A Presidente do Conselho Municipal de Mocímboa da Praia, Helena Bandeira, afirmou que está gerindo um Município em estado de falência, com os cofres vazios. Durante uma declaração à emissora pública moçambicana, nesta terça-feira, 23 de setembro de 2024.
“Nós encontramos os cofres vazios e, neste momento, estamos a funcionar com o Fundo de Compensação Autárquica e só dá para cobrir os salários.”- disse a Helena Bandeira, presidente da vila de Mocímboa da Praia.
Helena Bandeira explicou que a autarquia não consegue cobrar taxas e impostos, pois os moradores sobreviventes do terrorismo ainda estão se reerguendo após perderem quase tudo.
“As contas do município estão bloqueadas neste momento devido à falta de movimentação. Temos, nesse caso, duas contas: a de receitas e a da folha de pagamento”, acrescentou a Edil de Município de Mocimboa da Praia.
“Nós precisamos de pelo menos 200 milhões de meticais para reabilitar as infraestruturas e pedimos ajuda.” - apelou a Edil do Município.
A Presidente do Muncipio de Mocímboa da Praia, Helena Bandeira, disse ainda que há uma necessidade urgente de se reerguer a comunidade, que ainda enfrenta os efeitos devastadores do extremismo violento.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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No dia 17 de Setembro de 2024, ocorreram três acidentes de viação na Província de Cabo Delgado,no norte de Moçambique, resultando na morte de duas pessoas e um ferido. Um dos óbitos aconteceu no distrito de Mueda, na aldeia de Chude, enquanto o ferido e o outro óbito foram registrados no Distrito de Metuge, na aldeia de Nanlia.
A informação foi divulgada na segunda-feira, 23 de Setembro de 2024, pela porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba, Eugénia Nhamusua, durante um briefing semanal.
A porta-voz explicou que, as causas dos sinistros são outra passagem irregular e o excesso de velocidade.
”Os acidentes de viação, tivemos três casos como referenciamos anteriormente sendo que tivemos choque entre carro, choque contra obstáculo fixo atropelamentos carro peão, causas ultrapassagem irregular excesso de velocidade.”-disse a Porta-voz da PRM, Eugenia Nhamusua.
Nhamusua apelou a população para respeitar as regras de trânsito, a fim de evitar sinistralidade nas vias públicas.
”Aos utentes da via pública, apelamos para que respeitem as regras de trânsito, para prevenir a ocorrência de acidentes de viação”, concluiu.(x)
Por: Nazma Mahando
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O Distrito de Quissanga dista cerca de 102 quilômetros da Cidade de Pemba e o Governo foi obrigado a abandonar o distrito após ataque e ocupação por parte de terroristas.
Já se passam quase cerca de 7 meses que o Governo do Distrito de Quissanga, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, trabalham na Cidade de Pemba.
O Governo de Quissanga enfrenta uma incerteza, após quase 7 meses refugiada em Pemba, devido à destruição das infraestruturas pelos terroristas no início de Março de 2024, não tem data para retornar ao seu território.
Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, o Administrador de Quissanga, Sidónio José, destacou a gravidade da situação, que tem dificultado a retomada das actividades administrativas.
“Qualquer funcionamento de um governo ou de uma organização tem como condição primordial a existência de infraestrutura,” afirmou esta sexta-feira, Sidónio José, enfatizando os desafios que a gestão à distância impõe. A ausência de condições adequadas tem dificultado a execução efectiva de serviços essenciais para a população.
Entretanto, uma luz no fim do túnel pode ser a chegada de tendas residenciais para funcionários do Governo.
"Na próxima semana, esperamos iniciar a montagem dessas tendas, permitindo que, paulatinamente, comecemos a pensar no retorno ao nosso distrito," afirmou Sidónio com esperança.
Segundo o dirigente, administração enfrenta outros desafios significativos, como a falta de meios de transporte, que são cruciais para garantir a assistência às comunidades.
"O distrito de Quissanga está desprovido de meios de transporte e infraestruturas, mas o governo está a fazer esforços enormes para resolver este problema a breve trecho," garantiu.
