente ameaçado.
"Sinto medo, especialmente quando vejo alguém vindo em alta velocidade ou andando apressado. Fico preocupado, pensando se é algum grupo me observando", revelou.
Com uma expressão de tristeza, Rui Minja coloca tudo nas mãos de Deus.
"Voltei a trabalhar, mas não com o ritmo normal. Ainda sinto medo, mas sigo em frente. Deus é que sabe", disse.
O jornalista fez um apelo final às autoridades para que se empenhem em neutralizar os responsáveis pelas ameaças, pedindo uma acção efectiva para garantir a segurança e a justiça.
"Peço às autoridades que trabalhem para identificar e neutralizar os autores das ameaças, mesmo que sejam burladores. Seria importante apresentar esses responsáveis ao público", concluiu.
A situação de Rui Minja lança um alerta sobre a necessidade urgente de proteção para jornalistas em áreas de risco, e o caso continua a exigir uma resposta rápida e eficaz das autoridades. (x)
Por: António Bote
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No dia 09 de agosto de 2024, mais de 66 pescadores foram raptados por supostos terroristas enquanto estavam em plena atividade no extremo sul do Distrito de Mocímboa da Praia, na Província de Cabo Delgado. Três dias depois, todos foram resgatados.
Em uma revelação surpreendente, o Administrador de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano, confirmou que houve negociações diretas com insurgentes para garantir a libertação dos 66 pescadores sequestrados em agosto deste ano. Em entrevista exclusiva à Zumbo FM, no último domingo, 01 de setembro de 2024, Cipriano deu detalhes sobre as negociações, revelando uma abordagem inesperada.
“Eles foram deixados livremente, mas mediante de pedidos de cá do nosso lado que eram para deixar eles e evitar essas coisas de confrontos que não é muito bom. Nós sempre primamos por entendimento porque, afinal de tudo, essa insurgência são filhos de Mocímboa da Praia, é a minha população”, afirmou Cipriano, indicando que as autoridades locais optaram por um caminho de diálogo, mesmo em uma situação delicada.
Sobre as alegações de que os sequestradores teriam exigido dinheiro das famílias das vítimas, Cipriano declarou: “Ouvi de longe, mas ninguém me desenvolveu essa informação, como ninguém desenvolveu, desprezei essa informação.”
Essa declaração vem em um momento de grande tensão na região, onde a presença de insurgente tem gerado medo e incerteza por parte da população. A revelação de que houve negociações diretas com os insurgentes pode trazer controvérsia e debates sobre a abordagem adotada pelas autoridades locais para lidar com a crise.
Mocímboa da Praia está localizada a 70 quilômetros ao sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural em Afungi, Palma, liderado pela TotalEnergies.
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado enfrenta uma rebelião armada, com ataques reivindicados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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Funcionários do Município de Nhamayabue estão há quatro meses sem receber salários, e a situação está se agravando.
Em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta quarta-feira, 04 de setembro de 2024, uma fonte anônima, mas bem posicionada no município, descreveu a crise que os funcionários estão enfrentando, acrescentando que a situação é agravada pela demora na disponibilização de fundos de compensação autárquica.
"Nós aqui no Município de Nhamayabue, na Província de Tete, estamos há 4 meses sem salários. Todos os funcionários do Conselho Municipal e da Assembleia Municipal não estão recebendo. Enquanto isso, outros municípios que têm empresas, vias de acesso adequadas, transporte, etc., conseguem gerar receitas e pagar salários. Nós, por outro lado, dependemos apenas dos fundos de compensação autárquica", disse a fonte.
A fonte lamentou que a situação é ainda mais complicada devido às condições precárias da Ponte Dona Ana, que liga a Província de Sofala à Província de Tete, está em péssimas condições, e o transporte na Província é insuficiente.
"O transporte que temos aqui na Província de Tete não vai para Sofala, passando de Sena. Assim, as mercadorias que recebemos vêm da Beira", explicou a fonte.
Segundo a fonte, a dificuldade em gerar receitas e a falta de acesso a produtos essenciais estão agravando a crise.
