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Ivan

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A cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, vive um clima de extrema tensão nesta quarta-feira, 4 de dezembro de 2024, após manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane. Durante os protestos, mais de 20 pessoas foram feridas a bala e encaminhadas para o Hospital Provincial de Pemba (HPP), gerando um cenário de caos e desespero na cidade.

De acordo com um enfermeiro do HPP, que pediu para não ser identificado, o número exato de vítimas ainda está sendo apurado, mas já se sabe que ao menos 20 pessoas foram feridas.

A nossa equipe de reportagem esteve no hospital e presenciou a gravidade da situação. O banco de socorros estava tomado por um ambiente de total desespero, com o chão coberto de sangue e familiares visivelmente angustiados, clamando por ajuda. Entre os feridos, alguns foram dados como mortos, ampliando a angústia e o sofrimento entre os presentes.

A nossa redação apurou que as vítimas têm idades entre 14 e 17 anos e foram atingidas por disparos durante os confrontos. A violência ocorreu quando os manifestantes, em sua maioria jovens, se concentraram nas principais ruas de Pemba a partir das 10h, exigindo mudanças políticas e protestando contra o governo atual.

O protesto, que começou de forma pacífica, rapidamente se transformou em um confronto violento com as forças de segurança, que reagiram com disparos para dispersar a multidão.

Tentamos entrar em contato com o Médico Chefe do HPP, Edson Fernando, para mais informações, mas ele se recusou a comentar. “Não estou em condições de falar agora”, afirmou.

O clima em Pemba permanece tenso, com a população local aguardando mais informações sobre o estado de saúde dos feridos e as circunstâncias que levaram à violência. A situação segue em atualização.(x)

Por: Bonifacio Chumuni

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Na tarde da última quarta-feira, 4 de dezembro de 2024, um grupo de manifestantes invadiu e incendiou as sedes do Comité de Zona do partido Frelimo, localizadas nos bairros de Natite e Cariaco, nos arredores da cidade de Pemba. A ação foi realizada com o uso de instrumentos contundentes, resultando na vandalização e no saque dos edifícios, antes de serem parcialmente destruídos pelo fogo.

De acordo com apurações da Zumbo FM Notícias, o ataque às sedes da Frelimo, situadas nas proximidades da Escola Básica de Natite e do Hospital do bairro de Cariaco, foi uma retaliação ao baleamento de dois manifestantes pela polícia na manhã do mesmo dia, na zona de Embodeiro, durante protestos contra os resultados das eleições gerais.

Além dos danos estruturais, os manifestantes espalharam materiais eleitorais, como cartazes com símbolos da Frelimo e imagens do candidato presidencial Daniel Francisco Chapo, no chão.

As manifestações desta quarta-feira provocaram a morte de cinco pessoas, a destruição completa e parcial de cinco esquadras e a detenção de mais de 100 pessoas. A informação foi revelada na noite de ontem pelo porta-voz do comando geral da PRM, Orlando Modumane, que também afirmou que a PRM continuará a trabalhar para garantir a segurança, a tranquilidade e a ordem públicas.

A Zumbo FM Notícias segue acompanhando os desdobramentos da situação.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, tem sido alvo de ataques terroristas desde Outubro de 2017, o que tem criado instabilidade na economia não só da província, mas também do país. Com essa situação, várias famílias sentiram-se obrigadas a abandonar as suas zonas e deslocar-se para áreas mais seguras.

Naúltima quarta-feira, 4 de Dezembro de 2024, o Secretário de Estado na província de Cabo Delgado, António Supeia, falando durante a cerimônia de entrega de certificados aos 483 jovens formados no Centro de Formação Profissional IFPLAC, apelou aos jovens para que sejam resilientes perante os vários desafios que a província tem enfrentado e exortou-os a não se deixarem influenciar por situações que possam criar instabilidade.

"Exortamos aos jovens que sejam resilientes perante os desafios da nossa província de Cabo Delgado, não se deixem levar por promessas falsas, nem se influenciem por situações que possam pôr em perigo a paz e a estabilidade", apelou o Secretário de Estado. (x)

Por: Esperança Picate

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A cidade de Pemba, localizada na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, acordou agitada nesta quarta-feira, 4 de Dezembro de 2024, com uma manifestação que causou sérios transtornos à circulação no centro da cidade. Membros do partido PODEMOS, liderado por Venâncio Mondlane, bloquearam várias ruas, dificultando o tráfego e gerando um cenário de tensão na urbe.