Sidónio José ressaltou que, apesar da situação, o governo está em contato contínuo com a população, buscando atender suas necessidades. "Estamos a prestar os apoios necessários em toda a extensão do nosso território," afirmou.
O Administrador de Quissanga, finalizou a entrevista com uma mensagem de esperança, reafirmando o compromisso do governo em resolver os problemas enfrentados pelo distrito.
"O governo não está alheio aos problemas que o distrito enfrenta e está empenhado no retorno das populações, na criação de condições básicas."
Enquanto a situação em Quissanga continua a evoluir, a determinação da administração em superar os desafios reflecte a resiliência da comunidade local em face da adversidade. (x)
Por: António Bote
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O General Freitas Norte, Porta-voz das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), declarou ontem, 19 de setembro de 2024, em Maputo que a situação em Cabo Delgado está sob controlo. A declaração foi feita durante o lançamento de atividades complementares em celebração ao Dia das Forças Armadas de Defesa Nacional, que se aproxima.
De acordo com o General, as FADM realizaram verificações ao longo da costa de Macomia, incluindo nas áreas de Pangane, Mucojo e Quiterajo. Segundo ele, não foram detectadas presenças efetivas do inimigo nessas zonas. "Nós estivemos lá, fizemos alguma verificação. O inimigo não se encontra lá. Se vai para lá, vai por situações esporádicas, à procura de alguma assistência logística", afirmou.
O General Freitas Norte também indicou que o inimigo está confinado a determinados pontos e encontra-se em posição defensiva, sem capacidade ofensiva significativa. "Cabo Delgado está estabilizada. O inimigo está confinado em algum ponto, numa posição defensiva", concluiu.
Este pronunciamento surge num momento de crescente expectativa quanto à segurança na província de Cabo Delgado, onde as FADM continuam atentas às movimentações do inimigo e ao fortalecimento da estabilidade na região.(x)
Por: Rafael Cocorico
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O Governo de Moçambique planeja proibir a importação de equipamentos de refrigeração e climatização que utilizam o gás R22, devido ao seu impacto nocivo à saúde e ao meio ambiente.
A informação foi divulgada no dia 19 de Setembro de 2024, pelo Leonardo Sulila, em representação da Direcção Nacional de Mudanças Climáticas no Ministério da Terra e Ambiente.
Leonardo Sulila destacou que sua instituição tem trabalhado para agilizar a conversão de tecnologias que utilizam gases prejudiciais.
"O sector de saúde está atrasado na conversão de tecnologias. Já alertamos os representantes do Ministério da Saúde, que estão colaborando com o Ministério da Terra e Ambiente, para que persuasão junto das instâncias superiores seja feita. É urgente tomar medidas que corrijam essa morosidade na transição para gases alternativos, pois temos disponíveis, em nível nacional, equipamentos e gases alternativos que podem ser utilizados", afirmou Leonardo Sulila.
Leonardo Sulila falava em Boane, na Província de Maputo, durante uma capacitação técnica destinada a agentes das alfândegas sobre a Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono. (x)
Por: Nazma Mahando
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Trata-se de uma lei que preconiza vários elementos, alguns deles sendo a reforma dos agentes da Polícia da República de Moçambique e outro era de que a PRM tivesse autorização para investigar crimes. No entanto, a lei não foi aprovada em duas legislaturas, apesar de ser a FRELIMO a dominar aquela magna casa. Indignado pelas duas recusas, o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, na sua visita de trabalho na cidade Pemba, criticou o Governo por reprovar a lei da polícia.
Entretanto, para entender melhor o que está por detrás destas recusas daquela lei, a Zumbo FM Notícias desencadeou um trabalho investigativo na segunda e terceira semana de Setembro de 2024, ouvindo vários académicos do país.
Um académico e docente universitário baseado em Cabo Delgado, que preferiu não revelar o nome, foi longe demais ao afirmar que o parlamento está a reprovar a lei porque tem medo de a PRM descobrir vários negócios “sujos” praticados pelo Governo e não só.