"Para conseguir receitas, está ficando difícil. Mesmo para os comerciantes trazerem produtos, está um pouco complicado. Assim, o município não consegue arrecadar fundos suficientes para se sustentar. Por isso, dependemos de ajuda externa", concluiu a fonte.
A situação em Nhamayabue destaca a necessidade urgente de uma solução para evitar uma crise humanitária mais profunda.
O Município de Nhamayabue está situado na Província de Tete, na região ocidental de Moçambique, próximo à fronteira com o Malawi, com coordenadas aproximadas de Latitude -15.2678 e Longitude 33.2778. (x)
Por: António Bote
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A estrada nacional 380, em Cabo Delgado, em Moçambique, é essencial, pois liga os distritos da região norte da Província, como Palma, Mocímboa da Praia, Muidumbe, Mueda e outras áreas importantes, especialmente devido aos projectos de gás natural na Bacia do Rovuma.
No entanto, a insegurança ao longo da EN380 atingiu um ponto crítico. Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, transportadores disseram estar em pânico por causa dos explosivos artesanais colocados por terroristas ao longo da estrada. Isso coloca em risco o transporte de mercadorias e a vida de quem depende dessa rota.
“Cada viagem virou um jogo de roleta russa. Não sabemos se voltaremos para casa. As explosões podem acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar” , desabafa João Vitolo, um transportador que usa essa rota regularmente. O medo acompanha cada milha percorrida.
Carlos Ambrósio, outro transportador, também expressou sua preocupação: “Tenho uma família para cuidar, mas toda vez que saio para trabalhar, me questionei se vou vê-los novamente. A estrada está cheia de armadilhas mortais que não podemos prever.” Muitos reconsiderando seu trabalho, apesar de precisarem sustentar suas famílias.
Essa insegurança afecta a economia local. “ As entregas estão sendo adiadas ou canceladas, prejudicando nossos negócios e a população que depende desses produtos essenciais” , diz Manuel Dimongo, proprietário de uma pequena frota de caminhões.
Os transportadores pedem medidas de segurança urgentes e maior envolvimento das autoridades para combater essa ameaça. “Precisamos de patrulhamento constante e de uma estratégia para acabar com essas células terroristas. Sem isso, estamos à mercê deles” , apela João Saraiva.
Nos últimos dias, grupos armados colocaram explosivos artesanais na principal estrada que liga Mocímboa da Praia a Pemba. Esses ataques resultaram na explosão e danificação de duas viaturas, incluindo uma viatura militar, no posto administrativo de Chitunda, no distrito de Muidumbe. (x)
Por: Bonifácio Chumuni
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A candidatura do Padre Fernão Magalhães ao cargo de Governador da Província de Nampula pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) tem gerado intenso debate. Recentemente, a Arquidiocese de Nampula emitiu um comunicado esclarecendo que a candidatura do padre não foi autorizada pelo arcebispo e viola a lei canônica da Igreja Católica, sendo, portanto, uma decisão pessoal e não oficial da Igreja.
Em entrevista a jornalistas, na segunda-feira 02.09 em Nampula, o Padre Fernão Magalhães reafirmou seu respeito pelas leis da Igreja e pela sua missão religiosa. "A missão da Igreja é anunciar a mensagem de Cristo, promovendo a paz, a confiança pacífica, a solidariedade e a unidade. Esses são os valores que defendemos. A Igreja deve observar o princípio da neutralidade nas suas relações com a comunidade política, para que não se divida e não divida ninguém. Também devemos agir com boa fé, para garantir a confiança entre a Igreja Católica e o Estado moçambicano, assim como com outros estados", afirmou o padre.
Magalhães, que agora se apresenta como candidato a Governador de Nampula pelo MDM, afirmou que, se lhe fosse dada a escolha entre a política e o sacerdócio, optaria pela política. "Eu não sou um acéfalo; sou um cidadão moçambicano, com uma identidade moçambicana, e tenho direitos protegidos pela Constituição. Um desses direitos é a liberdade de escolha, e eu escolhi estar ao lado do povo que sofre e está em dificuldades", destacou.