Imagens amadoras, que chegaram até a redação da Zumbo FM Notícias, mostram mais de uma centena de manifestantes marchando pelas ruas, com apitos e gritos, exigindo a reposição da "verdade eleitoral". O protesto é uma reação contra os resultados das eleições gerais de 9 de Outubro de 2024, que deram a vitória à Frente de Liberação de Moçambique (FRELIMO) e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo. Os manifestantes contestam o resultado e exigem uma revisão dos votos.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) tentaram, sem sucesso, conter os protestos, mas as vozes dos manifestantes persistiram, refletindo o descontentamento com o processo eleitoral. Este é o quarto episódio de manifestações iniciadas em 21 de Outubro de 2024, desde que Venâncio Mondlane, candidato do PODEMOS, e seus apoiantes passaram a contestar os resultados eleitorais.

O Governo, por meio do ministro do Interior, Pascoal Ronda, afirmou que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) irão utilizar todos os meios à sua disposição para garantir a realização de cerimónias sociais e o funcionamento normal das instituições. Ronda destacou que as manifestações de sete dias convocadas por Venâncio Mondlane, que começaram pacíficas, evoluíram para atos violentos e subversivos ao Estado. Ele classificou as manifestações como ilegais, por não cumprirem os requisitos legais, e afirmou que haverá “tolerância zero” para atos contrários à lei. O ministro garantiu que a intervenção das FDS será em conformidade com a lei, visando a ordem e tranquilidade públicas, e não deve ser interpretada como uso excessivo de força.

O Conselho Constitucional de Moçambique está a concluir o processo de confrontação das actas e editais das eleições de 9 de outubro. Até agora, já confrontou as actas de nove províncias, restando apenas a província da Zambézia. O processo de apuramento está quase concluído, com cerca de 90% do trabalho já realizado. O Conselho Constitucional deve anunciar os resultados finais no dia 23 de Dezembro de 2024, conforme previsto, embora já tenha sido constatado que há editais falsificados e preenchidos de forma inadequada, o que poderá impactar a validação final dos resultados.

A validação dos resultados das eleições de 9 de Outubro está prevista para o dia 23 de Dezembro, com a tomada de posse da nova legislatura marcada para 12 de Janeiro de 2025, conforme a legislação. (x)

Por: António Bote

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Mais de 4 mil unidades produtivas, com destaque para indústrias e agronegócios, foram encerradas devido à insegurança e aos conflitos que marcaram o início do quinquênio 2020-2024 na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

A declaração foi feita nesta terça-feira, 3 de dezembro de 2024, durante a cerimônia de graduação de estagiários do programa MozYouth, financiado pelo projeto Mozambique LNG.

A paralisação de 4.900 unidades produtivas reflete o impacto devastador da instabilidade que vivemos nos últimos anos, devido aos conflitos que marcaram o início do quinquênio 2020-2024”, disse o Governador da Província de Cabo Delgado, Valige Tauabo.

Entretanto, o Governador especificou que, embora algumas dessas unidades produtivas tenham sido encerradas no início do quinquênio 2020-2024, várias foram retomadas devido à melhoria do clima de segurança na província.

No entanto, os progressos na estabilização e o retorno voluntário de grande parte da população já permitem a reposição da rede industrial e comercial da província”, afirmou Tauabo.

O governante destacou ainda que essa recuperação econômica também impulsionou novas oportunidades de emprego. Durante o quinquênio 2020-2024, foram criados cumulativamente 1.06.350 postos de trabalho nos setores público e privado.

Eventos como a graduação de 90 estagiários hoje mostram nossos esforços para promover a empregabilidade de jovens, fator crucial para reconstruir o tecido social e econômico da região. Durante o quinquênio 2020-2024, foram criados cumulativamente 1.06 350 empregos nos setores público e privado, e cerca de 1.848 jovens foram colocados em estágios pré-profissionais remunerados e não remunerados, com taxas de sucesso para o emprego conforme indicamos”, destacou o Governador.(x)

Por: Nazma Mahando

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A mina de grafite de Balama, uma das maiores fontes de emprego e desenvolvimento na província de Cabo Delgado, está paralisada há dois meses devido a uma greve liderada pela população local. Os manifestantes, que em 2014 cederam suas terras para a instalação da multinacional australiana Syrah Resources, exigem o pagamento de indemnizações prometidas, alegando que os acordos firmados à época não foram cumpridos.