"O maior número dos deputados da Assembleia da República é composto por membros da FRELIMO. Então, eles estão a ver que se a polícia fizer uma investigação criminal para além do SERNIC, é certo que muitos negócios sujos que esses senhores que estão no topo fazem serão descobertos. Por isso, a lei não está sendo aprovada", revelou.
Entrevistamos ainda outro académico, baseado na Província de Sofala, João Chimbia, que considera que a lei não está a ser aprovada devido à ausência da congruência por parte da mesma.
"Por um lado, o que eu percebi dessa tal lei que o comandante-geral faz referência é que o ponto mais crucial desta lei era a Tenente a reforma que está em vigor no país ao nível do funcionário público. Em algum momento, temos vindo a ter reformas compulsivas; com 60 anos, as pessoas não podem mais estar no aparelho de Estado a trabalhar. Entretanto, a lei que incorpora isso, de que a proposta da polícia era que a polícia devia prolongar os anos para 75 anos, não estava aprovada, não estava nesse tipo de assunto, daí que não podia passar, porque não estava na base daquilo que difere antes de 60 anos para toda a função pública, além dos outros elementos aí."
João Chimbia foi sintético ao afirmar que o Comandante-Geral da PRM foi infeliz demais ao criticar o Governo usando as mídias. Ele entende ainda que, por um lado, percebe-se que Bernardino Rafael esteja a causar uma revolução dentro da polícia.
"O comandante ficou infeliz em reclamar ao público, porque nós não sabemos o porquê; eles têm fórum próprio para reclamar isso, têm seu próprio ministério para poder colocar o documento em causa e discutir. Então, eu vejo que talvez houve um exagero por parte do Comandante-Geral da polícia em ter que falar às mídias sobre esse tipo de relação; parece que acaba ressuscitando uma revolução dentro da polícia, fica dúvidosa essa reclamação."
Segundo Chimbia, para além da Assembleia da República, o Governo não concordava com a lei.
"Alguns deputados rebateram esse assunto; não reprovaram, porque o que estava a pedir não estava de acordo com o consenso do próprio governo, no geral."
Num momento em que o país enfrenta uma evolução de diferentes crimes, com destaque para os sequestros, o académico entende que a reprovação da lei pode estar na origem destes crimes, ou seja, a polícia está a trabalhar sem vontade porque se sente injustiçada.
"A área é sensível; estamos a falar de Segurança Pública. Se aquele que garante a ordem vem ao público dizer que o governo não está a ouvi-los, isso mostra um perigo, porque pode resultar em um pensamento errado nisso. Mas, é uma agitação em suma. Depois, é no momento em que temos informações de que sequestros de pessoas, as mesmas pessoas vítimas dos sequestros, estão a indicar uma parte de elementos da polícia que estão associados à polícia. Então, acaba por haver um desleixo no controle, porque acham que estão sendo injustiçados. Então, se são eles que quando os outros clamam e vão à rua impedindo as marcas, exigindo seus direitos."
Chimbia entende que fica sem sentido a polícia de proteção investigar crimes, uma vez que o Serviço Nacional de Investigação Criminal é um ramo da polícia especializado para o efeito.
"Aqui em Moçambique, temos a Polícia de Investigação Criminal, que é um ramo da Polícia da República de Moçambique. Então, o SERNIC é a polícia preparada para a investigação criminal. Se houver outras pessoas a fazer o mesmo trabalho, significa que estaríamos a duplicar esse trabalho em duas áreas. Assim, as áreas estão divididas em cada especialidade da polícia."
A Zumbo FM Notícias entrevistou outro académico residente em Pemba, Província de Cabo Delgado, Frederico João, que entende a recusa da lei da polícia como sendo um atentado à democracia e direitos humanos.
"Em relação à lamentação do Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, pelo Parlamento não ter aceito discutir a recente proposta da polícia que já vai para mais de duas legislaturas, os bem entendidos na matéria dizem que isso tem sido um autêntico perigo para a democracia e os direitos fundamentais do cidadão, caso seja aprovada. Eu acredito que o Parlamento, que é majoritariamente composto pelo partido FRELIMO, que está no governo, sabiamente não aceitou isso. A não querer discutir isso carece de uma profunda reflexão em torno desta lei."