O padre também abordou a questão de uma possível excomunhão, dizendo que o que realmente o incomoda é a falta de dignidade enfrentada pela população. "Não, não posso me incomodar com a excomunhão, porque o que realmente me incomoda é a falta de dignidade que a nossa população enfrenta. São 28 anos que assisto o povo nas mesmas condições", disse Magalhães.
Ele enfatizou que não há conflitos internos na Igreja relacionados à sua candidatura. "Dentro da Igreja não há conflitos. A Igreja não está em conflito comigo, nem com o bispo. É uma questão de regras que a Igreja tem. Posso estar em conflito com as leis que existem que não permitem que eu esteja ao lado da população nas suas exigências, nas suas misérias, nas suas dificuldades sendo clérigo", concluiu o candidato.(x)
Por: Rafael Cocorico
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Há quatro meses, a Força Local, composta por veteranos da luta de libertação nacional, denunciou a falta de armamentos para combater o terrorismo na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
A Zumbo FM Notícias contactou nesta terça - feira (03.09.2024) o Chefe Logístico da Força Local em Cabo Delgado, Zacarias Zawadi, para atualizar sobre a situação atual da força no terreno.
Zacarias Zawadi disse que a Força Local ainda não tem armamento suficiente para enfrentar os terroristas, uma situação que preocupa os veteranos, que apoiam o Estado moçambicano no combate ao terrorismo.
"Até agora, não temos armamento suficiente. Precisamos, sim, de armamento para nos defendermos também, porque o inimigo tem armamento e nós não. Então, como vamos enfrentar o inimigo? Pelo menos, precisamos estar confiantes de que, um dia, isso vai acabar. A Força Local tem muitos homens prontos para combater esse mal", disse o Chefe Logístico da Força Local, Zacarias Zawadi.
Zawadi disse que a questão da alimentação já foi resolvida. "Essa parte já está resolvida. Na viagem que fiz, fui buscar alimentos, e já levantei o suficiente para, pelo menos, dois meses". (x)
Por: Nazma Mahando
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Em uma declaração transmitida na manhã de hoje, 03.09.2024, pela TVM, o Comandante Distrital de Mocímboa da Praia, Alberto Mussa Elias Napovo, assegurou que o ambiente voltou à normalidade no distrito, 48 horas após o ataque terrorista que resultou na trágica morte de uma menina na vila sede.
"O distrito de Mocímboa da Praia, neste momento, passadas 48 horas após o incidente que ocorreu, voltou à normalidade. A população está a desenvolver as suas atividades de forma ordeira, e não temos nenhuma situação que possa comprometer o curso normal das atividades no distrito," afirmou o Comandante Napovo.
Rebatendo os rumores que circulam sobre o alegado abandono da população devido a disparos, o Comandante Napovo foi categórico ao afirmar que essas informações não procedem. "Essa informação é falsa, porque, mesmo após o incidente, ainda estamos a receber a população que está a retornar às suas zonas de origem, por as considerar seguras," declarou ele, sublinhando que o esforço conjunto das forças de defesa e segurança tem sido crucial para manter essa normalidade.
O comandante também destacou que a presença militar não se restringe apenas a vila de Mocímboa da Praia, mas se estende a outras áreas, garantindo que qualquer ameaça seja prontamente neutralizada. Apelou à população local para continuar colaborando com as forças de defesa e segurança, incentivando a denúncia de qualquer atividade suspeita que possa comprometer a paz e a segurança na região.
Mocímboa da Praia, localizada no norte da Província de Cabo Delgado, tem sido um dos epicentros do conflito que assola a região desde 2017. Desde o início dos ataques insurgentes, o conflito já causou mais de 4.000 mortes e deslocou cerca de 1 milhão de pessoas, afetando profundamente a vida dos residentes e a estabilidade local.(x)
Por: Rafael Cocorico
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O jornalista Rui Minja, correspondente da TV Sucesso em Cabo Delgado, tem enfrentado graves ameaças de morte, de acordo com um comunicado emitido pelo MISA Moçambique nesta terça-feira, 3 de Setembro de 2024.
As intimidações começaram no dia 24 de Agosto, quando Minja passou a receber chamadas e mensagens ameaçadoras de indivíduos desconhecidos, conforme detalhado pelo MISA Moçambique.