A situação tem gerado impactos profundos na economia do distrito de Balama, com reflexos tanto no nível de emprego quanto na execução de projetos sociais. O Administrador do Distrito, Edson Lino, em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias nesta quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024, destacou que a paralisação prejudica várias frentes da economia local.

"Certamente impacta naquilo o que é a economia do distrito, através dos empregos diretos, temos empregos indiretos, temos fornecedores da alimentação como vegetais, então naturalmente isso impacta negativamente para a economia local", explicou o Administrador do distrito de Balama, Edson Lino.

Lino explicou que, além da interrupção das atividades produtivas, obras sociais financiadas pela Syrah Resources também foram suspensas. Tais projetos, que incluíam melhorias na infraestrutura comunitária, são considerados essenciais para o bem-estar da população local.

"Outro entretanto, é que nós temos algumas obras que estão correr no âmbito da responsabilidade social, estão ser executadas pela empresa Syrah e assim que estão paralisadas as obras, naturalmente que os projetos sociais também ficam afetados."

A mina emprega entre 400 a 500 trabalhadores permanentes e, em períodos de maior demanda, chega a oferecer trabalho a até 500 pessoas adicionais em contratos temporários, como explicou o administrador.

"A mão-de-obra direta, que está a trabalhar na mina, que está contratada a tempo efetivo, ronda entre 400 a 500 trabalhadores. Temos alguns que fazem trabalhos a tempo certo, também temos os que fazem trabalhos constantes, então, há momentos em que há muita procura da mão-de-obra local, então chegam atingir 200, 300, 400, 500, dependendo daquilo o que são os trabalhos, quer o nível da construção civil, e outros trabalhos adjacentes."

O dirigente enfatizou que, apesar da paralisação, a empresa tem mantido o pagamento de salários e outras remunerações aos funcionários.

"Por enquanto a empresa estão a honrar com os seus compromissos, está pagar salários, e outras remunerações, não está nada cancelado."

O chefe do executivo de Balama, disse ainda que, a inatividade da mina já soma dois meses e levanta preocupações sobre o futuro da exploração de grafite em Balama, um recurso vital para a economia local e global.

"Nós estamos a falar agora de dois meses que a mina do grafite de Balama não trabalha", concluiu Edson Lino.

O governo do distrito busca mediar um diálogo entre a empresa e os manifestantes para garantir o retorno às operações. Enquanto isso, os impactos econômicos e sociais continuam a crescer, e as comunidades locais exigem que suas reivindicações sejam atendidas de forma justa e imediata.

A situação em Balama reflete um desafio maior enfrentado por regiões ricas em recursos naturais: equilibrar o desenvolvimento industrial com as expectativas e os direitos das comunidades locais. A resolução da greve é crucial não apenas para restaurar a normalidade econômica, mas também para fortalecer a confiança entre a população e os investidores. (x)

Por: António Bote

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Nesta terça-feira, 3 de dezembro de 2024, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, anunciou oficialmente a nomeação de Américo Julião Letela para o cargo de Procurador-Geral da República. A decisão foi divulgada por meio de um comunicado de imprensa recebido pela redação da Zumbo FM Notícias.

A nomeação marca uma transição importante no Ministério Público, uma vez que sucede ao mandato de Beatriz Buchili, que encerrou recentemente seu período à frente da Procuradoria-Geral.

No mesmo comunicado, Filipe Nyusi, designou Maria de Fátima Fernandes Fonseca, para o cargo de Juiz Conselheiro do Tribunal Supremo, reforçando a estrutura do sistema judiciário do país.