Frederico João enfatizou que a situação actual vivida em Moçambique carece de democracia. No entender de Frederico João, um dos motivos que influenciou a reprovação da lei foi por não ser apresentada à população.
"Eu acredito que na situação atual, que nós vivemos, a conjuntura global exige uma tentativa de fortalecer a democracia, e principalmente os direitos fundamentais do cidadão. Portanto, é preciso conjugar essa lei em relação aos outros órgãos de soberania, que provavelmente isso poderia criar uma aflição. Então, é necessário que a polícia, proponente desta lei, reconsidere e faça uma reflexão ou uma auscultação pública em que o cidadão possa participar plenamente; é a população e a comunidade. Por isso, existe aquela ligação entre a polícia e a população. Então, é bom que a população participe na elaboração desta lei, de modo que salvaguarde todos os interesses da nação."
Frederico João defende a necessidade de uma profunda reflexão em torno da lei.
"É preciso que esta lei não venha a criar mais estresse dentro da sociedade. Significa que deve ser aprofundada e bem discutida, onde toda a população seja auscultada para perceber de antemão o que realmente contém isso, porque se o Parlamento não aprova, significa que está ao lado do povo, ou seja, representa o povo. Então, está a agir em nome do povo. Se o povo não sabe o que está a acontecer, claramente há uma cautela em não aceitar discutir isso, porque trata-se de um sector muito sensível", disse o académico baseado em Pemba, Frederico João.
Sem gravar, a Zumbo FM Notícias ouviu um membro da Polícia da República de Moçambique que está bem posicionado na província de Sofala, este, bem agastado com a situação, disse apenas que actualmente a polícia trabalha sem vontade. Aliás, até que o Comandante-Geral da PRM desabafou que o trabalho da polícia é desencadeado sem eficácia devido à não aprovação da lei. (x)
Por: António Bote
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O jurista e académico português Jorge Bacelar Gouveia lançou um sério alerta sobre o futuro de Moçambique, apontando que há potências internacionais interessadas em dividir o país para se apoderarem dos seus recursos naturais. Em entrevista ao Jornal Zambeze, Gouveia destacou que os ataques em Cabo Delgado são parte de uma estratégia de desestabilização, e fez um apelo à unidade nacional para resistir a essa ameaça.
De acordo com Bacelar Gouveia, as multinacionais que operam em Moçambique estão envolvidas em um plano que visa não só a divisão territorial, mas também a criação de conflitos internos entre os moçambicanos. Ele alerta que essas potências estrangeiras veem uma nação fragmentada como um alvo mais fácil de controlar e explorar. "Eles têm feito de tudo para que Moçambique seja desmembrado, porque podem dominar mais facilmente um terço do território do que o país inteiro", afirmou.
O académico português não forneceu detalhes específicos sobre quais potências estariam envolvidas, mas garantiu que existem evidências de que interesses externos estão a alimentar a crise em Cabo Delgado. Gouveia alertou que a delapidação dos recursos naturais, como gás e minerais, seria facilitada se o país fosse fragmentado.
Durante sua estadia em Moçambique, Bacelar Gouveia participou de uma palestra em Maputo intitulada "Democracia, Paz e Descentralização em Moçambique", onde destacou o impacto dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado. Segundo ele, os insurgentes tendem a expandir sua área de atuação, ampliando o caos em regiões ricas em recursos minerais e afetando diretamente a população indefesa.
"A situação em Cabo Delgado atingiu níveis alarmantes de descontrolo, com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a enfrentarem dificuldades em conter a insurgência. Esses ataques estão claramente ligados aos interesses das multinacionais predadoras", afirmou.
Para Gouveia, o caminho para evitar a divisão do país passa pela unidade nacional e pela rejeição de qualquer tentativa de fragmentação territorial. Ele sublinha que permitir que o país seja dividido seria uma traição à história de luta anti-colonialista de Moçambique, que foi forjada com o esforço coletivo de todos os seus cidadãos.