O comunicado, recebido na redação da Zumbo FM Notícias, destaca a sequência de eventos que colocou o repórter em risco iminente.
"Jornalista sob fortes ameaças de morte em Cabo Delgado. O MISA Moçambique tomou conhecimento, com profunda preocupação, de ameaças de morte contra o jornalista e correspondente da TV Sucesso, em Cabo Delgado, Rui Minja. Desde o passado sábado, 24 de Agosto, que o repórter tem recebido chamadas e mensagens ameaçadoras de indivíduos desconhecidos. As ameaças incluem visitas intimidatórias à residência do repórter, em Pemba, efectuadas por homens supostamente armados."
Segundo o comunicado, o agressor alegou estar do lado de fora da casa do jornalista, o que causou grande susto e fez com que ele chamasse a polícia.
"Tudo começou na madrugada de sábado último, quando, por volta das 2h, o repórter recebeu uma chamada de um número desconhecido. Pela hora, o repórter não atendeu logo a chamada, mas, pelas insistências, acabou o fazendo. Do outro lado da linha, estava alguém que chamou o repórter pelo próprio nome. Mais do que isso, ele disse que estava de lado de fora da residência do repórter. Ao olhar para fora, Rui Minja viu uma viatura ligeira estacionada em frente ao portão da sua casa. Assustado, desligou a chamada e enviou mensagens de pedido de ajuda aos colegas jornalistas, ao mesmo tempo que contactava a Polícia local que, de imediato, se fez ao local. No entanto, quando a PRM chegou à casa do repórter, os indivíduos já tinham abandonado", lê-se no comunicado.
O mesmo comunicado refere ainda que na manhã seguinte, foi encontrado um boné da PRM em frente à casa de Minja, mas nenhum dos policiais que estiveram lá reconheceu o objecto.
"Ao amanhecer, foi encontrado, em frente ao portão da casa da vítima, um boné da Polícia da República de Moçambique (PRM). No entanto, na esquadra da PRM, nenhum dos agentes que visitou a casa do repórter após a denúncia perdeu boné. Aterrorizado, o repórter se viu obrigado a abandonar a sua residência e procurar abrigo em locais seguros. Curiosamente, após regressar à sua residência, na quarta-feira, 28 de Agosto, os homens voltaram a entrar em contacto. Dessa vez, o homem que ligou para o repórter foi mais claro: tinha a missão de acabar com a vida do jornalista e que o faria custe o que custar."
O comunicado que temos vindo a citar diz ainda que:
"Ao que alegou o indivíduo, ele foi contratado por um dos irmãos do repórter para tirar a vida do mesmo por disputa de uma casa deixada pelo seu pai. No entanto, o cidadão disse que abortaria o plano caso o repórter enviasse sete mil meticais para ele e seus comparsas abastecerem sua viatura e regressariam a Nampula, sua alegada proveniência. A PRM aconselhou o repórter a não ceder à exigência dos malfeitores, sob suspeita de que seja uma burla. No entanto, por conselhos da família, desesperada com as ameaças, o repórter acabou transferindo 5.500 meticais dos sete exigidos. O valor foi transferido com recurso a carteira móvel, para um contacto que acusou o nome de Amisse Luís Moape."
O comunicando explica que após os agressores receberem dinheiro continuaram as ameaças, sugerindo que Minja deveria deixar de exercer o jornalismo, uma possível referência ao trabalho crítico que ele desenvolve,
"Logo depois da transferência, o homem ligou e confirmou ter recebido o valor e prometeu que ele e seus comparsas regressariam a Nampula o mais breve possível. No entanto, no dia seguinte, os homens voltaram a ligar e a ameaçar, novamente, ao repórter, dizendo que ele deveria abandonar “a camisola”. Os homens não explicaram o significado de “camisola”, mas a referência está a ser entendida como um recado ao trabalho jornalístico que Rui Minja desenvolve, em Cabo Delgado, nem sempre ao agrado das autoridades locais."
Segundo o comunicado, as ameaças começaram pouco tempo após a publicação de uma reportagem crítica de Minja, sugerindo que os ataques estão relacionados ao seu trabalho.