Com essas nomeações, o Presidente promove ajustes estratégicos em órgãos fundamentais para a administração da justiça, em um momento marcado por desafios institucionais e demandas por maior eficiência no setor.(x)

Por: Nazma Mahando

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Desde 1992, o dia 3 de dezembro é marcado como o Dia Internacional dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência, ocasião em que o mundo reflete sobre os direitos e o bem-estar dessa camada da sociedade, destacando a importância de sua inclusão nos diversos aspectos da vida política, social, econômica e cultural. Esta data visa promover a igualdade de direitos e oportunidades para as pessoas com deficiência, que ainda enfrentam barreiras significativas para sua plena integração.

Em Cabo Delgado, na cidade de Pemba, as pessoas com deficiência destacaram as dificuldades que enfrentam e exigiram maior atenção do Governo e da sociedade. Entre as principais preocupações estão a falta de acessibilidade nos edifícios públicos, as limitações de mobilidade e o difícil acesso a oportunidades de emprego e formação. Estas questões foram abordadas durante as celebrações do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, realizadas nesta terça-feira, 3 de dezembro de 2024.

A comemoração, que contou com cânticos e danças, também foi marcada por momentos de reflexão, como a poesia, usada para denunciar as dificuldades diárias enfrentadas pelo grupo. O Fórum das Associações de Pessoas com Deficiência, representado por Hermenegildo Ali, fez um apelo para que o Governo e a sociedade se mobilizem para atender a essas necessidades.

“A acessibilidade nos edifícios públicos, a mobilidade e o acesso às oportunidades de emprego e formação são algumas das maiores necessidades desta camada da população. Exigimos que o Governo e a sociedade se mobilizem para garantir a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos", afirmou Hermenegildo Ali, representante do Fórum.

Hermenegildo Ali, também sublinhou a importância de garantir uma vida digna e plena de direitos para as pessoas com deficiência. Em sua intervenção, ele destacou a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para garantir a inclusão:

“É necessário criar políticas públicas que promovam a inclusão efetiva das pessoas com deficiência, garantindo a acessibilidade, a educação e as oportunidades de emprego. O Estado deve atuar de forma mais concreta para assegurar que esses direitos sejam cumpridos em toda a província de Cabo Delgado”, declarou o delegado provincial da FAMOD

Durante o evento, as pessoas com deficiência expressaram suas dificuldades diárias e reiteraram a urgência de que suas necessidades sejam atendidas de maneira urgente. Para muitos, a inclusão social não é apenas um direito, mas uma condição indispensável para garantir sua participação ativa e digna em todos os aspectos da vida. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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A guerra em Cabo Delgado, que dura já mais de sete anos, continua a espalhar uma sombra de incerteza e sofrimento entre os deslocados que, cada vez mais, veem suas esperanças de retorno às suas terras se desfazerem. Em meio aos ataques terroristas que devastaram diversas localidades, a falta de perspectivas sobre o fim do conflito tem gerado um clima de angústia e desespero. No centro de reassentamento de Naminawe conhecida por Na Nyusi, no posto administrativo de Mieze, distrito de Metuge, centenas de famílias, que fugiram dos horrores da violência, enfrentam o pesado fardo da dúvida: será que algum dia poderão voltar para suas casas?

Nesta quinta-feira, 21 de Novembro de 2024, em uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, deslocados provinientes de diversos distritos da província falaram sobre os efeitos devastadores da guerra, não apenas sobre suas vidas diárias, mas principalmente sobre a incerteza de um futuro livre do terror. As palavras dessas vítimas, que já enfrentam o exílio forçado há anos, refletem uma preocupação constante: o fim da guerra, e com ela, a possibilidade de reconstrução de suas vidas.

Ngamo Assane, natural de Muieda, que está em Metuge há mais de três anos, compartilhou seu profundo receio sobre o fim da guerra.

“Estamos a pedir para o governo entender e pôr fim à guerra, porque eu perdi muita coisa. Meus filhos estavam estudando na terceira classe e, quando a guerra começou, não consegui mandá-los continuar os estudos. Não tenho vontade de voltar para o meu distrito depois de tudo o que vivenciei lá. Já estamos há mais de sete anos e não sei se a guerra vai acabar algum dia,” afirmou, visivelmente abalado.

A dúvida sobre a duração do conflito também foi expressa por um deslocado que preferiu permanecer anônimo. Ele destacou a frustração e a confusão vivida pela população: “Nos choramos para que a guerra acabe, para que haja paz na nossa província e no nosso país, mas não sabemos mais o que pensar. A guerra, dizem, está diminuindo, mas sempre que alguém tenta voltar para a sua terra, logo ouvimos que houve novos ataques. Não sabemos de onde vem essa guerra, e já estamos há tanto tempo sofrendo.”