"O combate ao colonialismo português foi uma luta de todos os moçambicanos, e dividir o país significaria dividir também o esforço abnegado daqueles que lutaram pela independência", explicou o académico.
Outro ponto levantado por Bacelar Gouveia foi a ideia de federalizar Moçambique. Ele afirmou que essa proposta seria "catastrófica e injusta" para o povo, especialmente no contexto atual de crise e insegurança. Segundo ele, o sistema federal poderia fragmentar o poder político e administrativo, tornando o país mais vulnerável às pressões externas.
Gouveia concluiu a entrevista destacando que Moçambique precisa, antes de mais nada, denunciar os interesses predatórios das potências internacionais e sensibilizar a sociedade sobre o valor da unidade nacional. Ele acredita que a conscientização é a chave para resistir à divisão e preservar a integridade territorial do país.
"Os moçambicanos devem estar unidos para contrariar os apetites das multinacionais predadoras que tentam, por meio de artimanhas, dividir o povo. Se isso acontecer, será uma traição à história de Moçambique", afirmou.
Enquanto Moçambique continua a lidar com os desafios impostos pela insurgência em Cabo Delgado, o alerta de Bacelar Gouveia serve como um lembrete da importância da coesão nacional diante de ameaças externas que visam desestabilizar o país para fins econômicos. (x)
Fonte: Jornal Zambeze
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Cerca de 88 mulheres foram diagnosticadas com fístula obstétrica no primeiro semestre de 2024. Esta condição médica, que ocorre quando uma abertura anormal se desenvolve entre órgãos internos, como a vagina e o reto ou a bexiga, está geralmente associada a complicações durante o parto, sobretudo em áreas com acesso limitado a cuidados obstétricos.
O cirurgião Alberto Alforma, que lidera a campanha de tratamento na província, explicou, em entrevista à Zumbo FM Notícias, que estes casos estão relacionados com as condições dos sistemas de saúde nas zonas rurais. “Durante os primeiros seis meses do ano, registámos e tratámos 88 pacientes com fístula obstétrica. Deste total, 30 foram submetidas a cirurgia. Os hospitais provincial, rural e distrital, além do Centro de Saúde de Metoro, realizaram campanhas de observação e reparação. O Hospital Provincial atendeu 16 casos e operou 8; o Hospital Rural de Montepuez observou 15 e operou 4; os demais pacientes foram atendidos em Chiúre e Metoro", detalhou o médico.
Alforma destacou factores como os casamentos precoces, partos prematuros e o acesso limitado a cuidados obstétricos como causas da fístula. "Muitas das mulheres não têm conhecimento ou acesso a cuidados médicos durante a gravidez. As barreiras culturais também influenciam, já que, em muitas comunidades, a decisão de procurar uma unidade de saúde depende da autorização dos familiares", afirmou.
A disponibilidade de infraestruturas e de profissionais especializados também foi mencionada. “Existe uma carência de unidades de saúde equipadas para realizar cirurgias obstétricas nas zonas rurais. Além disso, precisamos de formar mais profissionais na área para lidar com esta condição”, apontou o cirurgião.
A fístula obstétrica é uma condição observada em várias partes do mundo, especialmente na África Subsaariana e em áreas com sistemas de saúde limitados. Estima-se que ocorram 75 mil novos casos por ano.
Em Cabo Delgado, Alforma sublinhou a importância de investimentos na expansão dos serviços de saúde e na educação para prevenir novos casos. Ele concluiu apelando a acções concretas: "Se não reforçarmos o sistema de saúde e não capacitarmos os profissionais locais, continuaremos a enfrentar este problema de saúde pública”, concluiu o médico cirurgião Alberto Alforma. (x)
Por: Esperança Picate
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O Chefe do Estado-Maior do Comando no Teatro Operacional Norte, Omar Saranga, apelou aos militares da linha da frente para intensificarem, de forma implacável, o combate ao extremismo violento. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 18 de setembro de 2024, durante a cerimônia de integração dos estudantes do Curso de Estado-Maior Conjunto do Instituto Superior de Estudos de Defesa (ISEDEF) nas operações do norte.