"Aliás, as ameaças contra Rui Minja, incluindo a primeira visita à sua residência, na madrugada de sábado, ocorreram apenas algumas horas depois de o repórter ter publicado uma reportagem na edição de sexta-feira do Jornal Principal da TV Sucesso. A peça noticiava que a PRM tinha impedido a realização de um “piquenique” dos apoiantes do candidato Venâncio Mondlane na praia do Wimbe, em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado."
A fonte documental enfatiza que, Rui Minja apresentou queixa às autoridades e, apesar de medidas de segurança, continua a receber ameaças constantes, com sua casa sendo vandalizada.
"Após estes eventos, Rui Minja apresentou uma queixa ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), PRM e à Procuradoria-Geral da República (PGR), estando a aguardar pelo esclarecimento do caso. Entretanto, na manhã desta segunda-feira, ao regressar à sua residência, o repórter encontrou o portão e o quintal vandalizados, ao mesmo tempo que continua a receber chamadas ameaçadoras, nas quais os agressores afirmam que sua morte está próxima. Esta terça-feira voltaram a ligar para o repórter por volta das 3h de madrugada."
Entretanto, o MISA Moçambique condena as ameaças e exige uma investigação rigorosa, destacando que este tipo de intimidação é inaceitável em uma sociedade democrática.
"O MISA Moçambique está profundamente chocado com as ameaças que estão a ser proferidas contra o repórter Rui Minja. Para o MISA, estas ameaças constituem uma ameaça ao livre exercício do jornalismo, em Moçambique. Aliás, por conta destas ameaças, tem sido impossível para o repórter desempenhar as suas actividades, uma vez que, no lugar de frequentar espaços públicos, como exige a sua profissão, ele tem de procurar lugares seguros face às ameaças de morte que tem sofrido", lê-se no comunicado.
O MISA Moçambique através do comunicado de imprensa, diz que:
"Aos autores morais e materiais destas ameaças, é preciso lembrar que a Liberdade de Imprensa é um direito fundamental em sociedades democráticas, não se compadecendo com qualquer tipo de intimidações. A tentativa de silenciar um jornalista por meio de violência e ameaças de morte é, pois, inaceitável e revela um perigoso retrocesso na garantia das liberdades fundamentais, em Moçambique. Actos covardes, que visam amordaçar a verdade e impedir que os cidadãos tenham acesso à informação, não podem ter lugar numa democracia."
As autoridades moçambicanas deve investigar de forma árdua os promotores das ameaças e, consequentemente responsabiliza-lós, segundo o comunicado de imprensa emitido pelo MISA Moçambique.
"Por isso, o MISA insta as autoridades moçambicanas e, particularmente as de Justiça, a investigarem as ameaças contra o repórter Rui Minja e garantir a responsabilização dos seus autores. Uma investigação séria e célere deste caso, que garanta o seu esclarecimento, é fundamental para enviar uma mensagem de que as autoridades não toleram as ameaças contra profissionais de jornalismo e muito menos aceitarão que Cabo Delgado continue a ser conhecido pelos maus motivos, isto é, como um espaço proibido para o exercício do livre jornalismo, seja pelo conflito armado em curso, como pela tensão eleitoral que se gera com as eleições em curso."
O MISA Moçambique, insta as autoridades para garantir a segurança dos jornalistas em Cabo Delgado, em particular Rui Minja.
"Enquanto investigam, as autoridades devem garantir que o jornalista goze de segurança e protecção. A segurança de Rui Minja e de todos os jornalistas em Cabo Delgado, província militarizada devido ao conflito, e em Moçambique em geral, devem ser uma prioridade absoluta. Como organização de defesa e promoção da Liberdade de Imprensa, nos reservamos ao direito de tomar as medidas que forem necessárias para demandar, em sede própria, o esclarecimento deste caso e a responsabilização dos seus autores", lê-se no comunicado de imprensa recebido na redação da Zumbo FM Notícias.
Cabo Delgado, é uma das Províncias do país onde em que, a liberdade de imprensa tem sido colada em causa. (x)
Por: António Bote
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