Outro deslocado proviniente do distrito de Muidumbe que falou em anonimato, também compartilhou suas inquietações sobre o futuro.

“Nós queremos que a guerra acabe, para que cada um possa voltar para sua casa, mas aqui estamos mal. Não há condições. Em Muidumbe, a guerra continua até hoje, e a situação em Macomia é ainda pior. Não sei se essa guerra vai acabar algum dia ou se vamos viver aqui para sempre.”

Residente em Naminawe desde 2020, Boco Tome, expressou uma angústia que se tornou comum entre os deslocados.

“Aqui choramos todos os dias para que a guerra acabe, esse é o nosso grito. Estamos sem saber o que fazer. A situação está cada vez pior, e o medo de que a guerra nunca acabe toma conta de todos nós.”

Moca Mendoca, natural de Macomia e deslocada há três anos, trouxe à tona a frustração de um sofrimento sem fim.

“Estamos pedindo para que a guerra termine, para que possamos voltar para nossas casas. Não podemos viver assim para sempre, sem saber quando ou se a guerra vai acabar. Se o governo consegue dar-nos condições para viver aqui, porque não pode acabar com a guerra e deixar-nos retornar às nossas terras?”

As declarações dessas pessoas que vivem há anos em centros de reassentamento não refletem apenas uma luta pela sobrevivência, mas uma constante incerteza quanto ao futuro. A guerra, que destruiu tantas vidas e forçou tantas famílias a se exilarem, permanece sem fim à vista. A dúvida sobre o que virá a seguir é um fardo pesado para aqueles que ainda esperam, em vão, pelo retorno à normalidade.

A falta de clareza sobre o desfecho do terrorismo em Cabo Delgado alimenta o desespero e o sentimento de abandono. Para esses deslocados, o retorno às suas casas é um sonho distante, enquanto o temor de um futuro incerto continua a marcar suas existências, dia após dia. A resposta do governo e das autoridades internacionais continua sendo uma questão crucial para resolver esse impasse, pois enquanto a guerra persistir, a dúvida sobre o fim do sofrimento será o principal inimigo dessas famílias. (x)

Por: António Bote

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terça-feira, 03 dezembro 2024 15:15

Cabo Delgado: Fome afecta deslocados em Chiúre

A situação de fome em Chiúre, como em grande parte de Cabo Delgado, se agravou devido à prolongada crise de segurança. Com os ataques terroristas que afetam a província desde 2017, milhares de famílias foram forçadas a abandonar suas casas, gerando um número crescente de deslocados internos que vivem em condições precárias. A insegurança impede o cultivo de alimentos e dificulta a distribuição de ajuda humanitária, resultando em uma crise alimentar alarmante em diversas regiões. No município de Chiúre, a falta de recursos e infraestrutura tem dificultado as tentativas de aliviar o sofrimento da população.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, está terça-feira, 26 de Novembro de 2024, o Presidente do Conselho Municipal de Chiúre, Alicora Intutunha, abordou as dificuldades enfrentadas pela administração local para combater a fome. "A questão de fome, eu digo a verdade, lamentavelmente, temos vontade de ajudar a população, mas nós como o município, não temos a capacidade de resolver a questão de fome, as nossas asas são muito limitadas", reconheceu Intutunha, enfatizando as restrições financeiras e operacionais que impedem uma ação mais eficaz.

Apesar das limitações, o município tem tentado responder às necessidades imediatas da população. "É verdade que quando há uma questão, de algumas pessoas, por exemplo, se estamos a falar de 3 a 4 dias, ou por um momento quando as pessoas têm saído para lá nos postos administrativos, temos feito alguma coisa", disse o Presidente, referindo-se aos esforços para mitigar o impacto imediato da fome.

Entretanto, a questão de uma fome prolongada, de meses, ainda representa um grande desafio. "Resolver a questão de fome, de 2, 3, 4 meses, o município não tem essa capacidade", afirmou Intutunha, deixando claro que a solução exige mais do que as ações isoladas e temporárias que podem ser feitas localmente. (x)

Por: António Bote

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