“Os militares devem mostrar bravura e serem incansáveis no combate ao inimigo,”afirmou Omar Saranga, enfatizando a necessidade de disciplina e compromisso contínuos na defesa do país.
Na ocasião, Saranga destacou a importância de uma atuação firme e desafiou os futuros líderes a encararem as Forças Armadas de Moçambique como uma instituição de confiança e excelência ao serviço da nação.
“O desafio que deixo é que veja as Forças Armadas de Moçambique como uma força credível, ao serviço do povo, pronta para proteger a integridade territorial e os bens da população, assegurando que as instituições do Estado funcionem normalmente.”
Os estudantes, agora integrados no estágio profissional, comprometeram-se a aplicar na prática os ensinamentos recebidos no Instituto Superior de Estudos de Defesa.
“Estou preparado para aplicar o que aprendemos em teoria e fazer a diferença,” afirmou o Capitão-de-fragata Santos Victor.
“Sinto-me pronta para aliar teoria e prática no Comando Conjunto,” acrescentou a Major Gilda Manuel, destacando o seu compromisso com a defesa do país.
A integração dos estudantes do ISEDEF no Teatro Operacional Norte tem como objetivo proporcionar uma experiência prática que fortaleça os quadros na luta intensa contra o terrorismo em Cabo Delgado.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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Em um alerta contundente sobre a crise educacional, a Secretária da Organização Nacional dos Professores em Cabo Delgado, Dinita Dos Santos Dinis, denunciou a falta de condições de segurança para o retorno dos professores aos Distritos de Macomia e Quissanga, cujas escolas estão fechadas desde fevereiro e maio deste ano, respectivamente, devido aos conflitos armados protagonizados por grupos jihadistas. Em uma entrevista concedida à Zumbo FM Notícias, neste Terça-feira, 17 de setembro de 2024, Dinita Dinis criticou as recentes afirmações do Governo de que a segurança está razoavelmente estável, enquanto essas áreas continuam a ser afetadas por ataques jihadistas.
“Não há nenhuma condição para o retorno dos professores a esses Distritos. A situação de segurança é inexistente e continua a representar um risco iminente para todos. Macomia e Quissanga são zonas de guerra, e afirmar que há segurança é uma ilusão perigosa”, afirmou a Secretária da Organização Nacional dos Professores em Cabo Delgado, Dinita Dinis, destacando a confusão e insegurança enfrentadas pelos alunos, que são constantemente deslocados.
Dinis enfatizou que a prioridade deve ser a estabilização completa da segurança antes de considerar o retorno dos profissionais de educação.
“Não faz sentido enviar professores e alunos para áreas onde a situação de segurança não está resolvida. Primeiro, a situação precisa ser normalizada para garantir a segurança de todos, especialmente das crianças que estão sendo educadas em outros locais”, destacou.
A Secretária também criticou as tentativas do Governo de normalizar a situação sem garantir uma segurança efetiva. “Uma zona de conflito é sempre uma zona de conflito. O Governo deve assegurar que a segurança seja real e eficaz antes de tomar qualquer decisão sobre o retorno dos professores e alunos. Insistir no retorno sem resolver a questão da segurança é irresponsável”, concluiu.
Dinis ressaltou as dificuldades atuais enfrentadas pelos professores. “Até o momento, não há condições para o regresso. Devem ser criadas condições adequadas para não prejudicar nem professores nem alunos. Como pode um professor elaborar um plano de aula nessas circunstâncias? Como pode ele circular com a certeza de que não será atacado a qualquer momento? A segurança precisa ser garantida, especialmente porque os alunos estão integrados em escolas onde se refugiaram.”
A crise em Cabo Delgado continua a impactar profundamente o sistema educacional, com a falta de segurança representando um obstáculo significativo para a retomada das aulas e o bem-estar das comunidades afetadas.(x)
Por: Bonifácio Chumuni
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